A simbiose perfeita entre o Ensino e a Investigação
Em entrevista à Revista Business Portugal, o Professor Doutor Miguel Castelo-Branco de Sousa, garante que a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior dispõe de uma excelente oferta formativa que se coaduna com uma vivência em cidades muito recetivas e hospitaleiras.
A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior destaca-se pela adoção de modelos inovadores de ensino e formação, que a posicionam num patamar favorável no combate a novos desafios. Sob o ponto de vista pedagógico, nasceu com um novo modelo, resultado da identificação das melhores práticas no que concerne ao ensino médico e, posteriormente, associado a outros cursos que foram, entretanto, lançados na Faculdade.
De acordo com o presidente, Professor Doutor Miguel Castelo-Branco de Sousa, a FCS tem mantido uma estratégia de atualização, permanente, no que diz respeito a essas metodologias, considerando todos os aspetos que o perfil do profissional da saúde deve ter, desde os conhecimentos e competências, do ponto de vista da ciência, como também todas as competências práticas, relacionais e comunicacionais, que são, fundamentais no exercício da atividade na vida corrente.
O ensino da saúde envolve várias componentes práticas e, na FCS em particular, existe uma grande interação entre alunos e professores.
No contexto da pandemia de COVID19 , inicialmente, em alguns casos, a Faculdade adotou um método de ensino através de videoconferências e outros meios on-line, mas a pandemia não foi uma barreira na relação de proximidade existente na comunidade académica, bem como na prática do ensino presencial, exceto no período de tempo de confinamento mais rigoroso. No que diz respeito aos estágios clínicos, excetuando um curto período em 2020, foi possível, em toda a duração do processo da pandemia, garantir a atividade presencial e, portanto, a presença dos alunos em meios clínicos foi garantida até ao momento. No entanto, na opinião do presidente, as experiências não são tão intensas, do ponto de vista do contacto de proximidade, que hoje se preconiza na comunidade académica e como estava normalizado até ao início do período pandémico. Espera-se que, com a evolução favorável da pandemia, seja possível retomar os contactos frequentes e quotidianos.
Ao nível da investigação, e fruto do CIBS – Centro de Investigação em Ciências da Saúde, a FCS tem desenvolvido projetos em parceria com Hospitais e Centros de Saúde da região, dinamizando a investigação clínica.
A FCS dispõe de uma rede de parcerias com vários centros hospitalares na região do interior centro, desde Viseu, Guarda, Castelo Branco, Covilhã; parcerias que se estendem a vários centros de saúde da região. Para além disso, apresenta um conjunto de outros parceiros, conexos a unidades de reabilitação e cuidados continuados. Para o presidente, é precisamente na área da investigação clínica que é primordial haver uma aposta cada vez mais intensa. O governo português, até 2018, instituiu os centros académicos clínicos com a finalidade de criar novas dinâmicas, envolvendo as universidades, os hospitais e os cuidados primários, que estão associados ao ensino da medicina, para desenvolver mais a investigação clínica. Um esforço importante que está a ser feito, mas, do seu ponto de vista, Portugal precisa de alargar a sua capacidade de fazer investigação, nesses ambientes clínicos. Durante a pandemia, manteve-se a investigação que estava a decorrer, inclusivamente, desenvolveram-se alguns campos relacionados com a Covid-19. Foram realizados projetos na área da sociologia, através da identificação da presença de anticorpos na população e, ainda, estudos relacionados com as terapêuticas.
Nas universidades portuguesas, particularmente as que têm ligação à saúde, os laboratórios, o da FCS inclusive, foram colocados ao serviço da comunidade, para contribuir para o esforço da testagem, que se revelaram fundamentais para acelerar o processo e o volume de investigação que houve.
Repensar os modelos de investigação e o exercício da profissão
Para que a investigação seja encarada de outra forma, há um conjunto de processos que têm de ser repensados. A gestão do doente e a passagem dos vários componentes do processo de tratamento de diagnóstico precisam de ser melhorados no sentido de maior eficiência. Nestes contextos, é possível e necessário, fazer investigação e perceber quais são as melhores práticas.
Num país, como em tantos outros, que está a ser afetado pelo envelhecimento, principalmente nas regiões do Interior, com a desertificação, há um conjunto de problemas que precisam de ser encarados de acordo com as necessidades. Consequência do contexto pandémico, a investigação é, hoje, mais valorizada e um dos aspetos importantes, realçado com a pandemia, foi a necessidade de se continuar a apostar na investigação. Sentia-se uma certa desvalorização da importância da investigação e, agora, provou-se que é fundamental, por exemplo, nos bons resultados da produção da vacina e do processo de vacinação.
Não havia, até ao momento, histórico de uma tão grande celeridade em termos de produção de resultados. Portanto, o presidente da FCS não tem dúvidas de que a pandemia veio fomentar a continuação da valorização da investigação.
O próximo ano-letivo será de readaptação no ensino superior, antecipando novos desafios
Na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, o próximo ano letivo está a ser preparado tendo sempre em consideração a melhoria contínua dos processos de qualidade. O ensino presencial, em maior percentagem, é uma realidade expectável, na qual se espera a implementação de algumas regras de segurança associada a pandemia, que ainda se possam manter. “É difícil antecipar regras que possam existir nessa altura, mas a aposta vai ser em aulas mais presenciais”, garante.
Na qualidade de médico, Miguel Castelo-Branco de Sousa, perspetiva um bom futuro para a FCS e comunidade em geral. Até setembro, espera-se que grande parte da população esteja vacinada e, por isso, a questão da vacinação é importante para conter todo o processo e que vai definir o futuro. A comunidade académica já está mais sensibilizada, porque houve um conjunto de atividades que se mantiveram presencialmente, respeitando todas as regras de vigilância e cuidados.
Para todos aqueles que ambicionam a área da medicina, a FCS é, sem dúvida, uma faculdade recomendável. Dispõe de uma excelente oferta, do ponto de vista formativo, tem condições excelentes para a aprendizagem e, em termos de vivência, as cidades em que opera são muito recetivas. Excelentes condições para que os alunos possam fazer um excelente curso e, posteriormente, ter uma vida profissional habilitada ao seu exercício.