Foco, paixão e resiliência
Paula Oliveira, acionista maioritária da SDO Consulting, apresenta-se como alguém que gosta das coisas simples da vida. Desde cedo que se evidenciou como dinâmica e determinada. Conheça-a na primeira pessoa e o percurso que a levou a ser hoje uma empresária sólida, inspirada e inspiradora.
“Conquistar para evoluir”. Uma frase que demonstra o percurso profissional de sucesso de Paula Oliveira. Sem dúvida, que a conversa que a Revista Business Portugal teve o prazer de ter com a empresária, se revelou um momento de grande inspiração. Ficamos a perceber que esta mulher é um verdadeiro exemplo capaz de criar um impacto positivo nos outros com simples palavras de motivação. É uma mulher que olha para a realidade sob a lógica de aprendizagem contínua e de ‘growth mindset’. É uma mulher que sabe dar valor a todas as experiências que surgem, sendo determinada e resiliente na adversidade. É uma mulher que ousa fazer diferente, que arrisca e pensa fora da caixa. Conhecer Paula Oliveira faria todo o sentido para qualquer mulher que quer arriscar mas tem medo das consequências das suas opções. Mudaria – logo – a forma de pensar.
Um percurso de sucesso
Com um espírito jovem e uma visão empreendedora, Paula Oliveira afirma que o que sempre a caracterizou “foi arriscar e fazer coisas que não eram convencionais”. A sua carreira sempre foi pautada pelas consequências de saber arriscar e de saber agarrar oportunidades. Porque, na verdade, quando sabemos quem somos e para onde queremos ir, as coisas fluem naturalmente.
Tudo começa na faculdade quando chama a atenção de alguns professores pela sequência do seu pensamento que lhe permitia adotar um novo ponto de vista sobre as questões que lhe colocavam. Foi, então, convidada a contribuir em projetos da área da consultoria. Nesse seguimento, decide dar um passo que se revelou decisivo para a sua carreira como profissional. “Fui convidada para um projeto em Angola, em 1994, quando ainda estava a acabar o curso. Angola estava em guerra, mas eu sempre ouvi falar de África, decidi arriscar e ir ver o que era isso de África”, conta. Acredita que o facto de mudar de continente, ver novas realidades e absorver tudo à sua volta como uma esponja foi a alavanca para o futuro, que a tornou na líder empresarial que é hoje. Já em Angola consegue transformar um pequeno projeto num grande desafio, que lhe abre novas portas. “Trabalhei com as melhores práticas internacionais, numa indústria desafiadora, os petróleos, o que me obrigou a um esforço adicional, a dar “the extra mile” para os poder acompanhar, o que me deu uma grande bagagem em termos de como se faz bem e de uma forma competitiva”, afirma a empresária sobre o seu percurso.
Com uma visão mais ampla do mercado, aceita a proposta de abrir uma sucursal desta empresa de consultoria em Angola, momento em que dá início à sua carreira de gestão, assumindo responsabilidades para além daquelas inerentes a uma consultora, altura em que decide reforçar os seus conhecimentos académicos através de um programa de Gestão da Universidade Católica. Em 2002 é convidada a fazer parte da equipa que gere a implantação da fábrica de Coca Cola em Angola como Diretora de Recursos Humanos e Corporate Affairs. Um projeto “que foi sem dúvida um grande desafio na minha vida profissional, porque é uma empresa arrojada que desafiou vários clichés que caracterizavam Angola nesta fase difícil e me envolveu em todas as áreas do negócio estimulando a minha apetência para a visão estratégica das empresas. Posicionou-me num outro patamar como pessoa, como profissional, e como futura empresária.
Numa fase de reflexão sobre próximos passos na sua carreira, surge um novo desafio, fazer parte do Conselho de Administração da ESCOM (Grupo Espírito Santo), como Administradora Executiva, onde a atração está na diversidade do portfolio de negócios que faria parte do seu pelouro, desde o setor de imobiliária, à agricultura e minas.
