Pioneira na definição da nova estabilidade no futuro das carreiras comerciais
Empreendedora, determinada e detentora de uma forte inteligência emocional, Sandra Soares é um exemplo de excelência na liderança no feminino. O seu trabalho, sentido de compromisso e vontade de arriscar traçaram o caminho para a criação da Brain Power. O seu posicionamento e visão do negócio assumem a inovação como pedra de toque, procurando a melhoria constante de processos, de forma a aumentar a produtividade, mas também a responder e acompanhar as necessidades dos seus clientes e profissionais.
Desde 2016, a Brain Power tem sido reconhecida pela sua capacidade de inovação. Qual é a visão única e inovadora da Brain Power no planeamento e na gestão administrativa da atividade? Como esta visão se reflete nas práticas diárias da empresa?
Começando pelo facto do nosso modelo de negócio ser pensado, desenhado e desenvolvido exclusivamente por mim e de a minha equipa e eu o encararmos como uma missão, já o torna único e inovador e é uma garantia de como não existe nada igual no mercado. A grande inovação encontra-se diretamente ligada ao facto de termos conseguido tornar trabalhadores independentes em trabalhadores dependentes. Além disso, a criatividade que nos é exigida, em termos estratégicos e no desenvolvimento de soluções à medida das necessidades de negócio dos nossos clientes e das necessidades profissionais dos nossos trabalhadores, requer um conhecimento legislativo, burocrático, fiscal e do enquadramento atual muito acentuado, além de uma forte capacidade de adaptação à mudança e um ajuste constante das soluções que oferecemos, o que arrisco afirmar que é extremamente difícil de igualar.
Neste sentido, este nosso posicionamento e visão do negócio requer que a inovação seja a nossa palavra do dia a dia, pois estamos numa busca constante de melhoria dos nossos processos e da forma como nos organizamos e trabalhamos, não só de forma a aumentar a nossa produtividade, mas também para responder e acompanhar as necessidades dos nossos clientes e profissionais.
A abordagem personalizada é uma vantagem competitiva da empresa. Quais estratégias são adotadas para promover relações duradouras com profissionais e empresas, levando em consideração as ambições de longo prazo de cada um? Como a empresa valoriza a dimensão humana no desenho dos objetivos de colaboradores e clientes?
O nosso modus operandi neste setor exige que conheçamos ao detalhe cada um dos nossos parceiros, clientes e colaboradores, de forma a construirmos uma relação de confiança e de proximidade, condição essencial para conseguirmos responder às ambições de longo prazo dos profissionais e das empresas e para a marca que queremos deixar no mercado. Assim, mais do que um número, as empresas e profissionais que nos procuram são pessoas e saber ao pormenor quem são, o que procuram e o que ambicionam é fundamental para que o Grupo Brain Power personalize ao máximo cada proposta. Daí que tenhamos um acompanhamento permanente e quase diário junto dos nossos profissionais e clientes, para estarmos a par das suas necessidades e das suas ambições.
O facto de conhecermos cada um dos nossos funcionários e clientes, quer a nível profissional, quer a nível de uma proximidade mais pessoal (alguns até de amizade), permite-nos estabelecer objetivos “à medida” de cada um e promover as formações e estabelecimento de guidelines para se atingirem esses mesmos objetivos.
É por isso que nos encaramos todos como uma grande família. Prova disso foi a época de pandemia, em que 99% das empresas nossas clientes estiveram fechadas e algumas encerraram permanentemente, mas o Grupo Brain Power fez questão de não efetuar nenhuma rescisão no período de 2020 a 2021, garantindo que nenhum dos nossos trabalhadores perdia a sua rede de apoio.
A equipa da Brain Power procura manter-se atualizada sobre as mudanças no mercado. De que forma a empresa promove a formação profissional contínua dos colaboradores? Que outras iniciativas são adotadas para aprimorar as habilidades dos profissionais?
O Grupo Brain Power recruta, dá formação inicial, contínua e de especialização, de forma a garantir que os nossos colaboradores prestam um serviço adequado e de acordo com os objetivos dos nossos clientes, de forma que estes últimos possam crescer, quer em qualidade quer em volume de faturação. Por outro lado, todo o plano formativo é adequado ao perfil de cada um dos nossos colaboradores, tendo em conta as suas ambições profissionais, de modo a garantirmos que estes conseguem inovar, ter um espírito crítico e obtenham soluções para desafios que, à primeira vista, parecem inultrapassáveis, mas que com uma mente esclarecida, aberta e formada, são perfeitamente superáveis.
O nosso foco está também nas soft skills, uma vez que consideramos que são a ferramenta essencial para estarmos o mais capacitados possível para a adaptação à mudança, característica fundamental no nosso modelo de negócio. Neste sentido, todo o plano de formação é detalhado e estrategicamente montado, tendo em conta as necessidades conjuntas da equipa, as necessidades profissionais individuais de cada colaborador e, ainda, as mudanças que ocorrem permanentemente no mercado e das quais necessitamos de estar informados e capacitados para respondermos da melhor forma. A estes planos de formação personalizados a nível individual aliamos algumas atividades de team building com o objetivo de unir a equipa e criar sinergias, fomentando a produtividade. Fazemos, ainda, uma avaliação de desempenho, de modo a conseguirmos perceber os pontos que até então não conseguimos melhorar e que precisam de ser trabalhados e, nesse sentido, que adaptações necessitamos de fazer nos planos formativos para atingirmos esses objetivos.
