Vagos: “Até onde queremos ir”
Em toda a sua história, o Município de Vagos tem sabido aliar as tradições à inovação, a ruralidade à criatividade, o património à juventude, mantendo sempre os valores característicos das suas gentes. Silvério Regalado, Presidente, evidencia a dinâmica e atratividade do município conseguidos com a criação de projetos impulsionadores.
No início de 2021, salientou a importância do envolvimento das pessoas, instituições, agentes económicos e culturais de vagos no desenvolvimento do concelho. A Responsabilidade, Ambição e Esperança, que destacou, são a chave para um futuro auspicioso?
Estes são, inequivocamente, pontos chave na abordagem a uma realidade, que como sabemos, foi profundamente alterada pela crise pandémica de Covid-19 e á qual me referi em altura de Natal e Ano Novo, onde a situação, como bem nos recordamos era bastante mais desfavorável. Agora, em altura de desconfinamento progressivo, faz cada vez mais sentido trazer para o discurso esta noção. A “Responsabilidade” de sabermos interpretar este regresso a uma normalidade progressiva, tendo sempre em atenção, quer nos comportamentos que adotamos do ponto de vista pessoal assim como na própria gestão do que vai acontecendo no Município. É importante fazer acontecer, mas sempre dentro do estrito cumprimento dos preceitos higiénico-sanitários, com o objetivo de não colocar em risco o trabalho extraordinário que os vaguenses, como os portugueses têm levado a cabo. Felizmente os números estão a descer, o processo de vacinação corre em bom ritmo. Estamos no bom caminho e aqui reside a parte da “Esperança”, porque acredito sinceramente que com a resiliência já demonstrada e com o empenho que todos temos demonstrado, vamos mesmo conseguir vencer esta provação. A parte da questão que se prende com a “Ambição”, tem a ver sobretudo com o trabalho que, apesar de todas as condicionantes deste último ano e meio, temos colocado no apoio à Educação, à Cultura, ao Desenvolvimento Económico, à Ação Social, ao Desporto e à Sustentabilidade Ambiental. Com efeito temos estado, como é de resto nosso dever ao lado das nossas crianças e dos nossos seniores e das instituições que deles cuidam, como é o caso das IPSS´s, das empresas, das associações e coletividades, das artes e dos artistas. Apesar de todas as condicionantes, o concelho de Vagos nunca parou.
Para alavancar o comércio local, no âmbito da pandemia COVID-19, o município e o Núcleo Empresarial de Vagos criaram “Vagos + Comércio”, um programa de revitalização da economia local premiado na 2ª edição do Prémio Autarquia do Ano. Significa que o tecido empresarial e a população estão a receber todo o apoio necessário?
Significa que estão a receber todo o apoio que tem sido possível à autarquia fornecer. Com efeito, a campanha de vouchers “Vagos+Comércio”, levada a cabo através de uma parceria com o Núcleo Empresarial de Vagos, durante oito meses injetou no comércio local, mensalmente, a quantia de 4000 euros, num total de 32 mil euros, através do sorteio de 40 cupões relativos a compras feitas no comércio local aderente à campanha, no valor igual ou superior a 10 euros. Os premiados receberam vouchers no valor unitário de 100 euros, a serem empregues em novas compras no comércio local. Foi uma iniciativa que teve uma adesão crescente e massiva quer da população, quer dos estabelecimentos comerciais, a tal ponto de considerarmos que seria útil com ela continuar até ao final de outubro, uma vez que as pessoas e as unidades comerciais continuam a necessitar do nosso apoio. O reconhecimento desta campanha levou ao prémio que referiu, sendo que o melhor prémio que podemos ter é percebermos que as nossas ações estão, de facto a ter impacto e a surtir efeitos nas pessoas e no comércio local. Esse é o nosso maior contentamento.
A Câmara Municipal de Vagos procura responder ao mercado atual, criando condições para a fixação do investimento no concelho e potenciar o empreendedorismo e a inovação, com uma visão estratégica. As bases em que assenta essa estratégia é, sobretudo, para garantir emprego e permitir a construção de estabilidade económica e social?
Sem dúvida! Já desde o início do nosso primeiro mandato, em 2013, que defendemos que só existem condições para o desenvolvimento eficaz e harmonioso de todo o concelho na medida em que este seja capaz de captar investimento empresarial gerador de emprego, que por sua vez, irá permitir que mais pessoas se fixem em Vagos, contribuindo, dessa forma para o seu crescimento progressivo. Ora, através da instalação de diversas unidades industriais de elevado quilate e de inegável pujança e sustentabilidade, quer na Zona Industrial de Vagos, quer no Parque Empresarial de Soza, por via quer das condições que estes espaços oferecem para a instalação de novos equipamentos industriais, quer pela sua localização privilegiada – com destaque, neste particular, para o Parque Empresarial de Soza – temos aumentado significativamente a captação de investimento e conseguido manter os níveis de desemprego em valores manifestamente residuais. É, naturalmente, uma tarefa nunca acabada e na qual estamos muito fortemente empenhados. Neste particular, só lamento que um projeto que seria muito importante na captação de investimento, que é a ligação da Zona Industrial de Vagos aos eixos rodoviários A25/A17, não tenha sido contemplado no Plano de Recuperação e Resiliência elaborado pelo Governo. Este é um dos novos objetivos e creio que teria todo o cabimento ao abrigo do referido documento.
O Município de Vagos é um destino turístico integrado na Ria de Aveiro, que alia a tradição à inovação, a ruralidade à criatividade, o património à juventude. Tem todos os ingredientes para marcar um alojamento local e viver uns dias revigorantes e inspiradores?
Eu não teria descrito melhor o nosso concelho do ponto de vista das suas potencialidades. De facto, Vagos, como nos apraz dizer, é “Até onde queremos ir”, uma vez que, felizmente, dispomos de um enquadramento singular do ponto de vista da diversidade natural e geográfica que nos torna um dos destinos a visitar. Basta atentar que Vagos abrange a região da Bairrada, da Gândara e da beira-mar e cada um destes territórios tem uma multiplicidade de ofertas. Da nossa parte bairradina, a saliência vai, por exemplo, para a produção de espumantes, mas também por trilhos que favorecem a prática de BTT, um desporto cada vez mais em crescimento no concelho. Mais a sul, em território gandarês, gostaria de destacar a tipicidade das nossas emblemáticas casas gandaresas ou os trilhos pedestres, nomeadamente o Trilho da Lontra, situado na União de Freguesias de Fonte de Angeão e Covão do Lobo. Saltamos depois para a beira-mar, com as nossas praias da Vagueira, do Labrego e do Areão, com excelentes condições para a prática de surf, para umas férias retemperadoras ou apenas para um passeio sentindo a brisa do mar por companhia. Pode ser pela areia ou pelos nossos convidativos passadiços, que também podemos encontrar na sede do concelho ladeando o Rio Boco e a belíssima Quinta do Ega. Vagos destaca-se também pela sua religiosidade, cujo expoente máximo é o santuário mariano de Nossa Senhora de Vagos. Mas também pela Cultura, com o Museu do Brincar como um dos nossos “pontas-de-lança”. Isto só para citar alguns dos exemplos que fazem de Vagos, realmente, “até onde queremos ir…”.