A qualidade de sempre, agora também em Braga

Entre Santo Tirso e Braga, são 129 nos de tradição, adaptação, otimização e confiança, características intrínsecas ao ADN da Pastelaria e Confeitaria Moura. Os bracarenses têm agora a oportunidade de provar as iguarias do ícone da doçaria do norte, naquele que é o quinto espaço da marca e um “sonho antigo” como conta em entrevista à Revista Business Portugal, Alda Moura, a 4ª geração do negócio de família.

Os jesuítas são os reis da casa, que abriu o quinto espaço da marca, em Braga. Adaptar o negócio às exigências dos clientes e às novas tendências do mercado tem sido uma das principais apostas?

Para responder a esta pergunta temos que nos focar em duas dimensões – a primeira, que está relacionada com a nossa experiência anterior de aberturas de lojas. A segunda, com o que é nosso ADN. Nós já sabemos que todas as lojas são diferentes. Todas têm públicos com particularidades e contextos distintos. Um bom exemplo disso, é termos bem presente que as três lojas que temos no Porto são todas diferenciadas. E estamos a falar da mesma cidade.

Quanto a Braga, era um sonho antigo. Há muito que tínhamos esta vontade e só agora se tornou possível. E claro que, nos adaptámos à cidade e ao Mercado – um bom exemplo disso traduz-se pelo facto de Braga ser a única loja que tem “duas lojas” na mesma banca.

Alda Moura, Empresária

Uma que só vende os nossos “Doces de Gaveta” (virada para o Mercado) e a outra que transaciona a “Pastelaria Normal” (virada para a nova área de restauração). Para concluir, temos que falar do nosso ADN – a adaptação é a nossa coluna vertebral. Sem adaptação não existíamos.

Sendo Braga uma cidade diferente, com a sua identidade própria, o modelo de negócio, assim como os produtos e serviços, mantêm-se idênticos às restantes lojas da marca?

Esta nova loja de Braga é a que tem mais oferta – temos diariamente os nossos “Doces de Gaveta”, ou seja, produtos como as Fatias de Chocolate, Fatias de Laranja, Raivas, Pivetes e Bolas Cobertas Húmidas são uma realidade diária. Em breve também teremos algumas novidades relacionadas com os amantes de café. Sabemos que Braga valoriza o melhoramento constante. Faremos isso sempre.

Há 129 anos que a Pastelaria e Confeitaria Moura, se afirma como doçaria de excelência na zona norte. Quais são os pilares do negócio?

Temos muito orgulho na nossa história e muita vontade de continuar a crescer. Seremos sempre Tirsenses, mas com olhos para o Mundo. Somos a junção de quatros pilares absolutos na empresa: Tradição, Adaptação, Otimização e Confiança.

Em 1892 abriu a primeira loja, em Santo Tirso e, ainda hoje, a receita artesanal se mantém. A estratégia definida é muito ponderada e sustentada, para que os resultados alcançados sejam os pretendidos?

Tudo é altamente ponderado e tem de ser sustentável. Poderíamos ter já uma dimensão muito maior. Poderíamos ser financiados de todas as formas – somos PME Excelência há algum tempo e temos um negócio escalável.

Mas essa não é a nossa filosofia. Crescemos de forma equilibrada. Não despedimos ninguém por causa da pandemia. Mantivemos todas as condições a todos os trabalhadores (e até as melhorámos). O nosso modelo de negócio obriga a que cada loja liberte dinheiro – e assim continuará.

Há seis anos que assume a 4ª geração de negócio e, desde então, têm sido anos de luta e imensa dedicação, porque o paradigma muda, têm de se adaptar e um bom atendimento é indispensável para o negócio ser uma referência pela qualidade e profissionalismo?

Este negócio é muito difícil, porque temos algumas variáveis essenciais – que em nada se distinguem no seu grau de importância. O produto tem que manter a qualidade, todos os dias.

O serviço tem de ser rápido. O atendimento tem de ser simpático. As lojas têm que estar impecavelmente limpas. As montras têm que estar compostas e apelativas. O digital é essencial para comunicarmos e vendermos. Nada pode falhar nestas dimensões. Falhando algo, sentimos logo impacto. À parte disso, temos de pensar o negócio e temos que nos modernizar. Temos de crescer. Temos de otimizar constantemente. Na prática, este é um negócio muito completo tanto a nível micro como macro. Nós gostamos e já estamos viciados nisso.

Após 129 anos, a Confeitaria Moura continua a crescer em volume de negócio, e as perspetivas de futuro são animadoras com a aposta na 5ª geração?

A 5ª geração já está no terreno. Nada se faz de um dia para o outro. O mais importante aqui não é se é a 4ª ou a 5ª ou a 10ª geração. O importante aqui é a Confeitaria Moura e a forma como podemos ser úteis. A 4ª geração tem de saber trabalhar e ensinar à 5ª geração. A 5ª geração tem de saber aprender, saber ser pró-ativa, humilde e paciente na aprendizagem.

Em seis anos, passámos de uma loja para cinco lojas. Quase duplicámos trabalhadores. Temos um modelo organizacional já profissionalizado. Passámos de não ter redes sociais para ser seguidos por quase 25 mil pessoas. O volume de negócio aumentou significativamente. Alguma coisa – na relação entre a 4ª e a 5ª geração – está a ser muito bem feita.

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