António José Seguro foi o segundo candidato à Presidência da República a participar no ciclo “Conversas com o Presidente”, promovido pela Fundação AEP, iniciativa que pretende incentivar a participação informada da sociedade civil e promover uma reflexão plural e democrática.
No país “justo e de excelência” defendido por António José Seguro, “o Estado não pode ter uma cultura de desconfiança dos empresários portugueses, deve agir no sentido de tornar eficiente o cumprimento das regras, mas deve criar um ambiente que seja favorável ao investimento”. O candidato sublinhou ainda que é necessário apostar em “um Estado que apoie o tecido empresarial em vez de o dificultar”. As declarações foram feitas durante o segundo almoço-debate do ciclo “Conversas com o Presidente”, promovido, no passado dia 18 de setembro, pela Fundação AEP (FAEP), num encontro que reuniu empresários e várias personalidades da sociedade. Para Luís Miguel Ribeiro, presidente da FAEP, esta iniciativa “é uma expressão desta democracia viva e participativa que todos devemos defender e promover”.
À margem da iniciativa, o candidato presidencial António José Seguro reagiu à marcação da Comissão Nacional do PS, que vai discutir o apoio presidencial a 19 de outubro. “Eu vi a notícia de que o PS marcou já a sua Comissão Nacional para falar sobre as eleições presidenciais e eu repito o que sempre disse: respeito a vida partidária e esta não é uma candidatura partidária. Portanto, os partidos têm os seus direitos e os seus calendários”, afirmou.Confrontado com perguntas sobre o caráter independente da sua candidatura, insistiu na mesma ideia: “Esta candidatura é apartidária e vem para unir e somar, sendo um opositor de quem vem para dividir ou criar muros. Esta eleição presidencial é uma eleição unipessoal em que as pessoas se candidatam e trazem todo o seu trajeto de vida, a sua visão, os seus valores e os seus princípios”.
Numa referência indireta ao encontro entre Henrique Gouveia e Melo e André Ventura — almoço confirmado pelo almirante em entrevista a um canal de televisão —, Seguro destacou: “A minha candidatura não nasceu da combinação com nada, nem num almoço secreto”. E acrescentou: “Tudo o que eu faço é de uma forma transparente e de uma forma aberta. Eu digo aos portugueses ao que venho e espero ter a confiança dos portugueses”.
Paralelamente, António José Seguro afirmou que a revisão constitucional não deve estar no topo das prioridades nacionais, defendendo que os partidos devem focar-se antes na resolução dos problemas da saúde e da habitação.