Lagoa: O melhor município para se viver
Estivemos à conversa com Luís Encarnação, o Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, que se mostrou muito orgulhoso pelo seu concelho ter recebido uma distinção desta relevância.
Segundo o INTEC (Instituto de Tecnologia Comportamental), Lagoa é o concelho com melhor qualidade de vida do país. O que sentiram quando receberam esta distinção?
Em primeiro lugar, uma grande satisfação. O facto de Lagoa ser considerado o melhor município para viver em Portugal e, sobretudo, por uma entidade credenciada como o INTEC, com o apoio da Universidade de Coimbra, envolvendo, igualmente, o Jornal de Notícias, confere uma enorme credibilidade ao estudo.
Nós, enquanto lagoenses, já tínhamos essa ideia de que Lagoa é, de facto, um local extraordinário para se viver, tendo em conta as características que o território apresenta: desde a localização privilegiada (junto a uma via rodoviária importante, perto de um aeroporto internacional e não muito distante da capital do país), a beleza das praias e da costa, a gastronomia e os vinhos, o bem receber das nossas gentes, e a aposta que o município faz ao nível da cultura, do desporto, da educação e ao apoio aos que mais precisam. Ainda assim, quando é alguém a confirmar a ideia que já tínhamos, é uma notícia muito importante que, no fundo, é um prémio por todo o labor e por todo o trabalho que temos desenvolvido, ao longo destes últimos anos.
Obtiveram a melhor pontuação nas áreas do turismo; bem-estar; e segurança, diversidade e tolerância. Explique o trabalho que tem sido desenvolvido pela autarquia nestas áreas.
Comecemos pelo turismo, a nossa principal atividade económica. Para além das características naturais referidas anteriormente, temos a sorte de ter grandes unidades hoteleiras (quer em termos de qualidade, quer no que concerne à oferta) concentradas no nosso concelho e de possuirmos quatro campos de golf, o que é muito importante para mitigar a questão da sazonalidade. Estes fatores compõem uma oferta extraordinária, o que faz com que Lagoa seja muito procurada do ponto de vista turístico.
Relativamente ao bem-estar, acredito que este item se refere à nossa aposta no desporto, na educação de qualidade e na cultura.
Quanto à questão da segurança, da diversidade e tolerância, esta distinção não foi uma surpresa até porque, há bem pouco tempo, tive a oportunidade de receber, em Guimarães, pela 4ª vez consecutiva, o Prémio Bienal de Município de Excelência para Viver em Igualdade. Lagoa é já uma referência no campo da igualdade de género, cidadania e não discriminação. Trabalhamos muito estas matérias no nosso concelho. Temos o registo de mais de 40 nacionalidades que vivem em Lagoa e, portanto, aqui existe essa tolerância para com o outro.
Sabemos que a saúde é uma das maiores preocupações da região algarvia, pois é difícil dar resposta aos vários turistas que chegam, sobretudo, no verão. O que tem sido feito para melhorar esta vertente?
Essa matéria não é da estrita competência do município, mas sim transversal a toda a região. De facto, temos alguns problemas ao nível da saúde. As boas notícias são que, finalmente, o Governo se comprometeu em avançar com o hospital central, o que nós consideramos ser fundamental para aumentar a quantidade e a qualidade dos cuidados de saúde na região algarvia.
Do ponto de vista local, temos as competências na saúde desde o dia 1 de abril e pretendemos que estas sejam muito para além de pagar os salários dos assistentes operacionais e tratar dos edifícios. Queremos participar, de forma ativa, na melhoria da qualidade dos cuidados de saúde prestados no nosso concelho. Neste momento, temos uma Unidade de Saúde Familiar, mas precisamos de outra na parte ocidental do concelho, pois é onde reside a população mais idosa e que requer mais cuidados. Para esse efeito, temos que trabalhar em articulação com a ARS Algarve e é isso que temos vindo a fazer.
Falemos das festas de fim de ano. O que planeiam fazer para celebrar esta época festiva?
Vamos avançar com a tradicional iluminação de Natal. No entanto, vamos ter alguma contenção. Iremos cumprir as recomendações do Governo no que concerne ao período e ao horário em que as luzes deverão estar acesas, até porque não queremos dar um sinal errado à nossa população. Não podemos esquecer que vivemos tempos de enorme incerteza e, por esse motivo, é importante fazer uma gestão mais eficiente.
Para terminar, Lagoa está prestes a comemorar o seu 250º aniversário. Como é que o presidente vê o futuro do concelho e que palavras gostava de deixar aos lagoenses?
Quis o destino que fosse eu o Presidente da Câmara aquando da celebração do 250º aniversário do concelho que se assinala no dia 16 de janeiro de 2023. Trata-se de um quarto de milénio e queremos que este seja uma marca e que todos os lagoenses sintam orgulho em ser de Lagoa e que percebam que os nossos antepassados quiseram ter essa independência e essa autonomia, do ponto de vista da gestão do seu território, porque falamos de um local que tem a sua própria identidade.
A mensagem que eu quero deixar aos lagoenses é que todos os prémios que temos recebido não são um ponto de chegada, mas sim um ponto de partida para continuarmos a trabalhar, no sentido de melhorar ainda mais o nosso concelho e para que Lagoa seja, cada vez mais, um concelho melhor para se estar, trabalhar, visitar, estudar e, obviamente também, para se viver.