À medida que o mundo avança rapidamente em direção à digitalização, surge a necessidade de as empresas se adaptarem e se manterem atualizadas. Diante desse cenário, como as novas tecnologias e a inovação são incorporadas não apenas nos serviços oferecidos, mas também nas práticas internas da empresa?
O mundo é cada vez mais digital e, cientes dessa realidade, o Grupo Brain Power tem vindo a fazer um forte investimento no que toca à nossa digitalização. Provas disso é o facto de trabalharmos com um software interno de gestão, o PHC, que nos permite trabalhá-lo e personalizá-lo (através de programação com o nosso departamento de IT) à nossa medida e à medida de cada um dos nossos clientes, parceiros e trabalhadores. Ainda, até ao final deste ano, contamos já ter alguns processos internos automatizados, de forma a acelerar e a aumentar a nossa capacidade de resposta.
Além disso, já está em curso um novo projeto do desenvolvimento de uma app móvel que disponibilizaremos a clientes e colaboradores, de forma a tornarmos mais célere todos os nossos processos e a emissão e/ou consulta de qualquer documentação necessária.
Todas estas iniciativas correspondem a um investimento acima dos 250 mil euros onde está incluído o reforço da equipa nesta área.
A Brain Power contribui para combater a precariedade no mercado laboral. Quais os principais desafios que a empresa enfrenta no atual cenário de novas dinâmicas do mercado de trabalho? Como se adaptam a estes desafios e agarram as oportunidades existentes?
O mercado de trabalho está cada vez mais dinâmico e o facto de muitas vezes as leis laborais não acompanharem este ritmo de mudança e exigência do mercado, são o nosso principal desafio, que temos conseguido superar distintivamente, com o conhecimento técnico que temos a nível burocrático, fiscal e legislativo.
Este ritmo frenético de mudanças constantes faz com que as empresas necessitem de se adaptar e reinventar todos os dias, o que provoca uma maior procura no que toca à contratação de prestadores de serviços ao invés de colaboradores, pois desta forma conseguem ter a flexibilidade e versatilidade exigidas pelas mudanças repentinas. No entanto, na realidade portuguesa e na grande maioria dos países da Europa, existe uma agravante para os profissionais independentes, pois parece que estes são esquecidos pela lei, uma vez que têm imensos deveres a cumprir, mas quase nenhum direito do qual possam usufruir, o que faz com que muitos profissionais tenham medo de arriscar por uma carreira na área que os apaixona devido ao medo da instabilidade, da complexidade fiscal, da burocracia e da falta de direitos.
E é nestas duas necessidades (empresas que precisam de mais flexibilidade e versatilidade por parte da mão de obra e a falta de direitos dos trabalhadores independentes) que a Brain Power encontra a sua grande oportunidade de mercado.
A Sandra reflete os valores fundamentais de sinceridade, ousadia, autenticidade e responsabilidade. Como a sua liderança tem impactado a cultura organizacional da Brain Power e as relações com os colaboradores e clientes? Que conselho valioso poderia partilhar com mulheres que desejam assumir posições de liderança neste setor?
O facto de o Grupo Brain Power ter surgido através de uma necessidade minha de apoio quando eu própria era uma prestadora de serviços na área da consultoria comercial, faz com que este projeto seja uma missão para mim e faço questão de que quem integra a minha equipa o entenda dessa forma também. Ou seja, o facto de acreditar tanto neste modelo de negócio faz com que muito mais facilmente os outros me sigam, porque sentem que é verdade e que é preciso no mercado aquilo que estamos a construir.
Tudo isto, aliado à minha empatia por cada um dos colaboradores, o dar a cara pelo meu negócio, fomenta um clima de proximidade com toda a equipa. Eu faço questão que todos eles conheçam a minha história para poderem entender o porquê de o Grupo Brain Power existir e a importância do papel deles na empresa. Além disso, sem eles também não teria construído uma das maiores referências do mercado no setor, por isso, eu tenho de vestir a camisola com eles e eles comigo. Tal facto, faz de mim uma líder que também executa junto da sua equipa, o que me permite dar-lhes o apoio e as ferramentas necessárias e que esteja sempre disponível a receber propostas de melhoria por parte de todos os colaboradores, demonstrando-lhes que eles são parte integrante do projeto.
Assim, entender o porquê da ideia de negócio ter surgido é mais importante do que o como e o que fazer para a colocar em prática. Ao seguirem esta premissa, tenho a certeza de que assegurarão o sucesso e a longevidade do negócio, pois muito mais facilmente as pessoas seguem causas do que seguem apenas “bons negócios”. Este é o segredo de uma liderança de sucesso em qualquer setor.