A vontade de crescer acompanha a empresária desde sempre e com isso a necessidade de criar o seu próprio negócio. Percebendo o país, as particularidades da sua economia e desafios dos diversos setores, já com uma rede de contactos relevantes, surje a Ucall, que mais tarde deriva para a Ucall Consulting – uma empresa de Consultoria, especializada em pessoas, onde o foco é a definição de estratégias sustentáveis a longo prazo acompanhadas dos diversos pilares de operacionalização, que tem contribuído em Portugal e em Angola, para o desenvolvimento e crescimento de várias empresas; alguns anos mais tarde cria a Human Capital – uma empresa de Executive Search e Talent Sourcing, como consequência direta do crescimento da sua rede de contactos e carreiras que já acompanhava e apoiava informalmente. A relação com a SDO Consulting em Portugal surge pelo crescimento dos projetos que exigem mais pessoas com competências mais diversas. Começaram como parceiros, mas mais tarde acaba por comprar a maioria das ações da empresa. O objetivo desta compra é reforçar o capital SDO para a elevar a um patamar mais ambicioso e de alguma forma futurista.
Fazendo uma retrospetiva, sente que o seu percurso aconteceu, passo a passo, com firmeza e consistência, dando o seu melhor e desafiando-se constantemente. Confessa que gosta de ritmos agitados, de pressão e de realizar novos projetos que à primeira vista parecem, ou lhe dizem, ser impossíveis de realizar. A sua maturidade aliou-se à experiência e a progressão foi acontecendo. “Adoro aprender, ver outras formas de ver os temas e outras formas de olhar para a empresas e pessoas”, afirma Paula Oliveira. Quem mantém contacto com Paula Oliveira percebe que o seu empreendorismo está associado à sua capacidade de iniciativa, evolução constante, abertura e adaptação a novos desafios – mantendo sempre o foco na essência e simplicidade.
Um exemplo de líder empresarial no feminino
Para esta líder com um percurso intenso de sucesso, arriscar, o não ter medo de mudar de ambientes, de equipas e da natureza de negócios é a chave para crescer enquanto profissional. Mostra que nunca se deve estagnar e estar conformado a nível profissional e/ou até pessoal, olhando para os desafios como oportunidades superadas. O maior desafio é encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, algo essencial para conseguir ter o foco e a energia necessários para um bom desempenho de funções. Assume uma atitude positiva perante a vida, optimista por natureza e impulsiva no que toca a agarrar oportunidades, desafia o status quo com bastante naturalidade.
Para Paula Oliveira um bom líder é alguém com visão, que cria objetivos e estimula as pessoas para darem o seu melhor, que inspira e desafia, que dá espaço e liberdade às equipas para inovarem e contribuírem, com foco nos resultados. Ouvir as pessoas e estimular o seu crescimento individual, a cultura do conhecimento e do mérito. Garantir que as pessoas gostam, têm orgulho e se divertem no seu trabalho. De uma forma mais lírica, um líder deve despertar a curiosidade intelectual e o espírito crítico sustentado, ajudando-os a ver umas asas que eles julgam não ter e, depois sorrir ao vê-los voar. Para isso acontecer, é fundamental a presença de uma estratégia e de um rumo definido.
Ser mulher não é um entrave ao empreendorismo
Sobre o assunto de uma mulher poder ter a oportunidade de ser líder, a empresária assume que os clichés sobre a discriminação do género devem ser postos de lado.
Na sua opinião, chegar a uma posição de liderança depende do empenho individual, da visão, competência, entrega e resultados, independentemente do género. “Para inspirarmos os outros é preciso sermos arrojados e trazermos vitórias como resultados, temos que ser consistentes entre as nossas ambições e os nossos resultados! Há pessoas que inspiram em discurso mas não trabalham o suficiente para lá chegar”, na sua opinião esta fórmula serve ambos os sexos. É importante ter atitude, mas também paixão, ousadia, foco e determinação.
