Os sistemas de avaliação são parte de uma sociedade de consumo

 

José Borralho, CEO da ConsumerChoice e Product of the Year Portugal

 

 

Vivemos numa era de rápidas mudanças e evoluções constantes no mercado de consumo. As tendências atuais refletem não apenas as preferências dos consumidores, mas também os valores e as preocupações da sociedade em geral.

Nesta dinâmica de consumo, os sistemas de avaliação, vulgo prémios, desempenham um papel crucial tanto para as marcas quanto para os consumidores.

Uma das principais tendências de consumo, que se tem destacado nos últimos anos é a crescente procura por produtos e serviços sustentáveis, socialmente responsáveis, inovadores e que proporcionem uma experiência de compra única. Neste capítulo, os consumidores estão cada vez mais atentos às práticas das marcas e os prémios, que reconhecem e premeiam as empresas que se destacam nessas áreas, desempenham um papel fundamental, incentivando a adoção de práticas ainda melhores nestas valências.

Os prémios que reconhecem e valorizam marcas, agregam valor aos consumidores e facilitam-lhes o processo de compra, ao ajudar a tomar decisões mais informadas, orientando as suas escolhas e permitindo que eles se identifiquem com marcas que compartilham os seus valores e preocupações. Funcionam como um selo de qualidade e confiança. Ao optar por marcas premiadas, os consumidores têm a garantia de estar a escolher produtos ou serviços que atendem aos mais altos padrões de excelência, inovação e satisfação.

Para as marcas, receber um prémio significa mais do que apenas um reconhecimento público. Os prémios conferem credibilidade e prestígio, ajudando a construir a reputação da marca e a fortalecer o relacionamento com os consumidores. Além disso, os prémios podem servir como um diferencial competitivo, destacando a marca num mercado cada vez mais saturado.

Quando há cerca de 40 anos, Christian Le Bret, o fundador do Produit de l’Année (Produto do Ano), começou, em França, esse sistema de avaliação de produtos inovadores, estaria longe de pensar que seria o impulsionador de tantos outros sistemas de avaliação a nível mundial.

À data, fê-lo com um duplo sentido: porque não criar algo que premeie o esforço de inovação das empresas e porque não ser o consumidor a premiar as mesmas. Nascia o Produto do Ano, um fenómeno que hoje tem presença em 46 países e inspirou muitos outros, a nível global e local, a criar outros sistemas. Uma marca que, hoje, é o símbolo dos melhores novos produtos em cada mercado.

Depois deste, e sobretudo percebendo o seu potencial de expansão, vimos outros tantos nascer.

Quase três décadas depois, nascia aquele que é o maior fenómeno dos sistemas de avaliação, a Escolha do Consumidor. Quase três décadas depois, é criado um sistema disruptivo, em que cabe ao consumidor expressar-se ao longo de todo um processo de avaliação que reflete os seus desejos, necessidades e opiniões na relação com as marcas.

Durante muito tempo, olhou-se para estes sistemas de avaliação, vulgo prémios, com desdém, com desconfiança, muitos o criticaram, em particular associações de defesa dos consumidores, mas a tendência crescente da sua necessidade no mercado, da importância que possuem para o consumidor, levou a que até esses que o criticaram, tenham adequado os seus modelos de negócio para criar sistemas de avaliação.

Os sistemas de avaliação provocam um desequilíbrio no mercado, estão a favorecer uma marca e a proporcionar-lhe uma vantagem competitiva e, por isso, têm que atuar em plena consciência das operações que isso implica. Os sistemas de avaliação, existem para ajudar consumidores no processo de decisão, existem para ajudar marcas a melhorar procedimentos, produtos e serviços e até a sua relação com os seus públicos. Por isso, serão o futuro. A tendência de evolução, adaptação e criação de novos sistemas de avaliação será aquela que os consumidores desejarem, aquela que o mercado considerar pertinente. Nós já identificámos algumas há anos e que agora lançámos no mercado: Escolha Sustentável; Happy Awards; Quality Awards… e temos mais umas quantas já preparadas para o futuro, porque o nosso foco são as Pessoas e as Marcas.

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