FESTEJAR A GASTRONOMIA NO CENTRO DO PAÍS
Para os fãs da lampreia, todos os caminhos vão dar a Mação, pois foi no passado dia 28 de fevereiro que teve início o Festival da Lampreia 2020, que se prolonga até dia 12 de abril. Em entrevista à Revista Business Portugal, o Presidente da Câmara Municipal, Vasco Estrela, falou sobre o tão aclamado evento.
O que espera do Festival da Lampreia deste ano?
Espero que as pessoas que nos visitem nestes dias possam ficar satisfeitas com os pratos que vão comer e que seja uma oportunidade para que os restaurantes do nosso concelho sejam mais conhecidos. Evidentemente que o forte será a lampreia, pois há pessoas que fazem muitos quilómetros para comer essa iguaria, no entanto, mais do que isso, espero é que gostem do nosso Festival, da nossa vila e do nosso concelho.
Quantos restaurantes aderiram?
Vamos ter oito restaurantes aderentes, espalhados por todo o concelho e isso é um sinal de que a lampreia não está só confinada à freguesia de Ortiga, mas sim a todo o concelho. É sinal de que as pessoas e os donos destes espaços estão motivados a participar nestas iniciativas e não se resignam a fazer sempre o mesmo, mas sim a inovar. O único fator obrigatório para a participação destes restaurantes é o cumprimento de haver lampreia quando esta for anunciada. Por outro lado, vamos aproveitar e promover os produtos da nossa terra, oferecendo a cada restaurante um presunto, azeite, azeitonas e pasta de azeitonas para que eles possam oferecer aos seus clientes.
O Festival da Lampreia tem atraído mais turismo?
Sim, ao apostarmos neste Festival estamos seguramente a acrescentar valor a isso e a alargar essa tradição aos mais espaços do nosso território. O concelho só tem a ganhar com isso. É um investimento numa promoção que vale a pena. Este dinamismo num município do interior é muito importante e tem tido resultados muito positivos.
O Festival já conta com quantas edições?
Este Festival teve uma primeira edição em 2004, mas foi a partir de 2013 que começámos a fazer o Festival nos moldes que tem hoje. Apenas há dois anos não o realizámos, devido às águas do rio Tejo não estarem em condições. No entanto, hoje há condições para que o peixe que é pescado no rio Tejo seja consumido com total garantia.
As pessoas valorizam este tipo de eventos?
Já estou aqui há anos suficientes para saber que é impossível agradar a todos, mas penso que no geral as pessoas reconhecem que é um bom investimento. No final do dia, tenho de assumir a responsabilidade das decisões que tomo e é isso que eu faço.
Querendo-se afirmar como Vila dinâmica, que eventos mais serão realizados ao longo do ano?
Temos um programa cultural que se desenvolve ao longo do ano. Temos projetos em conjunto com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, que pretende, por exemplo, dar animação às praias fluviais, apoiamos de forma muito firme várias atividades culturais e recreativas promovidas pelas associações locais. Temos ainda a nossa Feira Mostra, sendo que tentamos dinamizar tudo aquilo que é possível e viável na nossa região. Contamos sempre com um empenho enorme por parte das nossas associações e isso é de louvar porque é importante que tenhamos consciência de que, em muitas localidades, se não fossem as Associações a organizar eventos e atividades, seria tudo muito mais difícil. O poder associativo é um caminho para manter vivo o território e nós estamos sempre atentos e apoiamos essas entidades.
No que diz respeito ao investimento no concelho, o que pode dizer?
Estamos neste momento a viver um período bom, em perspetivas de investimento no nosso concelho. Estamos com cinco ou seis projetos em análise, que podem representar um conjunto de empregos muito significativo. Não vou adiantar muito, mas trata-se de mais uma fábrica de presuntos e enchidos, de outras dedicadas à produção de canábis e de alguns outros investimentos que estão pendentes dos financiamentos do Portugal 2020. Eu sou sempre muito comedido nestas questões porque gosto de me manter expectante e alerta, mas estou positivo neste campo e nós tentamos oferecer as melhores condições possíveis para que as coisas aconteçam. Há, de facto, sinalização de investimentos e é isso que me compete dizer à população.
Qual o balanço que faz do seu mandato?
Está a ser um mandato altamente conturbado, mais em termos pessoais, muito marcado por aquilo que foram os incêndios de 2017 que nos fez passar por um período longo de trabalhos jurídicos, políticos e administrativos que me deixaram com um grande desgaste. Felizmente, tivemos ganhos de causa e, portanto, tudo aquilo que afirmámos durante meses, foi comprovado. Está a ser marcado também pela reconstrução do que foi destruído, quer em paisagem, quer em imóveis e infraestruturas. Mas, no essencial, estou convicto de que iremos cumprir com o que tínhamos definido para o nosso território e que tinha a ver com a sua valorização, nomeadamente a reabilitação das margens do rio Tejo, regeneração urbana, reabilitação do cineteatro, dinamização do centro de negócios, construção de um centro de atividades ocupacionais para deficientes e ainda requalificação urbana nas freguesias do concelho, ou seja, tudo aquilo que eram obras visíveis estão encaminhadas. Diria que, tendo em consideração o início conturbado deste mandato, o balanço até à data é positivo.
Posso dizer que têm aqui um concelho com as portas abertas para os receber. Temos uma praia fluvial que vai para o 15º ano com bandeira azul, é um caso único no país, e temos diversos e variados eventos que vão, com certeza agradar a todos quantos nos visitem. E, claro, esperamos por todos os apreciadores da lampreia, até ao dia 12 de abril. O povo de Mação sabe bem receber e aqui espera por todos os que nos queiram conhecer.