Consigo desde 1875
Contando com largos anos de experiência e com um vasto número de clientes satisfeitos, a Companhia União de Crédito Popular garante a máxima qualidade e confiança nos seus serviços e produtos, como contam os administradores Maria Luísa Borges e Bruno Gonçalves, em entrevista à Revista Business Portugal.
Estão neste ramo desde 1875, nas áreas de ourivesaria e penhores. Como tem sido o vosso percurso?
A Companhia União de Crédito Popular, SA, teve a sua origem na Companhia União Popular Penhorista, SARL fundada por escritura pública em 16 de Abril de 1875. Nasce com o objetivo:
1º – Emprestar sobre objetos de ouro e prata, roupas, móveis, mercadorias diversas e artefactos nacionais.
2º – Emprestar sobre as ações da Companhia, ações de bancos, e inscrições de dívida pública nacional interna e externa.
3º – Emprestar a indivíduos da classe industrial sobre todos os seus produtos.
4º- Promover a venda dos mesmos produtos por módica comissão, nesta cidade, ou onde tenham melhor e pronta extração.
5º – Comprar, quando lhe convenha, qualquer penhor que seu dono resolva vender razoavelmente.
6º – Receber em depósito qualquer quantia não inferior a quinhentos réis em conta corrente, à ordem, ou a prazo com juro arbitrado pelo diretor. Nenhum depósito porém terá direito a juro uma vez que a quantia mínima que tenha em depósito seja inferior a 5$000 réis.
No ano de 1890, havia a sede e 34 sucursais. Tendo-se efetuado 137.877 penhores que ascenderam ao valor de 2.856.201$490.
Em 1898, por Decreto a Companhia Popular Penhorista, passa definitivamente a Companhia União de Crédito Popular.
Por escritura do dia 22 de Outubro de 1931, a sociedade por quotas de responsabilidade limitada CUCP passa a sociedade anónima continuando com o negócio de Indústria de Penhores.
Pelo ano de 1930/1931, os acionistas e depositantes veem-se a braços com uma fraude financeira que leva à tomada da seguinte posição: os acionistas ficam sem os seus depósitos e os depositantes não acionistas perdem 90 por cento, podendo com os dez por cento que recebem reabilitar a Companhia. Foi assim que dois depositantes (Homens do Porto): Porfírio Fernandes Barbosa e Aurélio d’Araújo tomam conta da CUCP começando uma nova etapa. O 1º era inspetor das oficinas dos Caminhos de Ferro e o 2º professor no Instituto Comercial pertencendo a uma família abastada da cidade do Porto, a família Cassels.
A 1 de abril de 1933 é admitido o Sr. António Ribeiro Barbosa através do seu tio Porfírio Fernandes Barbosa, que vem a ser o guarda-livros e mais tarde presidente da administração até ao ano de 2002, em que pede a sua exoneração. Hoje 11/11/2020 ainda está vivo e muito lúcido, fazendo-nos muitas visitas, fez 101 anos a 25/10/2020.
Em 22 de fevereiro de 1943 é admitido o Sr. Manuel Aleixo Ferreira que ascende a presidente de Administração com a saída do seu colega, como sempre se trataram, António Barbosa. Manuel Aleixo Ferreira, que vem a falecer em 26/02/2018, tendo deixado nesta casa como administradores os seu sobrinhos Maria Luísa Borges e Bruno Gonçalves.
A indústria de penhores sofreu grandes alterações, uma com o 25 de abril e outra com a entrada do decreto-lei 160/2015 11 de agosto. E é fácil de perceber. A partir do 25 de abril começaram a fazer parte dos objetos de penhor o ouro, as joias e as pratas. Mas, o tipo de clientes também mudou. Não foi de repente, mas já no fim do séc XX a CUCP começa a ter uma clientela diferente, porque diferentes começam as ser as necessidades da população e todas as camadas sociais são atingidas. O decreto-lei 160/2015, que rege a atividade prestamista trouxe uma maior distorção da atividade. A Associação dos Prestamistas de Portugal (APP) já chamou a atenção do poder político para a urgência na sua alteração por forma a tornar efetivo o que a revisão pretendia, ou seja, a equidade. Hoje, este decreto-lei provocou uma série de distorções na atividade, que para poder sobreviver os prestamistas tiveram de lançar mão de comissões.
No total, o grupo é composto por 13 lojas, a escolha da suas localizações é estratégica?
