Fusion International Projects: “Seriously creative”

A Fusion International Projects surge em 2018 com o objetivo de criar uma consultoria de conceito, tendo por base a fusão de culturas e disciplinas. A Revista Business Portugal conversou com Tiphaine Janvier, co-Founder & General Manager, para compreender o que está por trás do ADN de uma empresa dinâmica, criativa e inovadora.

A Tiphaine Janvier apresenta um percurso profissional notável, onde impera a vontade de aprender, mas sobretudo de abraçar novas experiências. Fale-nos um pouco do seu percurso até criar a Fusion International Projects.
Tirei uma licenciatura em Estudos Europeus, na Faculdade de Letras de Lisboa, e quando frequentava o quarto ano de faculdade, decidi abraçar um emprego a part-time. Tratava-se de uma empresa nacional que desenvolvia softwares ao nível da engenharia civil, e o meu papel era fazer traduções – de português para francês -, promover a empresa e o software que ela desenvolvia. Estive a trabalhar com eles durante um ano e meio e, no decorrer dessa experiência, disseram-me que gostariam que os representasse na FIL, numa feira ligada ao tema da inovação. Foi no decorrer dessa feira que conheci o representante de uma multinacional francesa, que pretendia abrir uma filial em Portugal. Ora, como estava a terminar a licenciatura e queria ingressar no Mestrado em Políticas Europeias, quando o representante me disse que trabalhavam com fundos comunitários e incentivos fiscais, soube que era a minha oportunidade!
Essa pessoa pediu para lhe enviar o meu currículo passado um ano mas, enviei-o passado apenas dois meses, depois de entender quais eram as necessidades reais da empresa e de que forma é que com o meu projeto de Mestrado, os poderia ajudar. Iniciei o estágio enquanto fazia o meu Mestrado e, depois de defender a tese, fui convidada para assumir o cargo de business developer. A partir dessa data toda a minha aprendizagem se desenvolveu a par com o marketing estratégico, operacional e na área de comunicação, tendo assumido o cargo de marketing manager uns anos mais tarde e ainda, integrado o comité de direção da filial portuguesa.

Após uma vasta experiência em diversas áreas, 2017, ficou marcado pela mudança profissional…
Em dezembro de 2017 termino o projeto que referi e iniciei um novo ciclo profissional. Senti essa necessidade, essencialmente, porque percebi que tinha tido uma experiência muito enriquecedora e muito desafiante, mas queria fazer algo diferente… A grande questão era perceber o que seria. Contactei o meu atual sócio, que tive oportunidade de conhecer num evento ligado à Inovação, e com quem tinha tido uma grande empatia. Entretanto surgiu a ideia de criarmos uma empresa juntos e acreditei que fazia todo o sentido, porque ia juntar as minhas competências com o know-how que ele tinha desenvolvido ao longo da sua experiência profissional. Assim, criamos a Fusion e a consultoria de conceito.

Atualmente qual é o papel da Fusion International Projects?
A Fusion acabou por resultar de uma necessidade de mercado. Começamos a ser contactados por investidores que queriam investir em Portugal, mas não sabiam como. Por isso, necessitavam de uma consultoria ligada à parte estratégica, ou seja, procuravam-nos com questões como “eu quero investir mas onde, com quem é que eu devo falar”? Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia e identificação de espaços, em Portugal, são alguns exemplos. O nosso papel, numa primeira fase, era o de alinhar a estratégia do investidor à estratégia do Município, onde desejavam investir. Concluída a fase estratégica iniciávamos o desenvolvimento do conceito de arquitetura e de design de interiores. Por fim, a fase de gestão da obra, uma necessidade que se tornou ainda mais notória com investidores estrangeiros e projetos de grande envergadura. Naturalmente criámos uma consultoria ligada e orgânica.

