CPLP: novas conquistas no horizonte
Séculos de uma história comum fazem das reuniões da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – bem mais do que um encontro de chefes de Estado, primeiros-ministros e outras grandes figuras de cada estado membro de vários cantos do mundo: África, América do Sul, Ásia e Europa. Estas são sempre motivo de grande esperança para os povos destes países. Uma esperança que se adia teimosamente. Mas que nunca esmorece na determinação das populações irmanadas pela política, língua e vontades comuns. Uma esperança que é transversal a todas as classes sociais. Uma esperança que pretende atingir a livre circulação de pessoas, bens e capitais, ferramentas imprescindíveis para o catalisar do desenvolvimento harmonioso de todos os países membros. São estes os desígnios que o povo espera que possam sair destas reuniões da CPLP. Por isso elas têm uma importância singular.
Há poucos dias, na cimeira de Luanda da CPLP, pudemos sentir, com particular satisfação, o propósito que a mesma atingiu. Ou seja, a abertura para a criação de uma base mais sustentada e mais ampla, para poder absorver os anseios de uma comunidade que se quer mais irmanada, num futuro próximo! A reclamada mobilidade, dentro da CPLP, é condimento indispensável para se atingir este fim, e, nesta cimeira, ela viu a luz do dia. Mais ainda, quando pudemos saber que a própria União Europeia estava a acompanhar este processo e que o apoiava.
Esta decisão, sendo tardia e que apenas representa um pequeno passo, vem trazer um renovado alento, para quem tanto ambiciona estas metas. Recebemos com grande satisfação, esta decisão da mobilidade dentro da CPLP. Mas, esta só terá um impacto verdadeiramente importante na vida das populações, se for completada, com a maior brevidade possível, com a livre circulação de bens e capitais. Os empresários anseiam por estas medidas que abram novos horizontes empresariais, potenciando o desenvolvimento das localidades e a criação de postos de trabalho sustentável. As populações sabem que uma boa parte das suas preocupações poderá encontrar soluções estruturantes para as suas vidas, se a vontade política levar por diante estas suas justas ambições.
Numa análise mais profunda, e olhando mais além, estas medidas poderão contribuir para o fim da emigração ilegal. Uma calamidade humana que vemos todos os dias nos nossos noticiários. A criação de uma vida mais estável, com fundação de empresas, que trazem postos de trabalho, que oferecem mais oportunidades para os locais, certamente que os fixará nos seus países, não necessitando de buscar a realização dos seus sonhos, ou mesmo a mera subsistência, noutro país e de forma ilegal. Acredito que esta poderá ser uma solução bem capaz de mitigar esta triste realidade. Para isso, os próprios países que são atingidos por esta mesma emigração ilegal, teriam todo o interesse em contribuir para este desafio.
É urgente o aparecimento e medidas políticas, económicas e financeiras que tragam mais cidadãos a participar ativamente nos mercados de trabalho e de consumo.
Durante esta cimeira da CPLP em Luanda, é incontornável referir o excelente ambiente de cordialidade e amizade que sempre rodeiam o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. É sempre com enorme carinho que os angolanos o recebem, e desta vez não foi exceção. Pelas ruas da capital, Luanda, imensos populares fizeram questão de saudar o Presidente português, e este, dentro das limitações a que obriga esta pandemia, retribuiu a amizade com acenos e pequenas conversas de circunstância. Nas deslocações, desde o hotel onde se hospedou, até ao palácio presidencial, passando pelo engraxador de sapatos, todos foram sempre motivo de grande cumplicidade entre Marcelo Rebelo de Sousa e os angolanos. Marcelo tem uma forma de estar na vida pública que mereceu os aplausos e a satisfação dos que o procuraram pelas ruas de Luanda. O presidente português, igual a si próprio, é motivo de união entre os povos da CPLP, o que muito ajuda na criação de laços mais fortes e mais livres entre os povos!