“Dourado Distribuição, o vinho na sua mão”

Sandra Dourado, CEO

A Dourado Distribuição nasceu das mãos de Fernando e Lucília Dourado, atualmente, a filha, Sandra Dourado, prossegue com o grande sonho do pai. Sandra partilha, com a Revista Business Portugal, a história de uma empresa que há 39 anos vende vinho do Alentejo e para o Alentejo.

A Dourado Distribuição nem sempre foi conhecida como tal, mas pode afirmar que já tem quase 40 anos de história e de atividade no mercado de distribuição de vinhos. É em 1984, em Alvaiázere (Leiria), que nasce a empresa, naquela altura designando-se por Fernando Antunes Dourado, Lda. O patriarca já se encontrava neste mercado há mais de 18 anos e tinha o sonho de vir a ter a sua própria empresa. Sandra pôde acompanhar a criação e o crescimento da mesma, acabando por assumir a direção mais tarde.

Em 1991, surge a oportunidade de comprar a representação da adega de Reguengos a um colega distribuidor e, assim, começa uma nova jornada, agora em Estremoz, no Alentejo. Inicialmente, todo o negócio tinha um caráter familiar, mas a partir de 1997, foi necessário ter vendedores e distribuidores para ajudar no trabalho – começaram com quatro colaboradores e, hoje, já são 22. Em 2008, surge mais uma oportunidade de negócio: a Câmara Municipal desafia-os a abrir, no centro histórico, um “showroom” (loja que expõe as marcas e as adegas premium com que trabalham), que ganha o nome de Divinus Gourmet. A loja acabou por se tornar um ponto turístico, para além de ser uma porta aberta para as provas de vinho, convidando clientes da restauração e consumidores finais. Aqui, cada taça de vinho é uma viagem gastronómica pelos recantos mais saborosos do Alentejo, permitindo que se saboreie a essência autêntica da região em cada golo.
O ano de 2009 é considerado o ano de mudança da empresa e o início de uma nova estratégia de crescimento, a Fernando Antunes Dourado, Lda dá lugar à Dourado Distribuição. O foco primordial da empresa sempre foi e sempre será a venda de vinhos do Alentejo e para o Alentejo, em que a sua principal área de distribuição está dentro do canal Horeca (Hotéis, restaurantes, cafés). Também vendem para algumas mercearias e lojas Intermarché, e fazem revenda para alguns colegas distribuidores que não têm as suas representações.

Se em 1991 só comercializavam com oito adegas cooperativas, mais a adega Esporão e Cartuxa, hoje já trabalham com mais de 100 produtores de vinho, revela Sandra. A família Dourado criou também uma marca de vinho em Estremoz, conhecida por “A Fonte do Imperador”. A mesma é um vinho mais acessível e de “bag-in-box”, de modo a não fazer concorrência com determinados produtores com que gostam de trabalhar – um mercado e um cliente diferente. Foi um sonho concretizado pelo pai de Sandra, que pretendia ter um vinho próprio e criar uma adega. Mas esta última acabou por não acontecer, sendo que a filha conseguiu dissuadi-lo de uma ideia que poderia causar-lhes transtornos com distribuidores, adegas, produtores ou outros parceiros.

Desta forma, acabam por estar inseridos num mercado mais acessível com a sua marca de vinho e num mercado especializado, médio/alto, na distribuição de vinhos. Esta última justifica-se pelo facto de “o Alentejo ser muito grande, mas ter poucos clientes e os custos de logística e distribuição serem maiores do que no resto do país”, explica Sandra. Tendo em conta a situação atual, o aumento do preço médio por cliente torna-se um dos principais objetivos da empresa, que pretende fazê-lo ao implementar um maior número de referências no mercado – este número já não se demonstra baixo atualmente. O seu posicionamento no mercado já está bem cimentado e, de acordo com Sandra, justifica-se também pelo serviço diferenciador que oferecem. “Nós temos a felicidade de os clientes gostarem de trabalhar connosco, muito por termos um serviço que nos diferencia”, reforça.

Este serviço passa pela pontualidade nas entregas, pela comunicação clara e transparente, pelo contacto direto e próximo do cliente e por ações de entreajuda. “Atualmente, a parte dos secos, rolhas, cápsulas, rótulos, apresentam períodos de carência nas suas entregas e os produtores nem sempre têm vinho para entregar. O nosso papel é tentar ajudar o cliente a selecionar um outro vinho temporariamente para não ter falha de vinho e tê-lo para vender”, explica Sandra. Para além disso, as vendas são todas feitas presencialmente, de modo a aumentar o contacto com o cliente e fazer com que o mesmo conheça a equipa e possa criar uma relação com esta.

A Dourado Distribuição atua nas duas vertentes do mercado e, por essa razão, conseguem também melhorar o seu serviço. Isto porque obtêm todas as novas informações sobre os vinhos com as adegas e depois transmitem-nas aos clientes que vão vender o vinho ao consumidor final, ou seja, aos restaurantes, cafés e hotéis.

Sendo que o consumidor se interessa cada vez mais por vinho, a Dourado Distribuição também organiza tertúlias que promovem a conversa sobre vinho e comida. Recentemente, decorreu a 6º edição do “Andanças do Vinho e do Petisco”, que permite juntar um grupo de cinquenta pessoas, convidando-as a apreciar um copo de vinho e um petisco no fim de um dia de trabalho. Se até antes da pandemia, estas tertúlias realizavam-se num espaço fechado, agora promovem a realização do evento num local ao ar livre. “Fazemos tudo na rua, de passagem, e vamos andando, comendo, bebendo e falando. É um ambiente diferente”, explica.

A Dourado Distribuição orgulha-se de já ter 700 clientes a comprar-lhes vinho, sempre e só na zona do Alentejo e é por ali que querem continuar. Como já não abrem assim tantos restaurantes na zona, Sandra volta a reforçar que a empresa tenta introduzir o maior número de referências por ponto de venda, ou seja, por cliente. “É a única forma que temos para crescer, sem sair da nossa zona e sem invadir zonas de outros colegas”, acrescenta.
Já o legado da Dourado Distribuição, nos próximos anos, continua assegurado por Sandra. Quem virá a seguir ainda não se sabe, mas, se continuar na família, será assegurado pela terceira geração. E o objetivo nunca mudará: tentar colocar o vinho mais facilmente no mercado. Já existe a proposta de um novo slogan, mas não podemos divulgar o seu autor: “Dourado Distribuição, o vinho na sua mão”.

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