Sim, a CUCP tem 13 lojas de penhores e 2 de ourivesaria. Já mostrámos que em tempos tivemos 96 casas, que vieram das agências que a Companhia tinha enquanto banco, mas, ao longo do tempo foram sendo fechadas e até setembro de 2015 apenas vivíamos, e bem, apenas com cinco casas no Porto e uma em Matosinhos. Mas, com a entrada do Dec-Lei 160/2015 muitos prestamistas começaram a vender carteiras. A CUCP acabou por adquirir cinco, e, abriu de raiz uma em Alcobaça e, em 2019, uma na Amadora, bem como uma ourivesaria de ouro em segunda mão. Se em tempos a CUCP se centrava no norte, hoje, garantimos que a CUCP quer estar em todo o lado onde haja quem precise de ajuda. A razão para continuar no mercado é manter o lema: PALAVRA DADA É PALAVRA HONRADA.
A que se deve todo esse sucesso da CUCP e como se consegue manter?
Com muito trabalho, profissionalismo, poucos ganhos momentâneos e persistência ajudam-nos a sermos diferentes. Sabe, fomos educados à moda antiga, nós os administradores metemos a mão na massa. Fazemos disto o nosso modo de vida tal como o tio nos ensinou. E, temos muito orgulho em dizer que somos da CUCP. Os nossos colaboradores estão em média nesta casa há mais de 25 anos. Vivemos intensamente a atividade. Vivemos de nós para nós sempre a pensar que os nossos clientes são a razão da nossa existência e por isso NÃO COBRAMOS COMISSÕES NEM JUROS DE MORA. Isto faz a diferença.
É verdade que, comparativamente ao sector, somos quem faz avaliações mais realistas, emprestamos mais por grama. Sabe, cada um tem a sua estratégia de continuidade. Nós nunca nos cansamos de dizer aos nossos colaboradores aquilo que nos ensinou o tio: “O cliente é para hoje e sempre. Se o esmagares vais ter de viver com esse peso na consciência. Orgulha-te de teres uma casa que é das mais antigas do país e das mais credíveis”. Nunca o ouviram dizer mal dos nossos colegas, nem ouvem, apenas dizemos: Somos diferentes.
Quais os pontos que considera mais fortes no vosso trabalho?
Já o dissemos e provamos: seriedade, profissionalismo e sentido de amor ao próximo. Sim, o cliente tem de pagar o nosso trabalho de acordo com o que a lei nos permite ganhar, mas tudo com regra e amor ao próximo. Lamentamos que a população desconheça o que é ser cliente de um prestamista sério. Infelizmente, a lei prejudica a atividade prestamista e ajuda o crescimento das casa que exploram as pessoas. Como? Para os prestamistas a lei é apertadíssima. Se o poder económico e político não mudar urgentemente esta lei que nos rege, vai ver o país cada vez mais empobrecido.
Afinal, temos ou não temos razão em dizer que o propósito da alteração do decreto-lei saiu gorado quando se pretendia equidade? A nós prestamistas apenas nos cumpre mostrar como se destrói uma atividade que nasceu há centenas de anos para ajudar quem precisa.
Querem conhecer bem a nossa companhia? Em www.cucp.pt encontra tudo o que precisa saber para fazer um penhor. Hoje estamos a emprestar a 35 euros por grama, ouro de 800 e o ouro de 19.2K.
De que forma a CUCP encarou esta realidade de pandemia e que desafios foram impostos?
Tivemos de fazer ajustamentos aos horários de trabalho e criar plano de contingência. Mas, sempre privilegiámos o cliente. Fazemos o que o cliente nos pedir e estamos em contante atualização. A pandemia está a tornar-nos muito cautelosos, razão porque cada cliente é atendido de acordo com a sua necessidade, em espaços higienizados. Basta que nos contacte telefonicamente e a sua necessidade é resolvida. Cada caso é um caso e nós estamos cá para os solucionar. Estamos conscientes de que viver em estado de alerta é sempre a nossa forma de estar.
Que projetos e ambições têm para o futuro?
Não tivesse havido esta pandemia e a CUCP estaria a ajudar mais portugueses onde eles estão. Voltaremos certamente a encontrarmo-nos para conversar um pouco mais, e, explicar como se faz um penhor. Hoje quisemos mostrar esta Companhia de referência no mercado prestamista.
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