CNS: Um modelo para o tratamento de doenças neurológicas
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Joaquim Ferreira, Ana Castro Caldas e Margarida Rodrigues – CNS – Campus Neurológico
Nas últimas décadas, no mundo ocidental, assistimos a um aumento significativo da longevidade, o que tem contribuído para uma maior prevalência de doenças associadas à idade, como a Doença de Parkinson, a Doença de Alzheimer e outras formas de demência. Este aumento continuará nas próximas décadas, com a previsão de duplicação do número de pessoas com demência nos próximos 30 anos. Este cenário coloca as doenças neurológicas entre os maiores desafios do século XXI, impactando não só a saúde global das populações, mas também os sistemas de saúde em todo o mundo.
Apesar dos avanços notáveis da medicina, o desenvolvimento de medicamentos eficazes para as doenças cerebrais continua a ser uma tarefa difícil. Com exceção da esclerose múltipla, poucas inovações farmacológicas trouxeram benefícios significativos, especialmente no que diz respeito à progressão de doenças neurodegenerativas como a Doença de Parkinson e a Doença de Alzheimer.
Simultaneamente, tem havido um crescente corpo de evidência científica que suporta os benefícios de abordagens terapêuticas não farmacológicas, como a fisioterapia, terapia da fala, nutrição, entre outras. No entanto, ainda é um importante desafio definir o melhor modelo de combinação destas várias intervenções e avaliar a sua eficácia.
O CNS – Campus Neurológico é uma instituição pioneira em Portugal na abordagem interdisciplinar destas doenças. O modelo do CNS caracteriza-se pela integração de cuidados, em regime de internamento e ambulatório, centrado no trabalho de equipas multidisciplinares. Este modelo está particularmente evidente nos programas terapêuticos para a Doença de Parkinson, a Doença de Alzheimer e sequelas de AVCs, em que os doentes beneficiam de uma abordagem integrada que inclui neurologistas, internistas, psiquiatras, fisioterapeutas, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, entre outros. Além disso, o CNS tem participado em projetos de investigação (https://icare-pd.ca) que têm por objetivo ajudar a definir o melhor formato de intervenções multidisciplinares e o papel dos vários profissionais de saúde.
Na nossa opinião, o conceito “tradicional” de tratamento centrado na consulta médica e nos tratamentos farmacológicos está sendo substituído por um modelo que valoriza a integração de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos. Esta mudança obrigatória representará um novo desafio para as autoridades e instituições de saúde, que devem garantir que todos os doentes tenham acesso aos melhores cuidados.
Ao combinar cuidados de saúde de qualidade, investigação clínica e formação de profissionais, o CNS constitui-se como uma instituição de referência na abordagem das doenças neurológicas. De igual forma, manifestamos a nossa total disponibilidade para contribuirmos, com a nossa experiência, para a melhor definição do modelos de cuidados de saúde a serem prestados às pessoas com doenças neurológicas ou em risco.