Montalegre conquista prémio pela excelência e inovação municipal

O Município de Montalegre celebra uma conquista notável ao ser laureado com o Prémio Autarquia do Ano. Este reconhecimento destaca o empenho e a inovação contínua da administração municipal em promover o desenvolvimento sustentável, a qualidade de vida dos seus cidadãos e a valorização das tradições culturais. Sob a gestão dedicada e visionária de Fátima Fernandes, Montalegre afirma-se como um exemplo de excelência, refletindo um compromisso sólido com a eficiência administrativa e o bem-estar da sua comunidade.

 

 

Fátima Fernandes, Presidente

 

 

 

 

Qual é a importância de Montalegre participar na 5.ª Edição do Prémio Autarquia do Ano? Como é que vê a relevância desse reconhecimento para o município?

Se este prémio foi criado para “homenagear os municípios e freguesias que se destacam nas mais variadas áreas pelas suas práticas inovadoras e de gestão rigorosa do interesse público”, consideramos que nos enquadramos totalmente neste perfil. Montalegre é um território rural do interior Norte do país, de baixa densidade, mas de elevada identidade, cultura e tradição, decorrentes da sua antiguidade histórica, do enorme potencial da agricultura e pecuária, com um terço do seu território inserido no único Parque Nacional da Peneda Gerês. E ainda que não trabalhemos para receber prémios, é justo que o nosso trabalho, empenho, criatividade, dedicação, e a forma como envolvemos a comunidade nos projetos que idealizamos, mereçam reconhecimento, servindo de incentivo a todos quantos connosco trabalham diariamente e sendo motivo de orgulho para todos aqueles que fazem esta comunidade. Ser duplamente premiado no “Prémio Autarquia do Ano” em resultado de projetos dedicados ao apoio social a famílias carenciadas e na área da cultura e património, recebendo ainda duas menções honrosas nestes dois domínios, é a confirmação de que estamos a trabalhar bem naquilo que é a nossa obrigação: diligenciar pelo desenvolvimento do território tendo as pessoas, o seu bem-estar, a sua realização e a sua identidade territorial em primeiro lugar. Este reconhecimento é motivador para se prosseguir uma ação dinâmica, inovadora e empenhada, tendo em conta as competências e áreas de atuação da autarquia, e integradora, privilegiando-se o trabalho em rede, tendo por objetivo primeiro responder às necessidades da população.

 

O projeto “CM Montalegre – Olhares pela maternidade” recebeu uma menção honrosa na categoria de apoio social às crianças. Quais foram os principais objetivos e desafios deste projeto, e como é que impactou a comunidade local?

Os objetivos foram apoiar as famílias e a economia local considerando que este apoio reveste a forma de reembolso mensal de despesas efetuadas na área geográfica do concelho de Montalegre em bens e/ou serviços considerados essenciais ao desenvolvimento das crianças até aos três anos. É também um apoio à natalidade pois prolonga-se no tempo e é complementado com outros apoios dirigidos às famílias com escassos recursos económicos, designadamente apoio financeiro ao 2.º filho e seguintes até aos 12 anos, a atribuição de refeições, transporte escolar e cadernos de atividades gratuitos aos alunos de todos os níveis de ensino e atribuição de bolsas de estudo aos alunos universitários.

 

O Regulamento Municipal para a Concessão de Apoio Financeiro à Família foi premiado na subcategoria de apoio social a famílias carenciadas. Quais são os critérios para a concessão desse apoio e quais são os resultados já observados desde a sua implementação?

Os municípios afirmam-se, cada vez mais, no âmbito das políticas de ação social, atendendo àquelas que são as suas atribuições, mas com vista, sempre, por um lado, à progressiva inserção social e melhoria das condições de vida dos estratos sociais mais vulneráveis ou dependentes e, por outro, à fixação da população.

Considerando que a diminuição da natalidade é um problema premente e preocupante, particularmente nas áreas rurais do interior onde a desertificação sociogeográfica é acentuada pela dispersão do povoamento e considerando que o envelhecimento e o decréscimo populacional têm originado consequências negativas no desenvolvimento económico local, este apoio à família, revestindo a forma de atribuição de um subsídio anual, a liquidar em seis prestações a atribuir a todos os segundos filhos e seguintes, até aos doze anos de idade, bem como um apoio à frequência na creche nas situações em que não é suportada pelo Estado, procura, como já se disse ser um incentivo à natalidade e à fixação de pessoas. Sendo a atribuição deste apoio indexado aos dois primeiros escalões do subsídio familiar a crianças e jovens, ajuda no orçamento das famílias com fracos recursos económicos. O que podemos dizer é que houve um ligeiro aumento da natalidade, sendo que o mais relevante foi ter parado o decréscimo sistemático dos nascimentos nos últimos anos.

