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Portimão, um porto seguro para a náutica de recreio

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A Marina de Portimão é hoje uma referência na náutica de recreio no sul da Europa, destacando-se não só pela sua localização estratégica, mas também pela qualidade da sua infraestrutura e serviços. Em entrevista, Machado da Silva, Administrador da sociedade concessionária, traça o percurso, os desafios e os projetos futuros da marina.

Este ano assinalam-se 25 anos desde a entrada em funcionamento oficial da marina, marcada pela aprovação do seu regulamento em 2000. O projeto foi iniciado por Eurico Correia, empresário algarvio com ligação ao setor náutico, após a sua saída da sociedade da Marina de Lagos. Viu na Praia da Rocha o local ideal para desenvolver uma nova infraestrutura, aliando espírito empreendedor a um profundo conhecimento da região e do mar. A localização na foz do rio Arade viria a revelar-se um dos grandes ativos do projeto, conferindo-lhe um enquadramento natural único.

Crescimento com marés próprias

Desde o arranque, a marina atravessou diferentes ciclos económicos. Crises como a de 2008 e a das dívidas soberanas afetaram particularmente os proprietários de pequenas embarcações, levando a uma quebra na ocupação. “Chegámos a ter pontões vazios. As pessoas levavam os barcos para casa ou para garagens”, recorda o engenheiro.

A recuperação tem sido gradual e consistente. A pandemia teve impacto reduzido e, atualmente, a taxa de ocupação anual ronda os 80%, com especial intensidade entre maio e setembro, período em que se concentram os contratos de curta duração e os consumos.

A maioria dos postos de amarração está contratualizada por períodos de 9 meses, 1, 3 ou 5 anos, oferecendo estabilidade à operação.

 

Machado da Silva, Administrador da Sociedade Concessionária

 

 

Uma marina com identidade própria

Portimão integra uma rede de marinas no Algarve, competindo diretamente com Vilamoura, Albufeira, Lagos e outras menores. Ainda assim, mantém uma identidade própria, destacando-se pela segunda maior capacidade da região, com 620 postos de amarração, e pela localização privilegiada. “Estamos mesmo na foz do Arade, com a cidade, a Praia da Rocha e Ferragudo à volta. Quem aqui está, pode sair da marina e ancorar ali ao lado, com total conforto e acesso fácil à terra”, afirma o administrador.

Este enquadramento estético e funcional, aliado à ausência de barreiras físicas entre o mar, a marina e a cidade, contribui para a experiência diferenciadora do utilizador.

Infraestrutura de referência

Para além da amarração, a Marina de Portimão oferece uma das estruturas de estaleiro mais completas do sul da Península Ibérica. Com cerca de 40 mil m² de parqueamento, dispõe de um travel lift de 50 toneladas e, mais recentemente, de um outro de 300 toneladas que nos foi concessionado pela Doca Pesca. “Não há nenhuma marina entre Setúbal e Málaga com esta capacidade de alagem e parqueamento”, garante.

Cerca de 20 prestadores de serviço operam no estaleiro, cobrindo áreas como pintura, eletrónica, mecânica, velas e outros serviços técnicos. Essa diversidade traduz-se numa vantagem competitiva para os clientes: “Ao contrário de marinas onde existe um prestador único, aqui há liberdade de escolha, o que promove a concorrência e beneficia os proprietários”, reforça.

 

 

 

Um destino de eleição para navegadores exigentes

Franceses, ingleses, holandeses e espanhóis figuram entre os principais utilizadores da marina, tanto em passagens de curta duração como em estadias prolongadas. “Temos muitos espanhóis que vêm da Andaluzia por uns dias, e vários europeus do Norte que fazem escala a caminho do Mediterrâneo”, explica o responsável.

Além disso, há quem venha exclusivamente para realizar manutenções. “Temos barcos de Cascais que vêm aqui porque lá não têm meios técnicos para os subir. Aqui encontram tudo”, destaca o entrevistado.

Sustentabilidade e segurança como compromissos

A Marina de Portimão orgulha-se de manter certificações ambientais de referência, como as “cinco âncoras”, um selo de excelência que atesta o cumprimento de elevados padrões na gestão ambiental e na segurança operacional. A infraestrutura está equipada com sistemas de pump-out para águas contaminadas, depósitos próprios para recolha de óleos usados, baterias, sólidos e outros resíduos perigosos, todos encaminhados para tratamento por entidades certificadas. Há ainda barreiras de contenção prontas a ser ativadas em caso de derrame, e os utilizadores são regularmente sensibilizados para as boas práticas ambientais. No que toca à segurança, a marina dispõe de extintores estrategicamente colocados ao longo dos pontões, bem como equipas preparadas para uma primeira intervenção rápida em caso de emergência. Existe ainda uma ligação direta com os Bombeiros, a Polícia Marítima e a Capitania, garantindo respostas eficazes e uma vigilância contínua. “A resposta em caso de emergência é rápida.

E, em termos de segurança pública, a coordenação com as autoridades é constante”, sublinha Machado da Silva.

Impacto económico e integração local

Com uma faturação anual direta de cerca de seis milhões de euros, a Marina de Portimão é uma das principais entidades económicas do concelho. O número não inclui os rendimentos das empresas a operar no estaleiro. Com uma equipa de 40 colaboradores diretos e múltiplos prestadores externos, gera emprego qualificado e dinamiza o comércio e os serviços da cidade.

“A Câmara Municipal reconhece o papel estruturante da marina. Temos excelente colaboração institucional e somos vistos como um motor relevante da economia local”, afirma o administrador.

Requalificar para atrair, fidelizar e crescer

A marina está a ser profundamente renovada. O pontão modelo já foi instalado, com materiais compósitos de menor manutenção. As torretas de energia, abastecimento de água e os pavimentos serão substituídos progressivamente. O mobiliário urbano e a sinalética também estão a ser requalificados, tal como os quiosques dos operadores marítimo-turísticos, agora uniformizados. Na Bacia Norte, estudos apontam para a necessidade de reforçar os quebra-mares. A entrada de vaga em dias de tempestade afeta a estabilidade dos pontões e o conforto dos utilizadores. A transição de quebra-mares flutuantes para estruturas fixas permitirá melhorar a segurança e receber embarcações de maior calado.

“Outro desafio que identificámos é a revitalização da zona comercial da Bacia Sul. Reconhecemos que a área apresenta um aspeto que deverá beneficiar de uma modernização. A solução inicial não alcançou os resultados esperados, e é claro que precisamos de uma intervenção estratégica. Com o apoio de arquitetos e consultores especializados, pretendemos devolver a atratividade a esta área vital”, assume o responsável.

Apesar da ambição, os investimentos serão faseados, com prioridade para a operação principal. “Temos que andar com o passo certo. Primeiro a marina, depois os complementos”, menciona.

 

 

 

Um futuro sustentado em experiência e proximidade

Com raízes familiares no Algarve – vive em Lisboa, mas mantém casa em Ferragudo – Machado da Silva garante presença regular na região. Desde o final de 2022, assumiu uma função mais executiva no Conselho de Administração, onde coordena uma equipa alinhada e participativa. Olhando para o futuro, o responsável é prudente, mas otimista: “Se o mundo ajudar e houver paz, temos tudo para continuar a crescer. A procura é real, temos capacidade e estamos comprometidos com o futuro”, conclui.

Com localização privilegiada, infraestrutura robusta, visão estratégica e compromisso ambiental, a Marina de Portimão posiciona-se como um destino de referência no Atlântico europeu, um verdadeiro porto seguro para quem vive a náutica com exigência e paixão.

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