Uma abordagem transversal e próxima
Em entrevista à Revista Business Portugal, Luís Loures, Presidente do Politécnico de Portalegre, destaca a transversalidade e a forma como encaram a investigação, não só como uma das missões da instituição, mas também como uma forma de dar resposta aos problemas sociais e aos problemas da região.
A transformação digital é um dos temas cruciais do Portugal Air Summit 2024. De que forma a digitalização tem sido integrada no Politécnico de Portalegre? Quais as tecnologias que estão a ser exploradas para melhorar os processos no instituto?
As prioridades de investigação do Politécnico de Portalegre estão muito associadas à sua oferta formativa, desde logo, tentando dar resposta a uma estratégia de ensino/aprendizagem, onde o ensino é prático e aplicado e onde, naturalmente, a existência de projetos ligados às áreas de educação e formação do Politécnico tem de estar sempre presente. Como resposta a esse quadro, nós temos duas unidades próprias – o VALORIZA (Centro de Investigação para a Valorização de Recursos Endógenos) e o CARE (Centro de Investigação em Saúde e Ciências Sociais) – e participamos numa terceira [CIEQV (Centro de Investigação em Qualidade de Vida)], que cruzam, de uma forma transversal, todas as nossas áreas e domínios científicos. As unidades de investigação próprias têm, essencialmente, membros/investigadores integrados do Politécnico de Portalegre, embora tenhamos um conjunto de parcerias muito alargado.
Tal permite-nos desenvolver projetos, estando centrados naquelas que são as grandes temáticas internacionais: as grandes transições, desde logo, energética, climática, digital, social, demográfica, migratória; e permite-nos centrar essas temáticas nas questões do nosso território e nos objetivos de desenvolvimento da nossa região. Isso, obviamente, garante que nós temos investigação aplicada, com impacto global, mas também com impacto local e regional.
Esta transversalidade e esta forma como nós temos encarado a investigação, não só como uma das missões da instituição, mas também como uma forma de dar resposta aos problemas sociais e aos problemas da região, garantem uma aproximação muito grande entre a instituição Politécnico de Portalegre e as forças-vivas, mas também as empresas, as associações, os municípios da nossa região e envolvente próxima.
Sabemos que a sustentabilidade é um dos tópicos centrais do Portugal Air Summit 2024, como é que o IPP trabalha para reduzir a sua pegada ambiental e de que forma passam esses valores aos vossos alunos?
O Politécnico de Portalegre é uma instituição que tem um ensino essencialmente de natureza aplicada e, por isso, a componente da formação em contexto de trabalho (estágios e parcerias com as empresas) é fundamental, no que entendemos como um ensino aplicado, que habilita os estudantes para saber-fazer.
Por isso, nada melhor do que estreitar estas parcerias com o tecido empresarial, que tem aqui uma vantagem que é biunívoca. Permite, por um lado, que os alunos tenham contacto direto com a sua prática profissional, mas ao mesmo tempo garante que esses alunos, nestes contactos (estágios e formações em contexto de trabalho) acabem por encontrar o seu primeiro emprego.
Ainda antes de terem terminado as suas formações, os alunos em muitos casos, acabam por já ter garantida a sua empregabilidade. É algo que nós entendemos como extraordinário.
Cada vez mais, temos cursos com empregabilidades muito próximas de 100%, o que é, para nós, um motivo de elevada satisfação.