 

A “Sexta 13” é um evento tradicional de Montalegre que recebeu uma menção honrosa na subcategoria Cultura Popular. Como é que esta iniciativa contribui para a preservação e valorização da cultura local?

Tendo em conta a presença bem marcada da cultura celta no nosso território, que se afirma pela existência de dezenas de castros, mas também pelas manifestações lúdicas e culturais que chegaram até nós através dos serões tradicionais de Barroso, espaço onde o fiadeiro de contos e  lendas e estórias de magia e superstição, preenchia os longos serões de inverno, a “Sexta 13 – Noite das Bruxas” é um evento que acentua e revive a cada edição a cultura popular local, imbuída do misticismo que congrega e assume a vertente galaico-barrosã presente no esconjuro, que é uma espécie de récita de um feitiço, com raízes na vizinha Galiza, bem como na realização da “Queimada”, espécie de poção mágica capaz de afastar todos os males a quem a bebe e que contam sempre com a presença do conhecido Padre Fontes, embaixador do Alto Tâmega e Barroso, e um dos maiores divulgadores da etnografia barrosã. Este evento é já uma marca de identidade, tendo sido projetada pública e mediaticamente com grande êxito, pela novidade e qualidade do espetáculo piromusical que, em cada edição, enche a envolvente do castelo. Aliás, esta qualidade e alcance mediático valeram alguns prémios: Prémio Revelação do Ano, em 2009 e Melhor Evento Público, em 2010 e 2012. Em 2019, a “Sexta 13” foi certificada como EcoEvento, pela Environment Global Facilities.

 

A Feira do Fumeiro foi premiada na subcategoria de Gastronomia. Quais são os principais destaques deste evento e de que maneira tem contribuído para o turismo e a economia de Montalegre?

O prémio atribuído à Feira do Fumeiro, na área da cultura e património, reconhece o saber fazer e a identidade rural de um território com muitas expressões tradicionais e um grande potencial produtivo. Num espaço totalmente dedicado à comercialização dos produtos derivados do porco, as chouriças e chouriços nas diferentes variações, as alheiras e sangueiras, as diferentes partes do porco – o pernil, a orelheira, o peito, a barriga, de diferente paladar, com especial destaque para o presunto e salpicão do Barroso, os nossos produtores dão cartas nesta arte culinária, tendo aliado conhecimento e tempero ancestral à modernidade com uma apresentação aprimorada. A fiscalização apertada desde o crescimento dos animais, passando pelo abate até à sua transformação nestas iguarias sem igual, é garantia da qualidade dos produtos. Mas além do fumeiro, o certame assume-se como uma grande celebração da ruralidade e no espaço exterior pode-se adquirir a batata farinhuda e com fama antiga, couves afagadas pelo frio e cenouras doces para compor o prato mais icónico do Barroso, o “Cozido à Barrosã”, que transforma a gula em virtude. É que não pode haver pecado no que é tão bom e perfeito! Mas também o pão centeio, o mel, as compotas e os licores, que podem ser comprados no espaço, fazem parte do cardápio desta grande festa que galvaniza toda a atividade económica e turística do concelho, que projeta a gastronomia, a restauração e a hotelaria.

Além da venda dos produtos endógenos, os visitantes podem visitar a Praça de Sabores, onde podem degustar os produtos que se encontram à venda na Feira, acompanhados por uma boa sopa de lavrador, confecionada em grandes potes de ferro e assistir à noite a espetáculos musicais.  Como somos Património Agrícola Mundial, conseguimos conjugar a gastronomia com a natureza. Há muito para ver e saborear no nosso concelho.

 

Para além dos projetos premiados, Montalegre tem outras iniciativas em curso ou planeadas que visam o desenvolvimento social e cultural do município?

Sim. O Município de Montalegre apresenta vários trunfos que se estendem ao longo do ano. Neste particular, podemos falar do “Incentivo ao 1.º emprego e valorização do ensino profissional”; “Mexe-te nas Férias” com envolvimento de toda a comunidade escolar; Itinerâncias Culturais e Sociais com os Seniores Barrosões; Carrilheiras de Barroso e “Rota do Pão Centeio”.

 

Como é que a administração municipal de Montalegre pretende utilizar o reconhecimento obtido nesta edição do Prémio Autarquia do Ano para inspirar e implementar novos projetos no futuro?

A atribuição destas distinções e a sua divulgação são, com toda a certeza, inspiradoras e motivadoras para se procurar fazer sempre mais e melhor.

 

Quais são as expectativas da autarquia para as futuras edições do Prémio Autarquia do Ano? Há planos para novas candidaturas em outras categorias ou subcategorias?

Considerando que há tantas marcas identitárias no nosso território e projetos inovadores que o afirmam, temos aqui matéria mais do que suficiente para outras candidaturas, porque a estratégia local e o investimento municipal são muito relevantes para a valorização das pessoas e deste território rural.

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