Bolos do Folheta: alcunha e criação

Tiago Ferreira, pasteleiro por paixão e vocação, iniciou um projeto (delicioso) no ano de 2015, em Póvoa de Varzim. Bolos do Folheta é o nome da pastelaria que se foca na imaginação das suas criações, na qualidade dos ingredientes e principalmente em satisfazer os seus clientes com todo o chocolate envolvido.

Como é que surgiu o Bolos do Folheta?
Em 2013, fui para o Canadá e passado dois anos decidi regressar. Nessa altura ofereceram-me trabalho em casas tradicionais mas eu senti que não era isso que eu queria para mim. Tentei implementar algumas ideias que não foram bem aceites porque não era esse o conceito. Imediatamente, senti a necessidade de sair e começar a fazer em casa. Lembro-me que no Natal de 2015 – daí surgir a marca nesse mesmo ano – a minha prenda para os meus amigos serem os bolos. Depois começaram a recomendar-me, comecei a colocar umas fotografias nas redes sociais até chegar ao ponto em que já não tinha condições em casa para continuar o projeto. Foi nesse momento que pensei em abrir uma loja. Concretizou-se no final de 2016, fomos crescendo aos poucos e espero que seja possível crescer mais.

Porquê Bolos do Folheta?
Quando comecei a fazer os bolos andava a pensar no nome que deveria dar ao meu conceito, para o associar à minha marca. Em conversa com o meu grupo de amigos eles começaram a chamar-me de folheta por eu ser magro e eu questionei-me se folheta seria um bom nome. Todos acharam graça à questão, mas a verdade é que fica no ouvido e as pessoas, hoje em dia, é por esse nome que me conhecem.

Como é que caracteriza os seus bolos?
Diria que são diferentes do convencional. Muito à base dos chocolates. Temos os bolos da moda que são os kinders, os raffaellos, as nutellas… mas também temos os bolos tradicionais como o doce de ovos sendo que é tudo feito por nós. Temos o cuidado de fazer produtos ao nível tradicional e de alta qualidade. O segredo e a diferença é usarmos produtos de grande qualidade tradicional e ainda conseguirmos inovar. A junção das duas é o que dá a qualidade final.

De que forma conseguem acompanhar as tendências?
Nós estamos sempre atentos às redes sociais a nível nacional e internacional, tentamos estar sempre a par da evolução da pastelaria. Sabemos que no verão cai sempre bem um gelado e por isso já incluímos gelados artesanais feitos por nós. Para o inverno já começamos a fazer uns testes mais na parte da chocolataria e desta maneira vamos tentando sempre acompanhar e estar um passo à frente. Depois fazemos várias brincadeiras, por exemplo, à sexta-feira fazemos sempre cheesecakes, tarteletes de vários sabores entre outras coisas.

Nesta época de Natal fazem bolos alusivos à ocasião? Costumam ter pedidos especiais?
Fazemos os bolos tradicionais como o Pão de Ló e o bolo-rei mas tentamos sempre ter algumas novidades. No ano passado fizemos tronco de ferrero e de raffaello e também lançamos alguns Cheesecakes. Este ano já lançamos o Bolo-Rei de nutella e o Bolo-Rei de maçã e canela sendo que até ao Natal ainda lançaremos mais surpresas.

Em que é que foi pensada a decoração do espaço?
Quando pensei em abrir o Bolos do Folheta, além de querer que os bolos fossem diferentes, queria um espaço diferente. Queria um espaço em que as pessoas se sentissem bem e confortáveis. Pode-se dizer que está uma decoração vintage. Como o meu avô era antiquário de profissão, sempre vendeu móveis antigos e restaurava-os. A maior parte das coisas que estão cá, eu já as tinha. Tudo o que aqui está foi ideia minha, entretanto também já sofreu algumas alterações. O meu pai ajudou-me porque ele tem uma empresa de construção o que acabou por facilitar.

Neste momento o Bolos do Folheta tem uma equipa de quantas pessoas?
Abriu com 3 pessoas e hoje em dia tenho uma equipa estável de 12. Já não sou só eu a confecionar embora me dê um gosto enorme continuar a fazê-lo. Aposto na formação da minha equipa e por isso neste momento estou a oferecer formação de barista. Tudo pelo bem da equipa, das suas carreiras, mas sobretudo para o bem da casa.

Agora que o ano está a acabar, pode-se dizer que 2019 foi positivo?
Sim, muito positivo. Desde que abrimos tem sido sempre a crescer. Os objetivos impostos por nós foram alcançados, temos tido muito trabalho e esperamos dar conta do recado. Não sei o que é Natal há algum tempo porque tenho sempre muito trabalho, mas é sinal de que estamos a atingir os patamares desejados por mim desde sempre.

Existem projetos futuros?
Há sempre a ambição presente de abrir outros espaços iguais ao original, sempre por baixo do meu olho, com os mesmos produtos e com a mesma decoração. Para mim não faz sentido se for de outra forma.

Quer deixar uma mensagem de Natal para os clientes e leitores?
Quero acima de tudo dizer – e desejar – que quero continuar a ter os mesmos clientes e que juntos continuemos a crescer. Agradecer-lhes principalmente porque o meu sucesso é todo graças a eles. Dessa forma, desejo a todos um Feliz Natal.

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