A transformação digital no mundo da contabilidade
A Fiscal360 tem-se destacado como uma referência no apoio a empresas e particulares na gestão fiscal, contabilística e financeira, oferecendo soluções inovadoras e personalizadas para maximizar a eficiência e a conformidade tributária. Numa entrevista exclusiva, Ricardo Pacheco, Líder Transformacional, explora os desafios, as oportunidades e as tendências que moldam o futuro da Fiscal360, assim como as estratégias e tecnologias que têm permitido à empresa diferenciar-se num mercado tão competitivo.
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Ricardo Pacheco, Líder Transformacional da Fiscal360
Fale-nos um bocadinho sobre a Fiscal360 e a sua missão?
A marca Fiscal360 resulta de uma parceria entre uma empresa com mais de 35 anos de experiência em contabilidade/fiscalidade (Contalentejo) e uma empresa de ciência de dados (Alpha Search). E surge com uma missão muito clara: libertar os empresários (a 360º) do pesadelo fiscal português. A carga fiscal é (discutivelmente) excessiva, mas o que me parece menos discutível é a densa trama fiscal em que os empresários são obrigados a mover-se para conseguirem operar, de forma competitiva e legal, em Portugal.
Essa não é a missão de todas as empresas de contabilidade?
Deveria ser, mas a verdade é que um contabilista típico, em Portugal, passa grande parte do seu tempo focado no estado: em média 46% do tempo só a fazer reporte fiscal (IRC, IVA, SS, IES, entre outros) e pouco tempo focado no seu verdadeiro cliente.
Na Fiscal360 não nos limitamos a “fazer a contabilidade”, falamos de “empreendedor para empreendedor” e tentamos, realmente, colocar-nos nos pés do cliente para proativamente acrescentar valor. E isto só é possível – mantendo preços competitivos – se tivermos tecnologia que nos liberte de tarefas sem valor acrescentado e que nos apoie em tarefas com potencialmente maior upside para o cliente.
Exemplifique que tipo de tecnologias utilizam na Fiscal360?
Tecnologias que acrescentam valor direto ao cliente:
. Chatbot especialista em fiscalidade que funciona como um consultor para os nossos contabilistas/fiscalistas e clientes;
. Chatbot especialista em ajudas do estado que ao dia de hoje avalia as ajudas aplicáveis a cada caso e em breve adicionará a carga burocrática e probabilidade de sucesso para cada caso;
. Calendário fiscal personalizado que integra no google calendar para evitar o pagamento de coimas, por esquecimento;
. Ferramenta de análise de risco fiscal que faz uma análise multidimensional ao risco fiscal dos nossos clientes. Exemplos: Despesas de representação são legais – mas até que ponto? Ter prejuízo é legal – e se faturar todos os anos milhões e sempre com prejuízos? Ter uma empresa unipessoal, que vende apenas para um cliente e cujo sócio é o único funcionário é legal, mas será que o Estado vai fazer uma presunção de relação laboral?;
. Dashboards de gestão, financeiro, comercial e fiscal (com previsão de impostos a pagar);
. Documentos/faturas na cloud (mesmo se entregues em papel);
. Algoritmo de preço que se ajusta automaticamente e, de forma transparente, para que o cliente não tenha de “discutir” o valor da avença, nomeadamente, quando baixar o seu volume de negócio.
Temos outras tecnologias (também desenvolvidas por nós) que simplesmente, nos libertam tempo: chatbot especialista no nosso software de contabilidade, software para preparação de IRS de criptomoedas e outros ativos financeiros, CRM com processo de gestão de cobranças, comercial, entre outros.
Como um setor tão tradicional se adapta a tanta tecnologia?
Sinceramente, não vejo o setor a adaptar-se. Não entendo porque é que nenhum software de contabilidade automatizou o processo de contabilização de A-Z com recurso a IA e de forma fiável. E isto é “tão fácil”, do ponto de vista técnico que, estrategicamente, tomámos a decisão de não o fazer. Teríamos uma desvantagem competitiva em relação a um software de contabilidade que “pode aprender” com milhões de lançamentos contabilísticos. Mas já acho isto há tanto tempo que me questiono se tomámos a decisão certa. Em todo o caso, este desenvolvimento é inevitável e a IA vai permitir que o trabalho de dez contabilistas passe a ser feito por um. Será que isso é mau? Para quem não se adaptar sim.