O conceito de super-mulher ou super-homem é discutível. Não se é ‘super’ quando se luta esforçadamente para atingir os objetivos materiais, emocionais e afetivos que qualquer ser humano se propõe. Pensar que ser mulher e mãe tem necessariamente de implicar uma menor prestação profissional é falso e injusto. O importante é saber o que se quer, capacidade de organização e método. Ainda sobre o assunto Paula Oliveira acrescenta que “em todas as empresas onde trabalhei, desde pequenas consultoras, até a grandes multinacionais, sempre fiz carreira ascendente e nunca fui alvo de qualquer discriminação. Sou mãe de três filhos, tive as minhas licenças como qualquer outra mulher trabalhadora, nunca senti que tivesse perdido alguma oportunidade por esses motivos”.
As mulheres devem afirmar-se sempre pela sua competência e nunca pelo seu género. Quando se chega aos centros de decisão, o género não é uma variável importante. Para lá chegar é necessário conjugar uma enorme diversidade de variáveis mas seguramente que a masculinidade não é uma delas!
Um olhar sobre a SDO Consulting
A SDO Consulting conta com uma história com mais de 25 anos. É uma empresa que se foi sedimentando ao longo dos anos pela qualidade e confiança dos projetos realizados.
Esta base proporcionou à SDO estabelecer parcerias muito sólidas e estruturadas com clientes que já existem há mais de 20 anos.
Atualmente, estão a reinventar-se respeitando a solidez e história, mas construindo ambições mais elevadas. Têm know how e competências in house que não estão a ser capitalizadas pelos seus clientes, e por isso até serem alvo de ‘hunting de quadros’ com alguma frequência. A capacidade de oferta é muito mais profunda e vasta do que aquilo que é entregue, porque muitas vezes os próprios clientes não conhecem a sua oferta. Estão atualmente a construir uma forma de comunicação mais abrangente, clara e eficaz.
Desde sempre que o objetivo da SDO Consulting passa por criar uma parceria estratégica na gestão de pessoas dentro das empresas. O facto de conhecerem o lado da gestão do negócio e estarem envolvidos em diversos ângulos de atuação, permite-lhes fazer abordagens mais holísticas dos temas dos seus clientes. Para isso, defendem uma atuação 3D, com três esferas que se interligam; a ‘gestão da mudança’ – que tem tudo a ver com a cultura e o clima organizacional, a ‘gestão de talento’ – área mais objetiva na gestão de Estruturas, Processos e Pessoas, e a ‘liderança’ que é o suporte condutor de qualquer iniciativa. Trabalhar o mindset dos líderes de forma a tornar a cultura organizacional numa vivência sustentável, e serem eles os ‘drivers’ da mudança.
O que marca a diferença nesta empresa é a sua assinatura ‘Singular People Build a Brighter Future’. Como a empresária explica, “marcamos a diferença pela nossa singularidade, a de cada pessoa que pensa coisas diferentes. Queremos olhar para as pessoas numa perspetiva 360, olhar para o negócio, para a economia, para o mundo e as novas tendências. Apostamos muito na diversidade de competências, em pessoas que gostam de arriscar. Nós queremos surpreender ao pensar fora da caixa e ter o raciocínio crítico estimulado, mas sempre suportado pelo know how nas melhores práticas internacionais”.
O compromisso primordial da empresa é o cliente. Pensar no cliente é pensar num compromisso. É preciso conhecer o cliente, perceber as suas necessidades e apresentar soluções simples e eficazes. É importante que os clientes vejam a SDO Consulting como uma entidade de referência – em inovação e estratégia – capaz de apresentar as melhores e personalizadas soluções. O desempenho com qualidade é a chave para obter resultados de negócio e garantir o desenvolvimento sustentável, considerando os interesses dos clientes, colaboradores, fornecedores e acionistas. Por fim, desenvolvem um esforço contínuo de alinhamento e melhoria da sua oferta de serviços, competitividade e posicionamento no mercado nacional e internacional.
Afirmam-se como diferenciadores pela gestão de indicadores que avaliam o impacto das suas intervenções. “Para além de consultora, sou empresária e investidora, por isso compreendo claramente a importância de avaliar o retorno no investimento em todas as intervenções no âmbito da consultoria”, afirma Paula Oliveira.