Fundada há mais de 30 anos, a Alberto Lemos Construção Civil, Lda nasceu da vontade de fazer bem feito, com rigor técnico, respeito pelo cliente e uma dedicação diária ao detalhe. Em conversa com Fábio Ferreira, atual Gerente, percebemos como esta história de persistência se cruzou com a inovação, e como a empresa se posiciona hoje para responder a um mercado em mutação.
Do boca a boca à modernização
O que começou por ser uma pequena empresa familiar, com obras modestas e base no norte do país, cresceu de forma sustentada e discreta até se tornar numa referência no setor da construção e reabilitação. Durante grande parte da sua história, a Alberto Lemos viveu do boca a boca. Os clientes satisfeitos eram a sua maior publicidade, passando a palavra com naturalidade e ajudando a construir uma reputação sólida, baseada no rigor e na confiança. “Era uma empresa que trabalhava bem, mas que vivia fechada nela própria”, resume Fábio Ferreira, atual Gerente.
Essa fase marcou uma empresa eficiente, mas com pouca exposição. Tudo começou a mudar há cerca de três anos, quando Fábio Ferreira veio para a empresa e se iniciou um processo profundo de renovação, da imagem à estrutura, passando pelas metodologias de trabalho e pela forma de comunicar. “Empurrámos a empresa para fora da zona de conforto”, afirma. Num setor que, segundo Fábio, “ainda está algo desfasado em relação ao que se faz lá fora”, a abertura à inovação foi essencial. A Alberto Lemos integrou novas ferramentas de orçamentação, apostou na digitalização dos processos e passou a comunicar de forma mais clara e próxima com o cliente. A transformação foi, nas palavras do próprio, “um verdadeiro facelift” que reposicionou a empresa no mercado atual sem comprometer os valores que sempre a distinguiram.

Reabilitar é tornar viável
O segmento da reabilitação tem vindo a assumir um papel central na atividade da empresa, por motivos tanto económicos como urbanos. “Construção chave na mão, hoje, está cara. Entre licenças, materiais e mudanças de ideias ao longo da obra, os custos sobem muito”, refere Fábio.
Já na reabilitação, existe uma base estrutural que permite reduzir despesas. “A estrutura já existe. O que se trabalha é sobretudo o interior, as fachadas, a cobertura. É mais acessível e aproveitamos património que, de outra forma, se degradaria”, destaca. Numa altura em que tantas casas antigas continuam devolutas em cidades como o Porto, a aposta na reabilitação permite revitalizar edifícios e, ao mesmo tempo, responder à procura crescente por habitação, com mais sustentabilidade e menos desperdício.
Acompanhamento próximo, obra a obra
A relação com o cliente é uma marca distintiva da Alberto Lemos. “Tentamos, desde o orçamento, perceber exatamente o que o cliente quer. O objetivo é transformar o sonho em realidade”, sublinha Fábio. Para isso, o acompanhamento é diário: visitas ao início e ao fim de cada jornada de trabalho, planeamento conjunto com a equipa e abertura total ao cliente. “Os donos de obra são convidados a visitar sempre que quiserem. Há casos em que vêm todos os dias. Estão connosco do primeiro ao último momento. E sabem que podem contar com a nossa presença no terreno”, conta o entrevistado. A cultura interna da empresa também contribui para essa confiança. “Não há barreiras entre patrões e empregados. Trabalhamos todos com o mesmo objetivo: fazer bem. Aquilo que eu não faria para mim, não vou fazer para os outros”, afirma, reforçando o papel do coletivo: “Os que escolhem trabalhar connosco trazem dedicação e espírito de equipa, e são valorizados por isso”, salienta o Gerente.
Inovação e diferenciação técnica
Entre as soluções mais recentes adotadas pela empresa destacam-se inovações na área dos isolamentos. Em resposta a preocupações com incêndios em revestimentos capoto, a Alberto Lemos começou a utilizar lã de rocha em alternativa ao esferovite. “É mais segura e tem melhores propriedades térmicas e acústicas”, explica.
Outra inovação foi a introdução de pisos oscilantes com isolamento acústico reforçado. “Implementámos isso num bar, o pavimento absorve o som e evita que o ruído chegue ao piso inferior, e funciona mesmo”, reforça Fábio.
Internamente, a empresa também evoluiu ao nível da gestão, apostando em plataformas como a Habitissimo e a Construdata, e desenvolvendo sistemas de orçamentação mais detalhados, com acesso a redes de fornecedores para melhor controlo de custos.
Eficiência energética com retorno garantido
A sustentabilidade tem ganho espaço na estratégia da empresa. Entre as soluções adotadas estão bombas de calor e painéis fotovoltaicos, instalados tanto em reabilitações como em projetos de raiz. “É um investimento a longo prazo, mas que compensa. Pode não se notar no primeiro ou segundo ano, mas ao fim de cinco, seis anos, o cliente já recuperou o valor investido”, garante Fábio.
Com painéis solares térmicos, o aquecimento de águas fica praticamente garantido. Já os sistemas elétricos cobrem entre 45% a 65% do consumo energético médio de uma habitação. “É um custo inicial mais alto, mas com retorno certo, tanto ambiental como económico”, reforça.
Visão de futuro com raízes sólidas
A Alberto Lemos atravessou crises, passou pela troika e enfrentou a pandemia. “Foi uma empresa que esteve confortável durante muitos anos. Mas hoje tem outra dinâmica, mais visibilidade e projetos maiores”, evidencia o gerente, acrescentando que a utilização de plataformas como Construdata 21 e Habitissimo tem facilitado significativamente a captação de obras e projetos, ampliando o alcance da empresa e otimizando a gestão das oportunidades no mercado da construção.
Fábio Ferreira quer continuar essa expansão. A curto prazo, o objetivo é consolidar a presença no norte e crescer no sul, onde o mercado da construção tem sido alimentado por investimentos estrangeiros e turísticos. “O Algarve está a deixar de ser uma aldeia piscatória para se tornar uma cidade com peso. Queremos estar presentes nesse crescimento”, realça.
A médio e longo prazo, a ambição é ainda maior: entrar no mercado das obras públicas e alargar atuação a nível nacional e internacional. Mas há um princípio que não muda: o foco no cliente. “Cada cliente é um companheiro momentâneo. Tem de ser tratado com total transparência, sem zonas cinzentas. Esse é o caminho para crescer com seriedade”, conclui. Com uma cultura assente na confiança e na excelência técnica, o objetivo é simples: crescer sem perder aquilo que sempre os distinguiu.