Em entrevista, Carla Araújo, CEO do Conscious Leader Institute, aborda o impacto da liderança consciente na valorização humana e no futuro sustentável das organizações.
Como vê o papel da liderança consciente no contexto atual empresarial, especialmente para mulheres que conciliam múltiplos desafios pessoais e profissionais?
O período pós-covid, além de procurar sanar sequelas emocionais, físicas e mentais, e os elevados níveis de burn-out e quiet quitting, tem de lidar ainda com a perda real de rendimentos médios ainda não restabelecidos aos níveis pré-covid como disse Christine Lagarde, enquanto se adapta aos novos desafios da Inteligência Artificial.
O desenvolvimento de soft-skills como a gestão do tempo, delegação de tarefas, comunicação e gestão de equipas são velhos aliados do executive coaching. Já a resiliência e alinhamento com os valores pessoais, a autenticidade, contínuo desenvolvimento e a transformação pessoal que a liderança consciente promove, são pilares fundamentais para essa conciliação, sem que para isso abdiquem de si mesmas, dos seus sonhos e da visão que têm para o seu futuro, nem do seu know-how, performance e contributo real, num mundo de modelos de liderança masculina.

O Conscious Leader Institute tem como missão apoiar a liderança consciente e o desenvolvimento do capital humano nas organizações. De que forma esta abordagem contribui para o sucesso e a transformação das empresas que acompanham?
Sim, os clientes perguntam-nos “Como se mantém motivados High-Performers?”, e no discurso de 2005 aos estudantes de Stanford, Steve Jobs fez-lhes o seguinte apelo: “Não deixem que o barulho da opinião dos outros apague a vossa própria voz interior. E mais importante, tenham a coragem de seguir o vosso coração e intuição. De alguma forma eles já sabem no que realmente se querem tornar. Tudo o resto é secundário”, num alinhamento com o propósito que faz o coração cantar elevando a alma e libertando o potencial humano, para descobrir os novos Oceanos Azuis, e contribuir para o sucesso das organizações.
Quais os principais desafios que identificam nas lideranças atuais e como as vossas intervenções ajudam a superá-los?
Sendo o tecido empresarial nacional maioritariamente PME, a falta de escala, aliada à falta de produtividade europeia apontada no relatório Draghi, e a necessidade de inovação como um desafio mundial. Mais recentemente, Tim Cook da Apple pediu aos estudantes do MIT: “Eu não estou preocupado com que a Inteligência Artificial dê aos computadores a capacidade de pensar como humanos. Estou mais preocupado com pessoas a pensar como computadores sem valores ou compaixão, sem preocupação pelas consequências. É disso que precisamos que vocês nos ajudem a defender”. No Conscious Leader Institute elevamos o Executive Coaching dos Balance Score Cards, bottle-necks e KPIs e do alcançar de metas para uma liderança consciente mais abrangente, não apenas acelerando o aumento do life time value dos clientes, mas promovendo o bem-estar dentro das organizações, e impulsionando o desempenho com o desenvolvimento do talento, e aumento a produtividade promovendo a expansão da criatividade do potencial e capital humano através da identificação de áreas de melhoria de cada um, com a criação de estratégias personalizadas eficazes, para se refletir na melhoria da sociedade em geral.
Como tem evoluído o vosso portefólio de serviços para responder às novas necessidades das organizações, e que perspetivas têm para o futuro?
A mudança é uma constante da vida, positiva, natural e desejável, por permitir abertura a novas oportunidades, pelo que além de continuar a ouvir as questões e necessidades dos nossos clientes, como a que referi atrás, também estamos atentos aos desafios do ambiente que são detetados por nós. O team coaching será um complemento ao nosso core enquanto promotor da liderança consciente e do desenvolvimento do capital humano nas organizações.