A crise da audiência televisiva em Portugal

A audiência da televisão gratuita em Portugal registou uma queda importante, assinalando uma grande mudança nos hábitos de consumo de mídia. Noutros tempos a maioria dos lares portugueses se reunia em volta do televisor para acompanhar as principais novelas, noticiários ou programas de entretenimento.

 

 

 

Hoje é cada vez mais comum encontrar pessoas que preferem conteúdos online sob demanda ou em plataformas de streaming. Segundo dados divulgados pela Marktest, o consumo médio de televisão em Portugal desceu muito entre 2021 e 2023, sobretudo entre os jovens adultos, que passam menos tempo a assistir a canais abertos.

Não se trata de um fenómeno exclusivamente português. Em grande parte do mundo, a disponibilidade de internet de alta velocidade e a proliferação de dispositivos móveis mudou por completo a forma como as pessoas interagem com conteúdos audiovisuais. No entanto, Portugal tem contornos específicos.

Até há pouco tempo, o país mantinha índices elevados de consumo televisivo devido à forte popularidade de programas de entretenimento e à tradição de acompanhar telenovelas em canal aberto. Hoje, contudo, observa-se uma tendência clara de migração para o digital, que não só altera a forma de ver televisão, mas também as opções de entretenimento ao alcance de cada utilizador.

Fatores que contribuem para a diminuição do consumo de televisão

A chegada de plataformas de entretenimento online mudou completamente o papel da televisão. Os jogos, por exemplo, que antes dependiam de consoles conectados a TV, agora podem ser vistos de qualquer dispositivo com internet. Sites como o SambaSlots.com oferecem vários tipos de jogos com gráficos avançados e ambiente de jogo seguro.

Como o sector dos jogos online tornou-se mais regulamentado em Portugal, sob supervisão do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), a confiança dos utilizadores nas plataformas online aumentou. O que abriu caminho para outros tipos de entretenimento. Como as séries e filmes on-demand que substituíram a espera pelos horários dos canais.

Mas a quebra na audiência televisiva não tem uma causa única. A expansão da internet de banda larga, que se tornou mais acessível a grande parte da população e, consequentemente, viabilizou o streaming de vídeos em alta definição sem interrupções é, certamente, a principal delas.

Por outro lado, o crescimento dos smartphones e tablets trouxe mais mobilidade ao consumo de conteúdos audiovisuais. Em vez de depender de um televisor fixo na sala de estar, muitos portugueses agora assistem aos seus programas favoritos em qualquer lugar. O público passou a ter maior controlo sobre o que vê e quando vê.

Com a possibilidade de gravar programas ou assistir a séries completas em plataformas digitais, o conceito de “horário nobre” já não é tão relevante como era no passado. Então, a conveniência e a liberdade de escolha acabaram por influenciar a queda da audiência dos canais abertos.

Além disso, a diminuição da publicidade em horários fixos na televisão é outro indicador de que as empresas têm percebido o valor do marketing digital. Há uma clara mudança no investimento das marcas, que estão a direcionar mais recursos para campanhas em redes sociais e em plataformas de vídeo online.

O entretenimento online e o crescimento das plataformas de streaming

Netflix, HBO Max, Amazon Prime Video e Disney+ são as principais formas de entretenimento em Portugal, oferecendo catálogos extensos de séries, filmes e documentários. De acordo com dados da PORDATA, o número de subscritores destes serviços teve um crescimento acelerado entre 2019 e 2023.

Embora o crescimento do streaming não anula o consumo de televisão aberta, ele reduziu bastante o tempo que o público dedica a ver os canais gratuitos. A par disso, as redes sociais ocupam cada vez mais o tempo livre dos portugueses. Seja para acompanhar notícias em tempo real, seja para entretenimento ligeiro ou até mesmo para ver transmissões de eventos desportivos.

Estratégias de adaptação dos canais televisivos

Enquanto plataformas de streaming e sites de jogos ganham mercado, os canais de televisão gratuita tentam atualizar-se para não perderem a relevância. Alguns optam por criar os próprios serviços de streaming, oferecendo programas em formato on-demand e complementando a emissão linear.

Outros apostam em programação interativa ou em telejornais com maior conteúdo digital, procurando segmentar audiências e integrar-se com as redes sociais. Porém, a mudança de hábitos vai além de simplesmente dispor de conteúdo online. O público procura mais do que programas em diferido.

Os portugueses querem exclusividade, variedade de opções e, acima de tudo, a capacidade de escolher o que vê. Grande parte das emissões televisivas ainda segue o padrão linear, no qual o espetador precisa de se encaixar nos horários, e isso choca com a cultura on-demand, em que a autonomia do utilizador é prioritária.

 

*Este artigo é da inteira responsabilidade da Bazoom

You may also like...

This will close in 10 seconds