A tecnologia vai retirar emprego aos contabilistas?
A IA é uma revolução industrial. A história costuma-se repetir e todos sabemos o que é que aconteceu a quem não se adaptou nas últimas revoluções industriais e o que é que aconteceu à sociedade como um todo. Sinceramente, tenho pena que tantos contabilistas olhem para este tema como uma ameaça e não como uma oportunidade. Tipicamente, acham que o seu trabalho (como o conhecem) estará sempre protegido, porque obriga a muito conhecimento, experiência, inteligência e até contexto. No entanto, aquilo que os contabilistas acham que os protege é precisamente aquilo que os torna tão vulneráveis – esta é a revolução da “inteligência” – e é no “confirmation bias” que vão buscar o “conforto perigoso”, por exemplo, quando pegam num caso em que o humano é melhor do que a máquina e utilizam-no para extrapolar que a máquina nunca conseguirá substituir o humano.
Os humanos da Fiscal360 sentem-se ameaçados pelas “máquinas”?
Não vemos as máquinas como nossos concorrentes, mas como nossos aliados. E o que é, inevitavelmente, melhor que um humano é um humano a trabalhar “em equipa” com uma máquina. Na Fiscal360, ganhámos um dos nossos clientes mais importantes, porque a empresa que assessorava o nosso cliente não encontrou uma solução satisfatória para um complexo tema fiscal. O nosso chatbot demorou um minuto a encontrar solução para grande surpresa do nosso Fiscalista, que também não conhecia a solução. Dessa vez, a máquina foi melhor do que o humano, mas outras vezes é o inverso e está tudo bem. O importante é que trabalhem em equipa e quando a máquina se engana, o Fiscalista só tem de passar-lhe o seu know-how em linguagem natural, para que no futuro ela não se volte a enganar. As máquinas vão ajudar os humanos a concretizar o seu potencial, mas o inverso também é verdade criando-se assim um círculo virtuoso. E se é verdade que a tecnologia nos próximos anos será um grande diferenciador, também é verdade que ela será tanto mais diferenciadora quanto melhores forem os humanos que fazem fine-tunning ao seu know-how. Além disso esta revolução industrial tem uma natureza mais “exponenciada” e, discutivelmente, o plateau será atingido mais rapidamente. Nessa fase as relações humanas voltarão a ganhar força em termos relativos.
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Equipa da Fiscal360
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Iva, chatbot especialista em fiscalidade
O Ricardo enquanto líder transformacional trabalha muito sobre o futuro. É fácil gerir o equilibro com o presente?
O início de um processo de transformação nunca é fácil, especialmente quando as pessoas têm um dia a dia bastante exigente. Por isso, antes de estruturar uma transformação, tento sempre fazer pequenos desenvolvimentos à la carte para libertar tempo de cada um. Cria-se assim o tempo e o “goodwill” necessários para estruturar a transformação com a equipa e isso é um fator crítico para o sucesso. E quando temos uma equipa – e um coordenador – a sonhar comigo na transformação, mas que, ao mesmo tempo, têm uma maturidade e um “sentido de servir” enorme, fica bastante mais fácil e a verdade é que acabo por não ter de me preocupar minimamente com a operação. Já passei por processos de transformação bastante mais complexos nesse sentido.
O que os clientes da Fiscal360 podem esperar no presente?
Os nossos clientes podem, acima de tudo, esperar a robustez e rigor de quem tem mais de 35 anos de experiência no setor. Excelentes profissionais que, orgulhosamente, digo que são genuinamente boas pessoas, adoram ajudar e criar valor.
E, como não poderia deixar de ser, o cliente da Fiscal360 pode esperar que, no presente, vamos estar a preparar uma proposta de valor incrível para o futuro. E à medida que o “futuro” se vai tornando “presente” os clientes da Fiscal360 vão tendo, cada vez mais, tecnologia à sua disposição, mas acima de tudo cada vez mais humanos capacitados (por tecnologia) para lhes prestar um serviço de proximidade cada vez melhor.