ACICF: A associação comercial e industrial que pensa no futuro

Numa conversa realista com Carlos São Martinho Gomes, Presidente da Associação Comercial e Industrial do Concelho do Fundão (ACICF), a Revista Business Portugal ficou a conhecer os aspetos que mais apela à sensibilização da sociedade: o papel do empresário na atualidade e o impacto ambiental.

“Atualmente a posição do empresário é um fator de preocupação e que necessita seriamente de ser olhado de outra forma”, começa por constatar Carlos São Martinho Gomes. Apoia para a mudança de opiniões e luta, desde o seu primeiro dia na ACICF, para que o papel ativo e dignificador do empresário seja olhado desta mesma forma.
Paralelamente a esta mudança, a segurança e a estabilização financeira são fatores igualmente importantes e que devem ser olhados com maior seriedade. O progresso dos empresários passa também pela alteração destas condições, que têm a associação como defensora dos seus direitos e interesses.
A ACICF começou por criar ações de formação e divulgação, cujo objetivo seria a luta pela igualdade na fiscalização. A revisão à tabela de taxas e licenças, juntamente com a autarquia, foi efetuada e resultou positivamente na redução de 75 por cento da fiscalidade. Aspetos estes positivos e que potenciam para a mudança deste paradigma.

Formação e atualização

Aliados à pressão de gerir qualquer empresa, o tempo e os recursos são poucos para as mesmas se organizarem e atualizarem. Como resposta imediata a estas preocupações, a ACICF criou formações nas áreas do turismo e comércio/indústria, com as vertentes de empreendedorismo/gestão e formação, que abrangem desde funcionários a gestores. Desta forma, “os empresários têm tempo de se organizarem, atualizarem e alargarem o seu olhar”, afirma o presidente.
Neste momento as candidaturas estão em fase de finalização, mas contam já com 30 a 50 empresas.

Em prol de um futuro mais ecológico

Foi a pensar nas alterações climáticas que a ACICF lançou uma alternativa ao plástico. De forma a alertar para a mudança, no início do primeiro mandato do atual presidente, surgiu a iniciativa da proibição de utilização de plástico descartável no Festival de Rua do Fundão – Cale e SangriAgosto: “Introduzimos o copo reutilizável e o cinzeiro portátil. Para ajuda à higienização destes objetos, disponibilizamos o lava copos, lava mãos e sanitários públicos ligados ao saneamento”.
O projeto serviu também como auxílio à promoção da zona antiga do Fundão para tentar, não só a reabilitação, como também a reocupação de espaços antigos. A adesão foi notória e de encontro às expetativas: “Foi um projeto arriscado, de bastante investimento, mas que foi uma aposta ganha para o Fundão”, afirma Carlos São Martinho Gomes.

A importância do turismo

Perante um tecido empresarial com bastante diversidade, o turismo revelou-se numa ajuda para a autarquia desde o início do século, com o começo da expansão da cereja. A forte componente empresarial no setor agroalimentar e na indústria no setor primário suscitaram uma elevada expansão da fruticultura e dos frutos secos. E mais recentemente, com a expansão das ervas aromáticas e do cannabis, tem existido cada vez mais um forte investimento por parte de grandes empresas, ligadas ao setor farmacêutico. “Para nós, município, o setor primário é fundamental, pois a maioria da economia sobrevive sobretudo do nosso setor agrícola. Foi o setor que mais dinamizou o comércio, desde sempre, pela sua economia circular”, remata.

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