Juntar Créditos ou Renegociar? Conheça as Diferenças

Com o crédito ao consumo a disparar em 2022, quais são as alternativas caso exista um sobre-endividamento? Juntar créditos ou renegociar?

Os recentes dados do Banco de Portugal demonstram que os pedidos de crédito ao consumo têm acelerado em 2022. Para um melhor contexto, o mês de Fevereiro em específico, obteve um crescimento de 63% comparado com o financiamento de Fevereiro do ano anterior.

Este fenómeno pode ser visto de duas formas: um sobre-endividamento familiar, que através de financiamento procura pagar despesas inesperadas ou apenas mais um resultado do baixo poder de compra dos portugueses.

Na realidade, pedir um crédito ao consumo é tão simples que permite uma acumulação de financiamentos no orçamento. Esta vertente pode assim, rebentar com a tão conhecida taxa de esforço. Mas, o que pode ser feito nestes casos?

Juntar Créditos

Pode chegar ao ponto em que já não é possível contrair mais créditos. Isto é, em determinada altura, o banco pode concluir que já não tem capacidade para pagar as suas mensalidades, manter a mesma qualidade de vida e ainda pedir outro financiamento.

Para estes casos, ainda tem um recurso que pode até ser melhor que um novo financiamento, chamado de crédito consolidado. Imaginando que tem um crédito pessoal que pediu para realizar umas obras em casa e tem um crédito automóvel que utilizou para comprar um novo carro. Neste caso, ambas as prestações absorvem grande parte do orçamento, o que não permite qualquer poupança no fim do mês.

Ao recorrer ao crédito consolidado, não está a pedir mais um financiamento que acumula com o seu crédito pessoal e automóvel. Na realidade, numa consolidação está a juntar créditos em apenas um só, o que permite baixar as taxas de juro e alargar prazos de pagamento.

Estes fatores permitem que pague apenas uma mensalidade, a uma única instituição financeira e com uma grande vantagem: pode obter uma redução até 60% do valor da prestação.

Renegociar Dívidas

Conseguir um crédito consolidado nem sempre é possível. Por norma, em situações de incumprimento já não consegue pedir esta solução. Todavia, ao falar com o gestor dos seus empréstimos pode conseguir uma alteração do contrato em vigor.

Segundo o Banco de Portugal: “A renegociação dos termos do contrato só é possível havendo acordo entre o cliente bancário e a instituição de crédito.

Apesar de não serem obrigadas a renegociar, as instituições financeiras sabem que quando ocorre um pedido de renegociação financeira é porque existe a possibilidade de entrar em incumprimento. Neste caso, é também do interesse do banco olhar para as condições de crédito contratadas e perceber se existe alguma caraterística que pode ser alterada.

Neste momento existem dois pontos a favor do consumidor: a entidade financeira não pode cobrar qualquer comissão se a renegociação estiver associada à alteração das taxas de juro e também não pode forçar a compra de outros produtos do banco para que consiga novas condições de crédito.

Ao contrário do crédito consolidado, uma renegociação da dívida pode ocorrer mesmo já estando em incumprimento com os seus deveres. Para todos os titulares de créditos que ainda não estão em incumprimento, juntar créditos é ainda assim, uma solução mais rápida e que permite maior redução da prestação.

Mecanismos Contra o Endividamento

Caso a situação não permita obter um crédito consolidado, e o banco também não ceda perante a renegociação do crédito, existem ainda duas soluções: o Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI) e o Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (PERSI).

Ambos são supervisionados pelo Banco de Portugal, e enquanto o PARI é um plano direcionado para revisão de taxas de juro e que permite um período de carência de pagamento da prestação, o PERSI é um mecanismo para momentos de litígio, que evita despesas de tribunais desnecessárias entre o cliente e a instituição bancária.

Em todos estes casos, o importante é que consiga antecipar o incumprimento da prestação, seja ao não pedir mais do que realmente precisa ou através da consolidação dos créditos enquanto é possível.

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