ALF revela recuperação do financiamento especializado no 3.º trimestre de 2021
Crescimentos verificados em 2021 mas ainda ténues face aos valores pré-pandemia.
O financiamento especializado está a conseguir superar a forte contração da economia, com recuperação generalizada no acumulado dos três trimestres de 2021. Os dados revelados pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) relativamente ao período de janeiro a setembro evidenciam uma recuperação generalizada nos três setores representados pela associação.
O Factoring registou nos primeiros nove meses deste ano um crescimento de 8,9% nos créditos tomados relativamente ao período homólogo de 2020, alcançando 24,68 mil milhões de euros. Conforme revelam os dados compilados pela ALF, este é o sector com maior aproximação a 2019 no acumulado dos três trimestres, estando já em linha com a produção de 24,73 mil milhões de então.
O Confirming, modalidade em que a instituição financeira substitui o seu cliente no pagamento aos seus fornecedores (pagamentos que podem ser antecipados), registou um acréscimo de 978 milhões de euros, face ao período homólogo de 2020, totalizando 10,13 mil milhões de euros em créditos tomados, traduzindo-se num crescimento de 10,7%. Ainda neste setor, destaque para a produção de Factoring Internacional, que cresceu 13,3% face a 2020, para os 3,11 mil milhões de euros, mas mantém-se 400 milhões de euros aquém de 2019. No Factoring Doméstico, o valor dos créditos tomados no período em análise aumentou 6,3% na comparação com o ano passado, registando 11,44 mil milhões de euros, produção ainda inferior aos valores verificados no período pré-pandemia.
O Leasing ( Locação Financeira) espelha igualmente o melhor desempenho económico, com investimentos financiados no valor de 1,77 mil milhões de euros, mais 6,5% que no período homólogo de 2020. O Leasing Mobiliário registou 1,26 mil milhões de euros nos três trimestres de 2021, representando ganhos de 8,0% face a valores de janeiro a setembro de 2020. Contudo, registe- se, na comparação com o período homólogo de 2019, o Leasing apresenta uma quebra de 24,2% nos investimentos. O Leasing Mobiliário desagregou-se em 858 milhões de euros aplicados em viaturas ligeiras e pesadas e 404 milhões de euros em financiamento a equipamentos. O Leasing Imobiliário, por seu lado, totalizou 512,5 milhões de euros de produção, reforço de 3,0% na comparação homóloga, mas cerca de 16,1% aquém da produção de 610,4 milhões de euros em 2019.
O Renting, com uma produção de 17.561 viaturas ligeiras, regista um decréscimo de 10,9%, com o valor dos novos contratos a alcançar os 404,2 milhões de euros. As viaturas ligeiras de passageiros totalizaram as 14.714 viaturas, menos 1.235 unidades que no período homólogo, enquanto as viaturas comerciais totalizaram 2.847, menos 903 que em 2020. Apesar da redução na produção nova, a frota total gerida pelas Rentings aumentou 0,4% totalizando 119.587 viaturas ligeiras, com um valor contabilístico de 1,92 mil milhões de euros. A ligeira expansão das frotas geridas em Renting traduz parcialmente o prolongamento dos contratos existentes como forma de apoio aos clientes.
Luís Augusto, presidente da ALF, considera que “o Financiamento Especializado tem conseguido dar um apoio sustentado às empresas e famílias nesta fase pandémica, embora se registem ainda alguns indicadores inferiores ao esperado. Com o crescimento da economia previsto para 2022 e a ambicionada implementação dos fundos europeus, as associadas da ALF estão preparadas para reforçar a sua intervenção na economia nacional, assistindo as empresas na descarbonização das suas frotas, no investimento em infraestruturas e equipamentos, no apoio à produção e internacionalização, e na gestão da sua tesouraria”. Concluiu referindo que “o Leasing, o Factoring e o Renting são todos produtos que acompanham de perto os ativos subjacentes pelo que, para além das suas características, são produtos por excelência para dar resposta a algumas preocupações levantadas com a correta aplicação dos fundos comunitários para os fins a que se destinam”.