No coração do Algueirão Mem-Martins, o Intermarché assume-se como um exemplo de inovação e proximidade, combinando tecnologia avançada com uma gestão humana atenta e estratégica. Sob a liderança de Ernesto Cunha, um dos principais impulsionadores da modernização da marca em Portugal, esta loja representa uma nova geração de espaços comerciais focados na experiência do cliente, na eficiência operacional e no envolvimento com a comunidade local.
A visão de proximidade de Ernesto Cunha
Empresário aderente do Intermarché de Algueirão Mem-Martins um dos rostos mais ativos no processo de renovação e modernização da marca em Portugal. Ernesto Cunha tem um percurso consolidado no setor do retalho alimentar, integra o Grupo dos Mosqueteiros desde 2010 e, atualmente, faz parte do Conselho de Administração Alimentar do grupo. Começou por gerir a loja de Elvas, depois passou para a Marinha Grande e, agora concretizou um novo projeto em Sintra, com a abertura do Intermarché de Algueirão Mem-Martins.
“Queríamos uma loja de proximidade, pensada para servir essencialmente esta zona, até o cliente que vem a pé”, explica. Para Ernesto a opção por um espaço de 1.300 metros quadrados não foi uma limitação “É uma loja com dimensão humana, com serviços ajustados à realidade local”. Instalado num antigo posto de combustível convertido numa área de serviço Intermarché, o espaço conjuga supermercado, bombas de combustível, lavagens, loja de conveniência, papelaria, carregadores elétricos e até uma esplanada. “Queríamos estar sempre perto do cliente com tudo o que ele possa precisar no seu dia a dia”. Especialista em frescos, tal como exige a vocação da insígnia, o Intermarché de Algueirão aposta em cadeias curtas de abastecimento, com parcerias locais e entregas frequentes do Mercado Abastecedor de Lisboa. A padaria funciona em produção contínua, com pão quente ao longo de todo o dia, e o talho segue a tradição portuguesa, com desmancha em loja.

Inovação tecnológica ao serviço da operação
A tecnologia tem vindo a desempenhar um papel transformador e cada vez mais estratégico na gestão diária das lojas. Ernesto Cunha destaca o impacto positivo das ferramentas digitais que o grupo tem vindo a desenvolver e implementar, permitindo uma operação mais eficiente e integrada. “Atualmente, dispomos de várias soluções digitais internas que agilizam e automatizam processos fundamentais. Por exemplo, utilizamos um tablet que, assim que recebemos a mercadoria, realiza automaticamente a integração dos lotes e das datas de validade. Este sistema minimiza os erros humanos e acelera significativamente o processo de receção, permitindo-nos poupar tempo e recursos”.
Para além da agilização do processo, esta digitalização garante um maior controlo e rastreabilidade dos produtos, o que é essencial num setor tão exigente como o retalho alimentar. “Ter esta informação de forma rápida e fiável facilita a gestão de stocks e a capacidade de responder com celeridade a qualquer anomalia, como produtos fora do prazo ou problemas de qualidade”. Outro benefício importante é a melhoria na comunicação interna. “A tecnologia cria canais mais diretos e eficientes entre as equipas e entre as diferentes lojas, o que ajuda a coordenar melhor as operações e a manter todos alinhados com os objetivos e procedimentos definidos”.
Contudo, Ernesto reforça que a tecnologia é uma ferramenta e não uma solução mágica. “A eficácia destes sistemas depende crucialmente da forma como os colaboradores aderem e cumprem os processos. Ter as ferramentas, é fundamental que as pessoas sigam os procedimentos rigorosamente. Quando saltamos etapas, acabamos por pagar a fatura mais tarde, com custos operacionais acrescidos, problemas na qualidade do serviço e, em última análise, a insatisfação dos clientes”. O investimento em tecnologia vem acompanhado de um desafio constante na formação e na motivação dos colaboradores para que estes consigam tirar o máximo partido das soluções disponíveis, integrando-as de forma eficaz no seu trabalho diário.
O desafio da nova geração de trabalhadores
Mais do que a tecnologia, o que verdadeiramente desafia o retalho atualmente é a gestão humana. “Estamos perante uma nova geração de colaboradores que é, na minha opinião, mais descomprometida. Estes jovens tendem a focar-se sobretudo nas suas necessidades pessoais, mostrando pouco interesse em acrescentar valor ou em atingir objetivos mais ambiciosos”.
