Vizela: afirmação e valorização

Victor Hugo Salgado, presidente da Câmara Municipal de Vizela, em entrevista à Revista Business Portugal, destaca os desafios vividos e as estratégias definidas, deixando ainda a convicção de que Vizela não só continuará na rota turística desta região, como irá reafirmar a sua posição. 

 

Quais os maiores desafios com que a C.M. Vizela foi confrontada neste contexto de pandemia?

Victor Hugo Salgado, Presidente

De uma forma geral, todo o processo associado à batalha contra o contexto de pandemia foi um desafio, até porque o concelho de Vizela está muito próximo do local onde surgiu o primeiro surto do vírus. Contudo, todo o processo relacionado com o encerramento de serviços e com o confinamento e isolamento social, por alterar drasticamente o quotidiano das pessoas, revelou-se um enorme desafio, não só para a autarquia, mas, também, para todos os munícipes. Os objetivos foram alcançados com a definição e execução de estratégias e campanhas de constante apelo ao cumprimento das regras estabelecidas para, desta forma, obstar à propagação do surto. No entanto, o maior desafio de todos foi o facto de lidarmos com algo totalmente novo para todos nós, caso não fosse a abertura e sensatez de todos os vizelenses poderia ter sido um problema verdadeiramente grave.

 

A C.M. Vizela já investiu mais de meio milhão de euros na adopção de medidas para combater a Covid-19. Que medidas foram adotadas?

No âmbito do combate à Covid-19, a C.M. Vizela aprovou o Plano de Apoio Municipal – Vizela Covid-19, composto por 60 medidas divididas em três fases de intervenção, designadamente medidas de reação à situação epidémica, medidas de proteção social da população afetada e de mitigação socioeconómica e medidas preventivas e de reabertura. Da primeira fase, composta por 16 medidas, cumpre destacar as medidas de encerramento de serviços e espaços municipais, de cancelamento de atividades e eventos municipais e de implementação e divulgação de campanhas de apelo ao confinamento e isolamento social. Da segunda fase, composta por 40 medidas, realçam-se as medidas de suspensão de pagamentos de taxas, de entrega de kit’s de EPI’s às instituições sociais do concelho e a todos os que estiveram na linha da frente do combate ao surto, de apoio social à alimentação e rendas, de disponibilização de serviços e plataformas on-line, de apoio ao comércio e às IPSS do concelho, de realização de testes de despiste Covid-19 nas IPSS do concelho e de criação de Lares de Retaguarda Covid-19. Da terceira fase, composta por quatro medidas, salientam-se as medidas de distribuição de máscaras, de realização de testes serológicos nas IPSS e estabelecimentos de ensino do concelho e de preparação para a futura reativação gradual e prudente das respetivas atividades.

 

Que mediadas de apoio e incentivos o Município tem assegurado à população, comércio local e tecido empresarial?

Foi definido e executado um vasto conjunto de medidas de apoio e incentivo à população e ao comércio tradicional. Destas medidas, e no que respeita à população, cumpre destacar as medidas de suspensão de pagamento de taxas, de apoios sociais à alimentação e à renda e de distribuição de máscaras, tal como a duplicação dos apoios financeiros anuais atribuídos às IPSS. No que concerne ao comércio tradicional, para além da distribuição de kit’s de EPI’s, realça-se as medidas de suspensão de pagamento de taxas, de apoio ao pagamento das despesas correntes inerentes ao funcionamento dos estabelecimentos comercias, desde logo, água, eletricidade e tarifas de lixo. O papel do Governo nesta matéria é chegar onde as autarquias, face às suas limitações financeiras, não conseguem chegar, isto é, criar liquidez financeira nas empresas, superando, deste modo, a debilidade das mesmas e reforçando a competitividade do nosso tecido empresarial, sendo esta a única forma de evitar processo de insolvência e o aumento exponencial do desemprego.

 

Nestas alturas, torna-se mais evidente a importância da união das forças vivas do concelho. Sentiu essa união em Vizela?

Sem dúvida. Este foi um dos momentos mais marcantes da história recente, não só do nosso concelho, mas de todo o Mundo, podendo, neste momento, afirmar, que a reação da população do concelho de Vizela foi, sem dúvida, de união contra um inimigo invisível e inesperado.

 

Como está a decorrer o desconfinamento e abertura de portas aos visitantes?

Está a decorrer com alguma sensatez e preocupação, mas conscientes da sua inevitabilidade, sobretudo porque a manutenção do encerramento da economia local nas suas mais variadas vertentes pode resultar num colapso económico difícil de ultrapassar a breve trecho.

 

Acredita que Vizela, sendo um concelho de natureza, continuará na rota dos turistas?

Vizela não só continuará na rota turística desta região, como irá reafirmar a sua posição. A nossa oferta turística tem vindo a crescer através da reafirmação dos nossos recursos endógenos, que já fizeram do concelho de Vizela, num passado não muito distante, uma referência balnear nacional, tendo lhe sido atribuída o epiteto de “Rainha das Termas de Portugal”. As Termas de Vizela são, sem dúvida, a nossa maior referência turística. Contudo, neste momento, o concelho de Vizela tem muito mais para oferecer, desde logo, do ponto de vista gastronómico, com o Bacalhau à Vizela, o vinho verde e o Bolinhol, uma das 7 Maravilhas dos Doces de Portugal. A natureza e o turismo religioso são recursos que, também, estamos a valorizar, desde o Santuário de S. Bento até ao Parque das Termas muito há para conhecer.

 

Vizela é um município seguro, onde os portugueses podem e devem passar as suas férias?

Seguramente. Todos os dados que nos são disponibilizados pelas entidades competentes provam isso mesmo. Contudo, mais do que um local seguro, Vizela é, sem dúvida, constituída por uma população afável e que sabe receber todos os que nos visitam, estando convicto de que quem nos visitar irá certamente regressar.

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