“Em Cascais e Estoril, ninguém fica para trás”
A sustentabilidade é um tema prioritário “de hoje, de ontem e de amanhã” para o executivo da Junta de freguesia de Cascais e Estoril. A autarquia, liderada por Pedro Soares, premiada na área da sustentabilidade ambiental como Eco Freguesia, tem concebido diversos projetos que salvaguardam os recursos potenciadores da freguesia.
A Junta de Freguesia de Cascais e Estoril pauta-se pela forte dinâmica do executivo que se estende à população em geral. Exemplo disso é a iniciativa “Cozinheiros à mão” na qual voluntários das paróquias de Cascais e do Estoril, em colaboração com a junta, cozinham para as famílias mais carenciadas?
Sem dúvida. Este é um executivo que se preocupa de facto com a população e com as suas dificuldades nas mais variadas áreas, pelo que fazemos tudo o que nos é possível para estar junto das pessoas e responder a essas dificuldades.
E para o conseguirmos fazer contamos com diversos parceiros de diversas áreas e com a generosidade de pessoas comuns, como é o caso dos Cozinheiros à Mão, um grupo de voluntárias da Paróquia de Cascais e do grupo de voluntárias da Paróquia do Estoril. São dois grupos distintos, mas que assumiram a mesma missão – a de ajudarem famílias que estão a enfrentar sérias dificuldades – cozinhando nas suas próprias casas centenas de refeições, semanalmente, que a Junta de Freguesia, com a ajuda de dezenas de voluntários, entrega nas casas dessas famílias. Mas para além destes dois grupos tenho de salientar também a ajuda que temos tido dos empresários da restauração da Freguesia, que mesmo quando estavam de portas fechadas, a passarem pela maior crise de sempre, acederam de imediato ao nosso pedido e há um ano que doam refeições quentes. Em Cascais e Estoril, ninguém fica para trás, reforçamos os programas da rede social de Freguesia, onde contamos com a preciosa ajuda de mais de 300 voluntários e contamos com uma presença reforçada no terreno dos nossos parceiros sociais e do município, com o objetivo de chegar a quem mais precisava nesta altura difícil. Já distribuímos ao domicílio perto de 45 mil refeições quentes e contamos ainda com a precisa ajuda da comunidade nórdica, sul africana e inglesa, residente em Cascais e Estoril, o qual nos permitiu entregar cerca de 3500 cabazes de apoio alimentar às famílias.
Por uma freguesia mais limpa, em parceria com a Claro Cascais e com o apoio do Município de Cascais, a Junta de Freguesia desenvolveu três projetos interligados: “Cascais e Estoril sem beatas”, “SUP(era) o Plástico” e “Mergulha por Cascais”. Quais são os efeitos práticos destas ações?
O meio ambiente é uma das nossas maiores preocupações e estes projetos visam não só sensibilizar e consciencializar a população que é urgente mudar maus hábitos, como por exemplo atirar beatas de cigarros para o chão, ou máscaras, que é o novo flagelo, como também de facto contribuir para a remoção efetiva de resíduos dos ecossistemas marinhos. Na primeira ação destes três projetos interligados foram removidas 40 mil beatas e 600 máscaras das ruas da freguesia, que deram origem a duas pranchas de paddle surf com encaixe frontal para balde de lixo, que estão agora disponíveis para os munícipes para apoiarem na limpeza de resíduos superficiais das nossas águas, promovendo assim a economia circular. Paralelamente na ação de mergulho subaquático, na qual contamos com o apoio do instrutor José Eduardo Santos do Clube Naval de Cascais, foi removido cerca de meia tonelada de lixo marinho, com destaque para 13 armadilhas de pesca, 12 pneus, 3 âncoras, 36 quilos de plástico e 5 quilos de vidro. Foi um arranque em grande que trouxe a todos os envolvidos – 23 mergulhadores, 30 voluntários e 4 pescadores – uma sensação de bem-estar e orgulho por poderem contribuir ativamente para melhorarem o ambiente, e isto passou para fora, de tal forma que agora somam-se os pedidos de pessoas que querem participar nos próximos mergulhos. E isto é muito importante, é ganhar consciência e querer fazer melhor.
O projeto “Mergulha por Cascais” é um projeto em parceria com o Movimento Claro e com o apoio do Município e dos pescadores locais que se repete mensalmente. É urgente a criação de projetos como este que salvaguardem os recursos potenciadores da freguesia?
Infelizmente a população em geral não está sensibilizada para as questões ambientais e por isso não tem noção do quão prejudicial é a incorreta deposição de resíduos. Todo o lixo que se atira para o chão, vai parar às sargetas e acaba no mar. Em Portugal a cada minuto são atiradas 7000 mil beatas e uma só beata é capaz de contaminar 7,5 litros de água! As nossas praias estão cheias de paus de cotonetes, porque as pessoas não têm consciência que ao deitarem-nos para a sanita, vem tudo parar ao mar através dos esgotos. É mesmo urgente!
No seguimento desse mesmo projeto foram construídas duas pranchas Stand Up Paddle a partir de máscaras e de beatas. Estas iniciativas apelam à comunidade em geral, mas principalmente aos mais jovens que são o futuro, para uma maior consciência ambiental?
Apelam a todos, mas sabemos que sensibilizar e educar hoje os mais jovens, pode fazer a diferença amanhã, e por isso temos apostado na educação prática e concreta, atribuindo anualmente bolsas de mergulho e um programa de conhecimento dos ecossistemas marinhos de Cascais. E nas CAF e AECS das escolas parceiras da Junta de Cascais e Estoril damos prioridade às temáticas ambientais, com o apoio da Associação Claro Cascais.
A Junta de Freguesia de Cascais e Estoril tem tido de facto um papel de dinamizador e promotor no que à sustentabilidade e defesa ambiental diz respeito. É por aqui que passa também a revitalização da freguesia para um futuro mais otimista?
Sim, a sustentabilidade é um tema prioritário, de hoje, de ontem e de amanhã. E Cascais e Estoril tem-se destacado ao receber diversos prémios na área da sustentabilidade ambiental, sendo o prémio da Eco Freguesia, um dos destaques. Mas o otimismo e resiliência ambiental requerem muita ação, pelo que têm sido várias as iniciativas deste executivo… Promovemos frequentemente ações de limpeza de praia, envolvendo os nossos jovens e os nossos seniores. Em 2017 começámos a promover ações de remoção de espécies invasoras da nossa costa, como é o exemplo do chorão e fomos a primeira Junta de Freguesia do país a abolir o plástico descartável, em 2018. Distribuímos gratuitamente cinzeiros pelo comércio local, criando condições para que estes possam depor devidamente os seus resíduos. E temos outro projeto, que iremos implementar nos próximos meses, o “Torre Plastic”, que resulta de uma parceria com a Associação Gaivotas da Torre e com o Movimento Claro e visa a produção de skates a partir de plástico, envolvendo todo o bairro e jovens da Torre. A sustentabilidade é um tema da agenda global, que requer cada vez mais uma resposta local.