Envelhecimento Cerebral Saudável

 

 

Mª Assunção Vaz Patto, M.D., PhD. Professora Associada – FCS-UBI Assistente Graduada de Neurologia Coordenadora do AgeINfuture – Centro Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável do Interior da Região Centro Coordenadora do Grubi – Centro afiliado da Cochrane Portugal

 

Há uma guerra antiga entre duas especialidades médicas: a neurologia e a cardiologia. Os cardiologistas insistem que o coração é o órgão mais importante – sem o coração, de facto, estamos mortos. Mas como se vive sem cérebro?  É o cérebro que nos define como pessoas – e são frequentes as alterações de personalidade que vemos quando o cérebro não funciona bem. A partir de uma célula específica – o neurónio, que por si só é um mini computador – formam-se redes, que se tornam mais ou menos resistentes pelos processos de aprendizagem e que, dependendo da localização nas várias áreas do cérebro, têm funções especificas. Também é o cérebro que nos mostra o mundo – vemos, ouvimos, sentimos, e o que recebemos é descodificado e transformado em movimento, ideias, pensamentos e emoções. Assim como o cérebro nos torna um individuo, também é o cérebro que permite ligar-nos a outros indivíduos e formar grupos com características comuns. Previamente pensava-se que este conjunto de neurónios e redes eram definitivos, mas nos últimos anos foram descobertas várias zonas do cérebro onde existem células precursoras de neurónios que se transformam em células novas. Este processo pode ser potenciado por exercício físico, uma alimentação saudável e por um processo de aprendizagem ao longo da vida associado a uma vida social positiva.  São estes os 4 pilares de um envelhecimento cerebral saudável. Assim, mais importante que decidir se é o coração ou o cérebro que nos faz mais falta, termos um estilo de vida que preserve órgãos tão complexos e fantásticos é a obrigação de cada um de nós. Para continuarmos como indivíduos a sentir o mundo, e como grupo, a conseguir mudá-lo. O AgeINfuture – Centro de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável do Interior da Região Centro visa melhorar a saúde e qualidade de vida da atual geração de idosos, tendo o cérebro um foco central nas suas atividades.

 

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