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Dia Nacional de Luta contra a Dor

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A dor é um fenómeno subjetivo, individual e não reprodutível. Isto significa que não é apenas uma sensação, mas sim um fenómeno complexo que envolve a história de vida passada, as emoções e todos os componentes que lhe estão associados.

Todos os anos, na terceira sexta-feira do mês de outubro comemoramos o Dia Nacional de Luta Contra a Dor.

De acordo com a International Association for the Study of Pain (IASP) e o seu capítulo português, a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), a dor é definida como «uma experiência sensorial e emocional desagradável associada, ou semelhante à associada a danos reais ou potenciais nos tecidos».

 

Dr. Filipe Antunes, Fisiatra e Presidente da Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor (APED)

 

A dor é a principal razão pela qual todos nós procuramos os serviços de saúde, quer se trate de uma situação inesperada e limitada no tempo, a dor aguda, quer se trate de uma dor estabelecida ao longo do tempo, a dor crónica, considerada uma doença pelo Classificação Internacional de Doenças na sua versão mais atual, a CID-11 que a define como uma dor persistente ou recorrente durante, pelo menos, três meses e que persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem ou que existe mesmo sem lesão aparente.

A dor é um fenómeno subjetivo, individual e não reprodutível. Isto significa que não é apenas uma sensação, mas sim um fenómeno complexo que envolve a história de vida passada, as emoções e todos os componentes que lhe estão associados.

De acordo com os últimos dados publicados, estima-se uma prevalência de dor crónica em Portugal de cerca de 1/3 da população. Para lutar contra este flagelo devemos assegurar utilizar todos os meios disponíveis de forma a facultar à pessoa com dor o menor sofrimento e a maior independência funcional possíveis.

Para isso necessitamos de uma cobertura terapêutica abrangente, recorrendo a técnicas farmacológicas e não farmacológicas, de forma a aceder a um conjunto de práticas e saberes complementares no tratamento da dor. Utilizamos os medicamentos analgésicos, por atuarem diretamente sobre o sistema que reconhece o estímulo como doloroso e que o tenta controlar, mas também técnicas físicas e psicológicas que possam atuar fisicamente no corpo da pessoa ou no controlo psicológico das emoções da pessoa que sofre.

Os desafios e as oportunidades terapêuticos já de hoje, mas sobretudo de amanhã são enormes, desde a robótica e as suas potencialidades de tratamento à distância, à realidade virtual, com ativação de áreas cerebrais e controlo visual sincronizado, passando pela neuromodulação com estimulação de locais mais precisos e específicos do sistema nervoso, de modo que se possa tratar a dor individual de cada um com aquilo que todos ansiamos, a Medicina de precisão.

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