Voltalia: Melhorar o ambiente global promovendo o desenvolvimento local

Em entrevista exclusiva à Revista Business Portugal, Pierre-Jérôme Desmarquest, Country Manager da Voltalia Portugal e Head of O&M and Asset Management, falou-nos da entrada da Voltalia em Portugal, bem como das principais estratégias do grupo para se destacarem como empresa de sucesso na área das energias renováveis em todo o Mundo, disponibilizando as melhores tecnologias para a transição energética a nível global.

Foi em 2016 que a Voltalia adquiriu a Martifer Solar criando uma empresa global focada no desenvolvimento e integração da energia renovável em todo o mundo. Para Pierre-Jérôme Desmarquest essa aquisição foi essencial para colocar a Voltalia como um dos principais players no setor solar. “Desde a fundação que o grupo Voltalia se assumiu como um produtor de energia limpa e um prestador de serviços. A Voltalia é um produtor de energia renovável a partir de fontes naturais como o solar, a eólica, a hídrica e a biomassa. Logo, a aquisição da Martifer Solar foi um acelerador deveras importante para o melhoramento da dinâmica empresarial da Voltalia. Por outro lado, o peso internacional da Martifer Solar e a sua relação com os mercados emergentes, com quem procuramos estabelecer contratos e desenvolver projetos, foi essencial. Na altura, a Voltalia estava presente em cinco países e após a aquisição da Martifer Solar passamos a estar em mais de duas dezenas. Por outro lado, a Voltalia era uma empresa de desenvolvimento de projetos, e que com esta aquisição passou a disponibilizar uma ampla gama de serviços”.

A Voltalia no Mundo

Tendo como principal missão melhorar o meio ambiente a nível global, desenvolvendo relações com as comunidades locais, a empresa procura aumentar os seus ativos e produzir mais e mais energia verde.

Atualmente, o grupo está presente em 18 países com escritórios próprios e a fazer prospeção a nível global, sendo os próximos mercados a atingir o Quénia e a África do Sul.

“Depois da aquisição da empresa Martifer Solar continuamos e terminamos os diferentes projetos em curso, assim como abrimos novos mercados. Hoje temos uma base de serviços excecional na Jordânia e estamos a desenvolver um grande projeto solar no Quénia. Portanto, são diversos os projetos em desenvolvimento em vários pontos do globo neste momento”, revela Pierre-Jérôme Desmarquest.

Hoje, a Voltalia tem uma forte experiência em toda a cadeia de valor de um projeto renovável, nomeadamente no desenvolvimento de projetos, financiamento de projetos, EPC e operação e manutenção. Fruto de uma estratégia de centralização dos centros de excelência de tecnologia renovável, o Grupo tem crescido exponencialmente no negócio das renováveis, sendo que a energia solar e a energia eólica representam cerca de 95 por cento da atividade.

“Com a entrada em Portugal ficamos com o nosso centro de competências do solar cá instalado. No Brasil temos o centro de excelência da energia eólica e em França os centros da energia hídrica e biomassa. Sempre que se inicia um novo projeto, é a estes centros de excelência que todo o grupo recorre para o desenvolvimento tecnologico e de engenharia, pois é neles que está centralizado todo o conhecimento tecnológico fundamental e estratégico que se reflete no sucesso de cada conquista, de cada projeto. Paralelamente a estas quatro grandes áreas, desenvolvemos ainda a vertente de armazenamento e a componente híbrida, onde procuramos substituir o diesel recorrendo a alternativas energéticas renováveis, como são o caso das tecnologias solar fotovoltaico. Neste momento temos obras em execução em África e na América do Sul, onde o objetivo é reduzir drasticamente o consumo de diesel em virtude da utilização de tecnologias renováveis”, explica o Country Manager da Voltalia Portugal e responsável pela Operação & Manutenção e Gestão de Ativos.

Investir no Porto

Está para breve a abertura do centro mundial de energia fotovoltaica da Voltalia na cidade do Porto. A ligação ao país e a facilidade na contratação de quadros especializados contribuiu para a tomada de decisão, criando um centro internacional de excelência na área do solar.

“Iremos contratar profissionais especializados e vamos instalar a academia Voltalia, fomentando uma relação de proximidade com as academias locais, criando dessa forma sinergias de fora para dentro e de dentro para forma. O nosso objetivo é formar especialistas nesta área, que irão trabalhar com os nossos quadros seniores”, sublinha José Carlos Amador, Diretor de Marketing e Comunicação do Grupo Voltalia, acrescentando: quando a Martifer Solar iniciou o investimento na área do solar não existiam em Portugal técnicos especializados. Nessa altura a empresa decidiu apostar na formação de quadros especializados. Foi um processo muito enriquecedor, e que serviu de ponto de partida para a criação de algo único em Portugal e na Europa. Falámos do Campus Tecnológico Fotovoltaico construído em Oliveira de Frades entre 2009 e 2015 e que está aberto a visitas. Este campus foi contruído com jovens estudantes que vinham elaborar as suas teses de mestrado, fomentando a proximidade entre indústria e academia. Por isso, esta nossa pretensão de criar uma ligação estreita com o mundo académico é antiga e estende-se a todos os polos universitários do país. Estamos à procura de jovens talentos, que em conjunto com os nossos quadros melhorem as suas competências enquanto técnicos e a própria tecnologia solar e, consequentemente, incrementem o crescimento da empresa”.

A academia Voltalia e o centro de excelência dará suporte na área da energia solar para todo o grupo, nos quatro cantos do Mundo. No início de 2019, a Voltalia Portugal inaugurará um novo polo na cidade do Porto, onde será instalado o centro de excelência do solar do grupo.

O Futuro em Portugal

Com o investimento na área do solar, a Voltalia pretende crescer noutros patamares a curto/ médio prazo.

“Atualmente temos cerca de 200 MW em desenvolvimento, mas queremos continuar a crescer no número de ativos. Portugal faz parte do nosso plano de países prioritários, onde pretendemos produzir e comercializar energia. Nesse sentido, penso que precisamos de três anos para ter usinas da Voltalia, que irão produzir energia para o país. Por outras palavras, não pretendemos ser apenas um centro de serviços, mas sim uma empresa de referência na comercialização de energia, pois o potencial de crescimento nessa vertente é substancial”, sublinha Pierre-Jérôme Desmarquest.

O Futuro no Mundo

A Voltalia já assegurou a construção de diversos ativos que permitem afirmar que em 2020 a Voltalia terá um portefólio de 1GW de ativos próprios para produção de energia, tendo um plano de aceleração em curso para aumentar e duplicar o portefólio de ativos próprios.

Até à data, a Voltalia desenvolveu e vendeu mais de 1.4 GW e construiu mais de 1.3 GW, estando a operar mais de 1.2GW.

Graças ao know-how adquirido, o Grupo pretende crescer na área da construção de plantas solares para terceiros, assim como na vertente da operação e manutenção, sendo que na área de operação e manutenção pretendem crescer o número de contratos para terceiros e multiplicar por quatro a potência que neste momento operam.

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