Segundo o empresário, esta realidade traduz-se numa menor predisposição para o envolvimento profundo nas funções e nas dinâmicas da equipa. “Muitos limitam-se a cumprir o horário, querem apenas os dias de folga e evitam assumir responsabilidades além do estritamente necessário”.
Este fenómeno não é atribuído apenas às características da geração, mas também à forma como foram educados. “Acho que muitos pais, na tentativa de serem bons pais, acabam por não incutir valores fundamentais como a disciplina e o compromisso. Por isso, quando chegam ao mercado de trabalho, estes jovens não estão habituados a receber diretrizes ou a lidar com desafios de forma estruturada”.
Nesse contexto cria um desafio complexo para os líderes, que têm de encontrar novas estratégias para motivar e envolver uma força de trabalho com expectativas e atitudes muito diferentes das gerações anteriores. “Hoje, não basta gerir o trabalho, é preciso liderar com empatia, entender os valores e prioridades destas pessoas, mas também criar um ambiente que estimule o sentido de pertença e responsabilidade”. Além disso, Ernesto Cunha realça que o fenómeno não é homogéneo. “Existem jovens muito comprometidos e capazes, mas o padrão geral que temos encontrado torna a gestão de equipas mais exigente, requerendo uma adaptação constante das práticas de recrutamento, formação e acompanhamento”.
Num mercado onde o custo da mão de obra aumenta e a produtividade pode cair, a necessidade de criar um equilíbrio entre exigência e motivação é ainda mais premente. “É fundamental investir em formação contínua, em comunicação transparente e em criar percursos que ajudem os colaboradores a verem valor no seu trabalho e a sentirem-se parte de um projeto maior”. Para Ernesto Cunha, o verdadeiro desafio está em encontrar o caminho que permita tirar o melhor partido da tecnologia e dos processos, mas sobretudo das pessoas, que continuam a ser o pilar fundamental para o sucesso de qualquer negócio no retalho.
Liderar em contexto de mudança
Este cenário complexo exige dos líderes uma postura mais presente, estratégica e flexível. “A forma como recrutamos, formamos e gerimos as equipas têm de evoluir. Precisamos de encontrar formas eficazes de motivar, envolver e desenvolver o potencial dos nossos colaboradores”. A tarefa torna-se ainda mais difícil devido ao aumento significativo dos custos laborais. “O salário mínimo subiu mais de 50% nos últimos sete anos e prevê-se que continue a crescer nos próximos anos. Contudo, ao mesmo tempo, a produtividade tem vindo a diminuir, o que cria um desequilíbrio preocupante”.
Para o empresário o desafio passa por conciliar estes fatores e apostar na eficiência. “Temos que ser cada vez mais produtivos, mais eficientes, porque só assim poderemos garantir a sustentabilidade dos nossos negócios e continuar a oferecer preços competitivos e qualidade aos nossos clientes”.
Esta conjuntura obriga também a uma revisão contínua das práticas de gestão. “Não basta manter o que já fazíamos, é preciso inovar na forma como lideramos, promovendo uma cultura de responsabilidade e proatividade”. Cunha destaca ainda a importância de investir em formação constante, que não seja apenas técnica, mas também focada em competências interpessoais e no desenvolvimento pessoal. A comunicação transparente e o feedback construtivo são outros pilares essenciais. “É fundamental que os colaboradores sintam que fazem parte de um projeto maior, que o seu trabalho é valorizado e que podem crescer dentro da organização”.
Além disso, a flexibilidade organizacional ganha relevância num mercado em rápida transformação. “Temos de ser capazes de adaptar os processos, os horários e até as formas de trabalho para responder às expectativas de uma força de trabalho diversificada e a um mercado cada vez mais competitivo”.
A trajetória de Ernesto Cunha é marcada por uma visão estratégica e profundamente humana, mostra que o sucesso no retalho alimentar vai além da eficiência operacional ou da inovação tecnológica. No Intermarché de Algueirão Mem-Martins, cada decisão do layout da loja à gestão das equipas, reflete um compromisso com a comunidade local, com a sustentabilidade do negócio e com a valorização das pessoas. Num setor em constante transformação, onde os desafios de gestão humana se tornam tão complexos quanto os avanços tecnológicos, a liderança de proximidade ganha um novo significado. É neste equilíbrio entre exigência, empatia e visão de longo prazo que Ernesto Cunha constrói, todos os dias, um retalho mais próximo, mais moderno e, sobretudo, mais humano.