‘Valor através da Inovação’

Vanessa Jacinto é o rosto da Boehringer Ingelheim em Portugal. Um rosto feminino. Numa edição com enfoque na mulher enquanto líder, e a propósito do Dia Internacional da Mulher, Vanessa Jacinto conversou com a Revista Business Portugal, dando-nos a conhecer a sua visão enquanto uma líder de sucesso.

 ‘Valor através da Inovação’ é um dos pilares fundamentais da Boehringer Ingelheim (BI). Pode dizer-se que a preocupação em gerar inovação está no seu ADN?

Sim, podemos dizer que gerar inovação está no ADN da BI. Sendo uma empresa fortemente orientada para a investigação e desenvolvimento (I&D), tem estado desde sempre empenhada em melhorar a saúde humana e animal. ‘Valor através da Inovação’ é a nossa visão, que se reflete nos investimentos feitos anualmente em I&D. Hoje, a inovação e a liderança são os princípios orientadores nos 145 países em que a BI está presente e para os cerca de 50 mil colaboradores em todo o mundo e resulta do facto da BI continuar a ser uma empresa familiar. ‘Valor através da Inovação’, onde se centra a nossa visão institucional, resume os objetivos e convicções da BI e é o motor e a força para todos os colaboradores.

A BI está presente em Portugal há mais de 50 anos. Como avalia esta presença e o crescimento notável que têm conseguido?

A aposta no desenvolvimento e na formação dos colaboradores continua a ser um fator crítico de sucesso, uma vez que profissionais melhor formados prestam um melhor serviço à comunidade científica e, consequentemente, aos doentes e à sociedade. Os resultados são em grande parte explicados por estas medidas e pelo reconhecimento de clientes e parceiros. Em 20 anos, no mercado ambulatório, passámos do 25º lugar para o 9º. Nos últimos quatro anos temos conseguido manter um nível de crescimento muito sustentado. Um outro aspeto importante é a forte aposta em ensaios clínicos, que tem permitido que a empresa seja altamente reconhecida por todos os parceiros. Quando se investe em I&D gera-se riqueza para o país, disponibilizando medicamentos inovadores em fases muito precoces, de forma gratuita, e aumentando o conhecimento dos profissionais de saúde, trazendo benefícios financeiros para os centros de ensaio.

As áreas terapêuticas em que a BI tem um forte posicionamento são a área respiratória e a área cardiovascular. Que outras apostas fazem parte da estratégia da empresa?

Efetivamente, as áreas pelas quais a BI é mais reconhecida são as respiratória e cardiovascular, mas tem também investido bastante na criação de valor em necessidades médicas não satisfeitas, em doenças do sistema nervoso central, doenças metabólicas, imunológicas e oncológicas. Todos os anos são investidos mais de 20 por cento do valor das vendas globais em I&D em todas estas áreas. Quanto à saúde animal, somos líderes na prevenção e no tratamento de doenças e estamos empenhados em melhorar a saúde dos animais. A Boehringer Ingelheim BioXcellence®, é já líder mundial no desenvolvimento e produção de medicamentos biossimilares.

Quais os principais desafios que se colocam actualmente ao setor farmacêutico?

Uma das metas dos sistemas de saúde é o aumento da esperança média de vida. Mas está na origem de constrangimentos e levanta desafios enormes, como a falta de recursos e aumento da procura de cuidados de saúde, com consequente aumento dos custos. Se os sistemas de saúde não se adaptarem a estas alterações demográficas, os gastos em saúde tornar-se-ão insustentáveis. A resposta a esse problema com foco na gestão de custos limita as opções terapêuticas disponíveis. Os medicamentos representam um quinto dos gastos em saúde mas têm sido o principal foco de medidas de contenção de custos. Assim, podemos dizer que o maior desafio que se coloca à IF é continuar a conseguir gerar negócio suficiente para manter a aposta no investimento em I&D, nomeadamente em Portugal.

Numa edição em que falamos do lado feminino à frente de empresas de referência, pergunto-lhe como tem visto o aumento do número de mulheres em cargos de chefia e de decisoras.

É com grande satisfação que vejo que o número de mulheres em cargos de direção nas empresas tem vindo a aumentar. As mulheres têm características que lhes permite serem bem-sucedidas na carreira. Estudos recentes têm revelado que a maior capacidade de comunicação e integração das mulheres, associada ao facto de serem mais sociais, permite melhores resultados no trabalho em equipa e revela que grupos que integram mulheres são mais produtivos. Esses estudos apontam que a diversidade de género na direção de uma empresa pode impulsionar o desempenho e aumentar as receitas. Quando se trabalha numa empresa como a BI, que promove a inclusão e diversidade, não existem diferenças e a liderança no feminino é algo que acontece naturalmente. Desde que um colaborador tenha um bom desempenho e traga valor para a organização, o género é indiferente. A BI em Portugal é um exemplo disso com um rácio mulheres vs homens na direção da empresa de 5:2.

E como se sente a Vanessa Jacinto nesse papel?

Conjugar a vida profissional e a vida pessoal, especialmente quando se tem filhos e conseguir ter um cargo de liderança nem sempre é fácil. Tendo os devidos apoios tudo é possível e trabalhando numa empresa como a BI, que valoriza o work-life balance, essa harmonia é possível. É gratificante sentir que podemos ser uma referência para os outros, o que nos estimula todos os dias a ser melhores e a querer chegar mais longe. O que procuro é liderar de forma mais inclusiva, com grande partilha de responsabilidades e apostando na comunicação e consenso. Não devemos descurar a orientação para as tarefas e a obtenção de resultados, mas na minha opinião, um ambiente organizacional onde existe um enfoque nas pessoas e onde se promove o bem-estar das equipas é fundamental para o sucesso da organização. Diria que o que mais inspira e estimula as equipas com que tenho trabalhado é a confiança, o otimismo, a identificação com os valores da empresa, a criatividade e o pensamento inovador. E, por isso, posso dizer que este é um papel no qual me sinto muito bem.

Quais os objetivos e desafios para 2018?

Como grandes objetivos para 2018, para além de garantir o acesso a medicamentos inovadores, queremos disponibilizar soluções integradas e contribuir para o controlo da doença reduzindo o custo dos tratamentos. Temos de continuar a gerar negócio suficiente para continuar a investir em I&D e a manter a atractividade de Portugal como país alvo de investimento. Por outro lado, a responsabilidade social é muito importante para nós. Estarmos mais perto da comunidade que nos rodeia e podermos ter um papel socioeconómico mais ativo, contribuindo para a melhoria da comunidade vai continuar a ser um dos nossos objetivos. Vamos continuar a trabalhar para que o futuro seja risonho. Vamos continuar a lutar por essa consistência e por sermos reconhecidos como uma empresa que traz diariamente valor para os portugueses.

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