Doença de Parkinson

Durante o curso da doença, outros sistemas cerebrais podem ficar comprometidos, condicionando alterações da fala, do sono, do pensamento, da sexualidade, da memória, do comportamento e do estado de ânimo (depressão e ansiedade).

 

Dr.ª Patrícia Pita Lobo, Neurologista Hospital Dr. Nélio Mendonça, SESARAM

 

A doença de Parkinson é uma doença neurológica degenerativa e lentamente progressiva, condicionada pela morte das células cerebrais em áreas específicas do cérebro. Deve-se à redução da produção de dopamina, um mensageiro químico cerebral que actua nos centros de comando dos movimentos voluntários.

Atinge adultos entre os 50 e 79 anos e é mais comum nos homens.

Do ponto de vista de sintomas, é caracterizada pela presença de tremor quando os músculos estão em repouso (tremor de repouso), lentidão dos movimentos voluntários, sendo estes os dois sintomas iniciais mais frequentes. Tem início habitualmente num dos membros superiores (mão). Cursa ainda com aumento no tônus muscular (rigidez). Pode evoluir com alterações do andar e do equilíbrio. Durante o curso da doença, outros sistemas cerebrais podem ficar comprometidos, condicionando alterações da fala, do sono, do pensamento, da sexualidade, da memória, do comportamento e do estado de ânimo (depressão e ansiedade).

O diagnóstico é feito através da história clínica e da avaliação física. Alguns exames podem ser realizados para excluir outras patologias.

 

 

 

 

O tratamento é sintomático, ou seja, até à data não existe um tratamento curativo, mas os medicamentos disponíveis aliviam os sintomas e dão qualidade de vida ao doente.

A doença tem várias fases. A fase inicial em que os sintomas são facilmente controlados com a medicação oral disponível. A fase intermédia em que é necessário ajustar as doses da medicação e adicionar vários medicamentos para que se consiga reduzir os sintomas do doente no seu dia-a-dia. Chega posteriormente a fase avançada, que se caracteriza pela presença de complicações motoras que surgem lentamente ao longo de anos de evolução da doença e caracterizam-se por dois tipos de sintomas/queixas: períodos de bloqueio (períodos de Off) e movimentos involuntários. Os períodos de bloqueio, correspondem aos períodos do dia em que se verifica o reaparecimento dos sintomas da doença (tremor, lentidão, rigidez, dificuldade no andar) e podem ter uma duração variável. Os movimentos involuntários chamados de discinésias, são movimentos independentes da vontade do doente, e podem surgir em qualquer parte do corpo (cabeça, tronco e/ou membros). Para esta fase estão disponíveis outras opções terapêuticas, para além da medicação oral, as chamadas terapêuticas auxiliadas por dispositivos. As terapêuticas auxiliadas são a cirurgia de estimulação cerebral profunda (cirurgia feita ao cérebro com colocação de um pacemaker), injecções subcutâneas de apomorfina para resgatar dos períodos Off, infusão de levodopa através do estômago/jejuno, e mais recentemente a infusão de levodopa através da pele com o auxílio de uma bomba.

A escolha do tratamento adequado depende, portanto, da fase da doença, pelo que deve ser orientada por um profissional.

São igualmente importantes a prática regular de exercício físico e uma dieta equilibrada pois permite melhorar a qualidade de vida do doente.

 

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