JFSC Canalizações: Canalizar forças para bem servir
Há 42 anos a realizar obras no concelho de Sines, José Silva, habituou os seus clientes a trabalhos de qualidade e duradouros. O trabalho no terreno ensinou-lhe o que não se aprendia na escola e, apesar das vicissitudes, mantém a força e dinamismo de quando iniciou. Em entrevista à Revista Business Portugal, José Silva, gestor da JFSC, conta-nos a história da empresa e o rumo que lhe tem imposto.
As canalizações e estruturas de redes fazem parte da sua vida desde que altura?
Iniciei-me nesta atividade aos 18 anos, em nome individual, e constituí a empresa JFSC Canalizações Unipessoal, Lda em 2001 conto, por isso, 42 anos de atividade. Comecei com as canalizações e, mediante as necessidades, fui aumentando o leque de serviços para instalação de ar condicionado, aquecimento central, painéis solares, bombas de calor, redes de gás, redes de incêndio e ar comprimido, etc.
Atualmente o setor da construção, para o qual presta a maioria dos seus serviços, está a crescer novamente, mas houve alturas menos boas….
No passado trabalhei para alguns grupos nacionais de construção civil e os negócios não acabaram bem para o meu lado. Tudo começou a partir de 2005, fiz todas as obras a que me comprometi, paguei os materiais aos fornecedores, os ordenados do meu pessoal e não recebi nada desses grupos. Fui no engodo de me encomendarem mais obras, continuavam a pedir-me orçamentos, sempre com a promessa de que iriam começar a pagar no mês seguinte. Tive de me endividar para pagar aos fornecedores e aos meus funcionários, abri ações em tribunal e a justiça não me deu razão, pelo contrário, ainda se colocou do lado do grande grupo e condenou-me a pagar as despesas do tribunal, mesmo sem receber nada dos devedores e sabendo eu que tinha a razão do meu lado. Há um devedor, a quem eu dirigi vários pedidos para saldar as dívidas que tinha para com a minha empresa que me disse que não tinha dinheiro e se o quisesse tentar reaver teria de colocar uma ação em tribunal porque, mesmo assim, tinha a certeza que não seria condenado a pagar-me… Ainda hoje me pergunto como é que foi possível este devedor ter tanta certeza que não me ia pagar! Em todos os processos que abri em tribunal nunca fui convocado para me poder defender e apresentar as provas que tinha na presença do devedor e do senhor juiz, apenas foram as minhas testemunhas e as dos arguidos, bem como os próprios devedores. Considero, portanto, que não foi feita justiça porque tive de pagar as custas judiciais e não recebi os valores em dívida das empresas que contrataram os meus serviços.
Atualmente trabalha com que entidades?
Atualmente trabalho com a Administração do Porto de Sines, EuroResinas (grupo Sonae), Indorama, Câmara Municipal de Sines, MareDeus, Oceanic, Portsines, entre outras entidades. Ultrapassados os anos menos bons da construção dediquei-me, quase exclusivamente, ao ramo industrial e optei por investir numa equipa mais pequena, com nove elementos, composta por técnicos especializados. Procuro ter os melhores profissionais comigo, ofereço a formação especializada e muito trabalho a quem quer fazer carreira na JFSC, garantindo a qualidade e durabilidade dos serviços que fazemos.
Como conseguiu levantar a sua empresa e ter forças para continuar?
Foi a minha persistência e muita perseverança. Tive de reforçar a empresa com dinheiro da minha conta pessoal e de pedir um empréstimo para saldar as dívidas que tinha contraído para entregar as obras dentro dos prazos a que me tinha comprometido. Mas não desisti e investi nas pessoas e no material de trabalho. Tenho quatro carrinhas diariamente na rua a concretizar obras distintas, consigo fazer a gestão de todas elas, saber como estão a correr e se necessitam de maior supervisão mediante a dificuldade que apresentam. Decidi alargar o leque de ofertas e de serviços quando, em 2016, abri uma drogaria para a minha filha que, sendo um negócio complementar ao meu, serve todos os empresários do setor e estava em falta nesta região. Mas acima de tudo foi a minha força de vontade, de trabalho e por não desistir de receber o dinheiro, que é meu por direito, que me deram forças para continuar e voltar a crescer.