Criada em 2019 como Laboratório Colaborativo, a VectorB2B posiciona-se hoje como centro estratégico de inovação em saúde. Ana Custódio e Francisco Castro, Co-CEO’s, explicam como a ligação entre ciência, indústria e sistema de saúde tem acelerado o desenvolvimento de terapêuticas com impacto real.
Como surgiu a VectorB2B e de que forma se posiciona atualmente como Centro de Interface Tecnológico na interseção entre ciência, saúde e inovação em Portugal?
A VectorB2B foi criada em 2019 como um Laboratório Colaborativo (CoLAB), com área de atuação em Saúde, resultado de uma parceria entre sete entidades académicas e industriais de referência, com o objetivo de colmatar a fragmentação do setor biotecnológico em Portugal e acelerar a translação de conhecimento científico em soluções terapêuticas.
Desde a sua fundação, tem vindo a posicionar-se como uma one-stop-shop em Portugal que integra competências desde a descoberta até ao desenvolvimento clínico de medicamentos e dispositivos médicos.
O seu modelo colaborativo permite atuar como ponte entre a investigação e a indústria, promovendo inovação com impacto no sistema de saúde e no mercado.

Que tipo de soluções e serviços a VectorB2B tem vindo a disponibilizar às indústrias farmacêutica, biotecnológica e de dispositivos médicos, e que impacto têm gerado ao nível do ecossistema nacional de I&D?
A VectorB2B disponibiliza serviços ao longo de toda a cadeia de desenvolvimento de medicamentos e dispositivos médicos: ensaios de eficácia, estudos pré-clínicos, apoio regulamentar, produção de lotes para fase pré-clínica e clínica e gestão de ensaios clínicos. Destacamo-nos por sermos, atualmente, a única entidade em Portugal com capacidade certificada para realizar estudos de toxicologia regulada sob boas práticas de laboratório, uma etapa essencial no processo de desenvolvimento de novos produtos. Esta abordagem integrada permite acelerar o time-to-market das soluções em desenvolvimento. O impacto tem-se traduzido no apoio a dezenas de empresas nacionais e internacionais, reforçando o posicionamento de Portugal como um ecossistema competitivo e inovador na área da saúde.
Na vossa perspetiva, qual é o papel dos CoLABs e dos CTIs como aceleradores da competitividade nacional e internacional? Que mais-valias têm resultado da participação ativa nesta rede?
Os CoLABs são instrumentos fundamentais para dinamizar a transferência de conhecimento e acelerar a inovação com aplicação real, promovendo a colaboração entre academia, indústria e, no nosso caso, sistema de saúde. O modelo permite reduzir o risco associado à experimentação, impulsionar projetos de elevado valor acrescentado e reforçar a capacidade de atração de investimento e talento para Portugal. No caso da VectorB2B, a participação nesta rede tem promovido a construção de uma reputação sólida como parceiro científico-industrial de referência, tanto a nível nacional como europeu. Também tem possibilitado o acesso a financiamento estratégico, à partilha de boas práticas e à integração em projetos estruturantes nacionais e internacionais.
A colaboração com universidades, centros de investigação e empresas é uma peça-chave para o sucesso da VectorB2B. Pode partilhar alguns exemplos concretos de projetos colaborativos que representem inovação com aplicação real no mercado?
A VectorB2B foi criada precisamente para integrar capacidades académicas e industriais e tem desenvolvido múltiplos projetos colaborativos com impacto real. Por exemplo, no âmbito do consórcio BioHUB, apoiado pelo PRR, lideramos a monitorização de dois ensaios clínicos multicêntricos e multinacionais, cujos produtos terão aplicação terapêutica em doenças infecciosas. Também somos membros dos consórcios europeus Livertarget e Coroprevention, focados respetivamente na descoberta de terapias hepáticas e na prevenção personalizada de doenças cardiovasculares. A nível nacional, desenvolvemos serviços em colaboração com os nossos associados: Technophage, Tecnifar, Bevag, FMVUL, FFUL, FMUL e a Universidade de Coimbra. Também com hospitais públicos e privados, através do modelo de disponibilização de recursos especializados, que responde a uma necessidade concreta do sistema hospitalar português em realizar investigação clínica. Estes projetos são exemplos claros da aplicação prática da investigação em soluções de mercado.
Quais são as principais metas para os próximos anos e que visão estratégica a VectorB2B traçou para continuar a consolidar-se como um ator de referência na área da inovação em saúde, a nível nacional e internacional?
A nossa estratégia assenta em dois pilares: inovação transformadora e desenvolvimento estrutural sustentável. Estamos focados em consolidar as áreas core e em explorar novas oportunidades, como a colaboração com unidades hospitalares e o desenvolvimento de soluções laboratoriais versáteis. Apostamos na criação de serviços adaptáveis, no reforço de parcerias internacionais e na presença em consórcios europeus. Queremos consolidar a VectorB2B como one-stop-shop em saúde, com uma proposta de valor centrada na flexibilidade, excelência científica e impacto económico.