Em que consiste a consultoria de conceito?
Para nós, a consultoria de conceito, passa por criar espaços que tenham por base conceitos diferenciados e com uma identidade própria. Para isso baseamo-nos em diferentes disciplinas, ou seja, demos o nome Fusion porque achamos que, para criar conceitos, temos de ir buscar ideias a diversas áreas (arquitetura, design de interiores, Feng Shui). Complementarmente, na nossa empresa, temos profissionais de cinco nacionalidades diferentes (francesa, portuguesa, ucraniana, venezuelana e brasileira) e, uma vez mais, assistimos à fusão de culturas. A fusão de culturas e de disciplinas é a melhor forma de conquistar a criatividade e de conseguirmos criar as soluções mais originais e diferenciadoras para os nossos clientes.

Caraterize os clientes da vossa empresa.
Trabalhamos com três segmentos de mercado, pelo que, o nosso cliente pode ser uma Câmara Municipal/Junta de Freguesia, empresas e particulares. No caso dos particulares é muito interessante, porque podem dizer que querem abrir um restaurante e, ao mesmo tempo, assignam-nos trabalhos do foro pessoal, como a construção da sua casa. Então trabalhamos em simultâneo em duas vertentes: para família e para o negócio. Atualmente, temos contacto com chineses, iranianos, franceses e portugueses.

Há quem diga que a equipa faz a casa. Este mote aplica-se aos colaboradores da Fusion?
Temos parcerias fantásticas, mas acima de tudo temos uma equipa de 13 pessoas incrível, irreverente e criativa. O que quisemos criar, enquanto empresa, é um espaço onde eles sintam total liberdade para serem criativos, daí o nosso slogan “seriously creative”. Temos pessoas que pensam fora da caixa, encaram cada projeto de forma diferente e são seriamente criativos e proativos, sem ter medo de errar.

Neste momento, que projetos estão a desenvolver?
Estamos a desenvolver um complexo importante para uma investidora francesa que vai ter um espaço de restauração e, no mesmo prédio, terá Airbnb, assim como o seu espaço habitacional. Temos igualmente em mãos um projeto para um Business Center; um projeto de ecoturismo e um velódromo. Também desenvolvemos projetos para clubes desportivos e agora estamos a desenvolver um pavilhão desportivo, onde vamos misturar a arquitetura com a arte urbana. Todos os projetos são muito mais do que fazer, é preciso pensar na estratégia e como a comunidade vai viver e proteger esse espaço.

Teve a ousadia de ir mais além. Podemos afirmar que determinadas caraterísticas inerentes às mulheres, como a sensibilidade, ajudaram-na a pensar e a criar conceitos fora da caixa?
Nós, mulheres, temos a sensibilidade, o que nos ajuda e prejudica. Considero que a sensibilidade ajudou -me e a consultoria muniu-me de armas para as conseguir controlar, ou seja, ser inteligente emocionalmente. A nossa sensibilidade é um excelente trunfo para promover as relações interpessoais, gerir equipas e promover um trabalho em grupo, mas muito rapidamente entendi que era necessário conjugá-la com a disciplina da gestão, desenvolvendo planos de ação, delineando metas, monitorizando indicadores de performance, que me permitissem ser crítica e ágil nas minhas ações. Nesta última parte, uma vez mais as soft-skills femininas ajudaram-e neste processo. Sim, porque “jogo de cintura” e criatividade é connosco (risos). É necessário trabalhar e apostar na formação e foi por isso que tirei igualmente um curso de coaching na International Coaching and NLP Training Academy. Trabalhei tanto coaching pessoal como de equipas, e todas estas ferramentas são essenciais para o controlo emocional e para atingir metas.

Projetos, certamente, não faltam para uma empresa tão dinâmica. Quais são os objetivos para o futuro da Fusion?
Os nossos objetivos passam por humanizar a empresa, transmitir a criatividade e termos o desafio de comunicar com três segmentos completamente diferentes. Para isso, estamos a criar um site que espelhe a identidade de cada um dos nossos colaboradores, pois a comunicação é fundamental. No futuro, gostaríamos de promover mais atividades no “laboratório criativo”, que passa por (sempre que temos tempo) lhes dar liberdade para criarem algo ao seu critério. Estamos a trabalhar nalguns conceitos, e o objetivo é lançarmos (com previsão para daqui a dois anos) um produto inovador para atingir os mercados internacionais, ou seja, para levar a marca Fusion International Projects além-fronteiras.

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