“Pensamos em cada projeto como se fosse nosso”

Mafalda Marta, CEO e Partner da ARQUICEG, revela como a combinação de inovação e sustentabilidade tem impulsionado o crescimento e a consolidação da empresa no mercado. Em entrevista, partilha insights sobre os desafios e as oportunidades no setor, destacando a importância de uma visão estratégica e colaborativa.

 

 

 

 

 

A Arquiceg tem demonstrado um crescimento significativo desde a sua fundação. Quais foram os principais marcos e desafios enfrentados durante os primeiros anos de operação, e como esses eventos moldaram a estratégia da empresa até o momento?

A Arquiceg surgiu como um desafio familiar em 2017. Mostrando o primeiro projeto de arquitetura conseguimos desenvolver outros para amigos, e a empresa foi-se mantendo, como segundo trabalho da família. Aquando da pandemia, a imposição do confinamento, fez com que surgissem pedidos de projetos/obras de reabilitação de interiores. As pessoas sentiram que a sua habitação não era Casa, e nós tivemos um papel importante ao dar conforto e qualidade na fruição do espaço de habitação. Foi nessa altura que decidimos dar um impulso à empresa. Criámos a marca ZECEGO®, porque queríamos este projeto mais especial. O Zé Cego foi uma pessoa importante e delineador dos nossos valores familiares, e por isso, sendo esta empresa tão nossa, sentimos que seria a nossa marca de imagem. Como microempresa atravessámos algumas dificuldades. Em Portugal, o mercado da arquitetura e da construção, são competitivos, e as empresas tem uma carga fiscal demasiado pesada para as fazer crescer. É preciso aproveitar as ondas do mercado, e o nosso trabalho não pode passar apenas por um eixo estratégico. Delineámos três eixos de mercado: arquitetura, construção e planeamento. Em 2022 a empresa demonstrou um crescimento significativo quando iniciou projetos de habitação social no âmbito do PRR. Sentimos que podíamos fazer a diferença na habitação a custos controlados e contribuir para um habitar menos desigual.

 

A Arquiceg oferece vários serviços, incluindo arquitetura, engenharia, design e atividades imobiliárias. Quais são os principais fatores diferenciadores que permitem à empresa destacar-se no mercado competitivo atual?

Não sei se nos diferenciamos do mercado atual, que é competitivo e instável, com muitas interferências, incluindo as externas ao nosso país. Sabemos que procuramos dar ao cliente um serviço seguro, de confiança respeitando as suas necessidades. Um dos grandes objetivos da empresa é conseguir dar um serviço chave na mão ao cliente, isto é, desenhar o seu projeto, construí-lo e pensar em cada detalhe de forma autónoma. Ainda não alcançamos todos os objetivos. Estamos a consolidar as nossas áreas de atuação, melhorando os nossos serviços a cada cliente, para continuarmos dentro do mercado com qualidade.

 

 

 

Como é que a empresa pretende adaptar as suas estratégias para manter a relevância e a liderança no setor, num cenário de mudanças rápidas e desafios económicos?

Em Portugal, uma empresa, não pode cingir-se apenas a um serviço que seja sempre constante ao longo do tempo, pois vivemos tempos de rápida evolução. A Arquiceg tem de acompanhar essas mudanças e dar resposta àquilo que são as necessidades/intenções dos seus clientes. Começamos com pequenas reabilitações e hoje estamos a projetar grandes complexos habitacionais e zonas empresariais. Temos de saber ler as flutuações do mercado, não só para sobreviver, mas principalmente para termos relevância na vida de quem nos procura.

Como é que a empresa incorpora novas tecnologias e tendências no design e na construção? Como é que garante que as suas práticas sejam sustentáveis e tenham um impacto positivo na comunidade e no meio ambiente?

Tentamos que os nossos projetos sejam sempre responsáveis. Para além da vida do cliente, qualquer que seja a nossa proposta, terá sempre impacto no ambiente. Os nossos projetos incluem uma eficiente gestão de resíduos, com a implementação de programas para reduzir, reutilizar e reciclar materiais de construção. Estamos a investir em formação para que os nossos projetos minimizem a pegada de carbono, de forma a implementar estratégias para redução das emissões de carbono durante o ciclo de vida do edifício, desde a construção até à manutenção.

 

 

 

A Arquiceg é conhecida pelo seu trabalho de qualidade e pela entrega de projetos bem-sucedidos. Quais são os projetos que melhor representam a visão e os valores da empresa, e como a Arquiceg garante a excelência na execução desses projetos?

Todos os trabalhos têm relevância para nós, pois desenvolvemos com o mesmo afinco e dedicação quer sejam projetos de grande ou de pequena dimensão. A arquitetura tem isto, quando projetamos, nunca é apenas para o cliente, pois há que pensar no impacto na vida de quem deambula no espaço público que lhe é confinante. Claro que há trabalhos mais desafiantes, como os projetos de habitação a custos controlados desenvolvidos no âmbito do PRR. Estamos a contribuir para colmatar uma falha no nosso país: a habitação e a sua qualidade. A habitação a custos controlados tem regras apertadas: a dimensão dos espaços, o reduzido custo de construção, aliado à importância da eficiência energética. Tem sido um desafio, mas pensamos em cada projeto como se fosse nosso, e sempre com o foco em quem o habita.

 

 

Como a empresa vê a evolução do mercado de arquitetura e construção, e qual o papel que pretende desempenhar nesse cenário?

A Arquiceg vê a evolução do mercado de arquitetura e construção com otimismo e como uma oportunidade para inovar. Um desafio, claro! O mercado está em constante transformação, impulsionado por avanços tecnológicos, sustentabilidade, e novos pedidos dos clientes para soluções mais eficientes e personalizadas. Exemplo disso é a necessidade de projetar com sistemas mais avançados (Building Information Modeling BIM), esta é uma ferramenta importante, não só pela capacidade de aglutinação de informação dos vários técnicos, mas principalmente por nos permitir antecipar problemas em obra, reduzindo assim desperdícios (maior sustentabilidade) e a redução de custos ao cliente. Procuramos fazer formação contínua para acompanhar a evolução do mercado, e até superar.

Qual é a estratégia da Arquiceg para os próximos anos? Quais são os principais objetivos e metas que pretende alcançar, e quais são os principais projetos ou iniciativas que pretendem implementar para concretizar essa visão?

O nosso objetivo mais próximo será a autonomização dos nossos serviços, ou seja, criar uma equipa multidisciplinar sem necessidade de recorrer a contratação externa. A longo prazo o nosso objetivo será conseguirmos implementar a área da construção nos nossos serviços, sem nunca esquecer o foco principal que é o nosso cliente!

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