Cadaval: viver no oeste de Portugal


O concelho mais a norte do distrito de Lisboa, Cadaval é uma vila que se tem desenvolvido calmamente nas últimas décadas, como nos comprova em entrevista à Revista Business Portugal José Bernardo Nunes, Presidente do município que dispõe de uma situação financeira e meios humanos que permitem respostas céleres do ponto de vista social.

Desde 2013, data do primeiro mandato, que se propôs a vários objetivos e metas para cumprir. Atualmente, o sentimento de dever cumprido está presente?

Existe um sentimento de dever cumprido na medida em que, diariamente, me empenho ao máximo para que os serviços da autarquia respondam forma rápida e eficiente a todas as solicitações, bem a como todas as oportunidades de candidatura a obras e a fundos comunitários.

José Bernardo Nunes, Presidente

No entanto, um autarca está sempre a criar novos objetivos e novas metas, pois a comunidade assim exige e nunca nos conformamos com o que já conseguimos, queremos sempre mais. Esta é a minha forma de estar e julgo que agora também já não irei mudar.

O dia 25 de abril é um marco importante na história do nosso país e com a pandemia ganhou um simbolismo diferente porque vivemos presos dentro da nossa liberdade. De que forma o município contribui para a liberdade dos seus habitantes?

Julgo que esse será mais um sentimento vivido nos grandes centros urbanos, aqui no Cadaval não existe tanto essa perceção. Quer na Vila quer nas Aldeias, as pessoas continuam a fazer o seu dia-a-dia de uma forma mais ou menos normal, o que realmente me preocupa, para além da saúde das pessoas, é o facto de alguns setores da atividade económica estarem a passar sérias dificuldades, como o turismo, a restauração, os cafés e o pequeno comércio, e que no dia seguinte já não consigam subsistir.

Esse será o grande desafio seguinte à pandemia, a recuperação económica e a resposta ao empobrecimento das famílias. É um desafio para o qual todos teremos de estar preparados.

A plataforma “Cadaval Cativa” reúne o que de melhor há e se faz no município, como a gastronomia, cultura e património. Num momento de fragilidade para todos os habitantes a importância do poder autárquico está mais acentuada?

Sem dúvida que se as pessoas sentirem confiança nas instituições, nomeadamente nas suas autarquias, sejam elas a Câmara Municipal ou a Junta de Freguesia, isso dá-lhes também a segurança de que, se for necessário, a ajuda aparece. Julgo que as pessoas têm essa noção e temos estado muito atentos aos sinais que nos chegam da comunidade.

Até agora, temos sabido corresponder, e não existe razão para que assim não continue, temos meios humanos qualificados para dar resposta às situações que nos vão surgindo e que possam vir a surgir e, felizmente, o município tem uma situação financeira que lhe permite ir mais além, se for necessário.

O segundo mandato exigiu mais resiliência e dinamismo dado a situação que vivemos, mas o município não descurou as suas responsabilidades. Que trabalhos/obras destaca?

Sim, ninguém esperava uma coisa destas, este mandato é quase um “dois em um” dada a readaptação que tivemos de fazer. Se por um lado se cancelaram os eventos, por outro, a reorganização dos serviços e a resposta social que tivemos que implementar vieram trazer um enorme desafio a todos. Se aliarmos tudo isto às novas competências que temos vindo a receber do Estado, ou de que estamos a preparar a receção, e que são de grande impacto na gestão da autarquia, como a educação ou a saúde, têm sido realmente tempos novos e de muito trabalho.

Mas mesmo assim mantivemos a nossa frente de trabalho no que respeita a novos projetos e obras. Neste momento, temos em curso vários projetos de grande interesse, como a rede de monitorização de consumos de água que está a ser implementada em todo o concelho, já em obra, ou, por exemplo, o levantamento habitacional do concelho, que é ainda um diagnóstico e que resultará em respostas sociais nesta área, para famílias carenciadas.

O Centro de Recolha Animal está concluído, faltando apenas a ligação elétrica e a finalização da parceria com o Bombarral que será sob a forma de associação de municípios e que só está pendente da aprovação da Assembleia Municipal, a grande intervenção nas antigas Oficinas Municipais está também a bom ritmo e irá dar uma nova vida à zona antiga da Vila do Cadaval.

A rede de vias pedonais está também em curso e foi algo penalizada pela pandemia, com arranques e paragens por parte dos empreiteiros, mas está em andamento e será, sem dúvida, uma grande mais-valia para a mobilidade das pessoas e para a qualidade de vida que as nossas aldeias têm para oferecer. Está ainda em curso um grande investimento em asfaltagens que compreende um significativo esforço financeiro da autarquia, mas que todos consideram ser necessário.

Na área da educação, realizámos uma obra há muito necessária e de grande interesse para o concelho para a comunidade escolar, que foi a remodelação dos edifícios da Escola Secundária do Cadaval, onde a Câmara entrou com uma parte significativa do investimento, mesmo sendo uma obra da responsabilidade da Administração Central. Mas o que julgo ser uma imagem de marca da minha gestão tem sido, sem dúvida, a parceria com as Juntas de Freguesia, que tem permitido fazer muito com pouco, em obras de proximidade por todo o concelho, em pequenas coisas que verdadeiramente mudam a vida das pessoas para melhor, e isso deixa-me muito satisfeito.

2021 perspetiva-se um ano, sobretudo, de grandes desafios para as autarquias que têm um papel importante na dinamização dos seus municípios. Que projetos estão pensados para colmatar as carências de todos os habitantes de Cadaval?

Sim, como já referi, o Município do Cadaval tem uma situação financeira e meios humanos que permitem respostas céleres do ponto de vista social, caso seja necessário.

Para além disso, criámos algumas medidas de apoio às famílias e às empresas que tencionamos manter para além de 30 de junho, data em que terminam as que estão em vigor. Neste momento, estamos também expectantes quanto àquilo que vai ser o novo quadro comunitário de apoio e o que a “bazuca” reserva para os municípios.

Temos as ideias, mas sem saber se vai haver dinheiro para as concretizar, não faz parte do meu estilo anunciar coisas que não sei se vou poder realizar. Não contem comigo para isso.

Os munícipes precisam, neste momento, de serem encorajados e de ler palavras otimistas. Que mensagem quer deixar à população?

As pessoas já me conhecem, e julgo que ao longo da minha vida profissional e de autarca dei sempre provas da minha entrega e da minha capacidade de realização, quando me envolvo num projeto. Por isso, digo que podem continuar a contar com a mesma dedicação de sempre. O que espero, sinceramente, é que em breve possamos retomar alguma normalidade nas nossas vidas.

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