Desabituação do consumo tabágico
O momento de avaliação é fulcral para o desenvolvimento de uma intervenção individualizada e eficaz que conduza a uma efetiva desabituação do consumo tabágico. O primeiro passo para o processo de mudança, constitui-se como um momento privilegiado de contacto empático, motivador e compreensivo. Apenas desenvolvendo uma visão plena da pessoa e da sua situação é possível desenvolver, colaborativamente, um caminho efetivamente transformador. Nesse sentido, é necessário desenvolver uma avaliação interessada, abrangente e integrativa.
Primeiramente, compreender em que fase da mudança se encontra a pessoa, permite guiar o contacto de modo a que este facilite assim a passagem para o estádio seguinte, ou a persistência num estádio já alcançado. Neste sentido, podemos referir as seguintes fases:
- Pré-contemplação – existe pouco ou nenhum interesse em mudar
- Contemplação – avaliação do custo-benefício da cessação; planeamento da mudança nos próximos 6 meses; razões como o medo de não ser capaz ou dificuldades de autocontrolo são desafios a superar para a passagem à fase seguinte
- Preparação – planeamento de mudança a cerca de 1 mês
- Ação – são dados passos reais para implementar medidas que conduzam à desabituação; permanência de 6 meses sem fumar
- Manutenção – o novo comportamento torna-se normativo; o comportamento mantém-se durante 5 anos
- Recaída – dita o regresso a uma das fases anteriormente referidas.
Apesar da compreensão da fase de mudança na qual a pessoa se encontra ser relevante, perceber as reais intenções para a mudança é igualmente importante, sabendo que estas são influenciadas pela avaliação positiva/negativa do comportamento a desenvolver (atitudes face ao comportamento), a influência sentida para cessar o consumo tabágico (normas subjetivas) e a avaliação da dificuldade em efetivamente implementar o comportamento (controlo comportamental percebido).
Além de avaliar a motivação, avaliar o grau de dependência é outro dos tópicos relevantes. Desta forma poderão antever-se necessidades como por exemplo, a referenciação a outro profissional de saúde para que este realize a sua análise e implemente tratamento farmacológico caso exista essa necessidade.
Aferir padrões individuais de consumo, os fatores que o mantêm, a forma como são percebidos os benefícios da desabituação e os riscos da manutenção do comportamento, o modo como é realizada a antevisão de resistências (barreiras e desafios), a rede de suporte social e familiar, e compreender as estratégias de enfrentamento já utilizadas ou passíveis de serem adotadas são outros tópicos essenciais para desenhar uma intervenção eficaz e facilitadora do processo de mudança.
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Dia do Não Fumador
O Dia do Não Fumador comemora-se anualmente a 17 de novembro.
A data visa sensibilizar as populações para os fatores de risco associados ao consumo de tabaco e divulgar as formas mais eficazes para deixar de fumar. É assim um dia de reflexão, mas também de ação, podendo ser o dia ideal para se decidir a deixar de fumar.