Transformação e liderança holística na RBwoodfinish
Elisabete Napierre, CEO da RBwoodfinish, acredita que a liderança vai além da gestão – é uma jornada de crescimento pessoal e coletivo. Com uma abordagem holística e foco no desenvolvimento humano, tem superado desafios num setor tradicionalmente masculino, impulsionando a empresa para um futuro mais consciente e equilibrado.

Elisabete Napierre, CEO
Tendo em conta a sua trajetória como CEO da RBwoodfinish, como é que a sua liderança evoluiu e quais as principais competências que considera que foram cruciais para o seu sucesso enquanto líder?
Tem sido uma aprendizagem constante, sempre procurei que os colaboradores me vissem como alguém próximo, com que eles podem ter uma comunicação aberta e transparente. É, para mim, muito importante que todos percebam que somos uma equipa.
Ao longo deste trajeto as competências humanas são as mais desafiantes, logo, aquelas que considero mais importantes, e é nelas que mais invisto. Gerir pessoas é um desafio. Para conseguir gerir expectativas, personalidades, necessidades totalmente dispares é preciso um grande jogo de cintura. Por isso, tenho investido muito em formação nesta área.
Claro que desenvolver competências na área de gestão financeira também é muito importante. Mas, outra área que considero de extrema importância é o desenvolvimento pessoal e autoconhecimento. Acredito que tudo o que acontece na empresa é um reflexo dos seus líderes, por isso, é preciso ter a mente aberta para corrigir em nós, em primeiro lugar, o que não estamos a gostar tanto de ver no nosso negócio.
Para além da sua experiência empresarial, é formada em áreas como Coaching, Programação Neurolinguística e Terapias Holísticas. Como é que esses conhecimentos influenciam a forma como lidera e toma decisões? Há alguma abordagem específica que tenha transformado a sua visão sobre negócios?
Todas elas a seu tempo mudaram ou tiveram influência na minha visão sobre os negócios, sobre as equipas, sobre as vendas, até sobre a gestão financeira e principalmente sobre mim mesma. Desde sempre procurei compreender o que nos leva a agir e reagir de determinada forma.
Tudo nos negócios nos conduz a pessoas, por isso, compreendê-las é essencial. Quando compreendemos o perfil de cada pessoa que temos à nossa frente, podemos ir mais rápida e assertivamente ao encontro das suas necessidades, quer seja no âmbito das vendas, quer seja no âmbito das equipas.
Mas não só, até na visão de direção de negócio estas áreas tiveram um grande contributo, pois foi o que me permitiu levar para os nossos projetos uma vertente muito holística, que considera a energia dos espaços em que as pessoas vivem ou trabalham e que procura proporcionar ambientes energeticamente equilibrados e favoráveis ao bem-estar emocional.
Para além disso, tiveram um grande impacto no crescimento enquanto pessoa, eu própria desenvolvi competências e uma nova consciência sobre as minhas capacidades e limitações, e pude ultrapassar imensos bloqueios, e alcançar melhores resultados.
Num setor tradicionalmente dominado por homens, quais foram os principais desafios que enfrentou enquanto mulher em cargos de liderança? Que conselhos daria a outras mulheres que desejam assumir posições de liderança?
Bem, ser mulher num mundo de homens, pode não ser fácil. Mas sempre procurei fazer dessa diferença uma vantagem. E a minha vantagem, enquanto mulher neste universo, é a minha capacidade de visão, de resiliência e de encontrar soluções.
Penso que a maior dificuldade foi mesmo interior, um conflito interno de que quando me estava a dedicar ao trabalho estava a falhar enquanto mãe, e quando estava dedicada a ser mãe, sentia que estava a falhar no trabalho. Com o tempo, percebi que este era um sentimento de auto sabotagem e que mesmo sendo mãe precisava das minhas próprias conquistas. E que só assim poderia inspirar os meus filhos a que um dia, também eles, possam ter as suas próprias conquistas.
Para as mulheres que desejam ser líderes, posso dizer que a liderança está na nossa natureza, – trouxemos a humanidade até aqui!
De todas as funções, cargos e atividades profissionais que já exerci – ser mãe é, de longe, a mais difícil, a mais complexa, a mais exigente e a que requer mais competências. Por isso, acredito que nós mulheres conseguimos qualquer coisa, não interessa o tamanho da dificuldade.
Apoio e incentivo qualquer mulher a seguir os seus sonhos, não só em cargos de liderança, mas também como empreendedoras. Acho que o nosso contributo é fundamental para criar empresas mais equilibradas, mais humanas, mais eficientes. A sensibilidade e visão de mundo da mulher é fundamental para o equilíbrio da nossa sociedade. O mundo precisa de mais mulheres felizes, que assumam as rédeas, que liderem, que empreendem nos seus sonhos, mulheres que impactam as suas famílias e as suas comunidades.
Olhando para o futuro, qual é a sua visão para a Rbwoodfinish? E como é que a empresa se posicionará num mercado cada vez mais competitivo e em constante mudança?
A minha visão para a Rbwoodfinish é que possamos ser uma empresa cada vez mais holística. Melhorando os nossos produtos e serviços, sendo mais conscientes do nosso impacto na nossa comunidade, no ambiente e nas vidas dos nossos clientes e colaboradores. Temos vários projetos em estudo, neste sentido, queremos ser uma empresa com uma componente humana muito forte, quer a nível externo como interno.
Acredito que aquilo que somos por dentro se reflete por fora, e queremos que a nossa empresa seja assim. Queremos funcionar muito bem a nível humano por dentro, e que isso se reflita na nossa relação com os nossos clientes e parceiros.