Viver a Lezíria em todo o seu esplendor

Francisco Oliveira, presidente

Em plena lezíria ribatejana encontrámos o Município de Coruche, onde a natureza, a história, o património e a cultura se cruzam tanto na imensidão dos campos banhados pelo Vale do Sorraia, como na enorme mancha florestal que preenche este território. Aqui a tranquilidade e a harmonia respiram-se numa paisagem única que não deixa ninguém indiferente. Capital Mundial da Cortiça e sede do décimo maior município do país, Coruche inspira em todas as vertentes: económica, social, cultural e turística, para o desenvolvimento de um território, que de facto “brinda ao que é nosso”.

Com 1115 km2 e cerca de 20 mil habitantes, Coruche é um município que está subdividido em seis freguesias, sendo que mais de metade do território é composto por montado de sobro, uma fileira deveras importante para o desenvolvimento da economia local e indústria. “Realizamos recentemente a X edição da FICOR Feira Internacional da Cortiça, um evento de referência, que tem vindo a ser consolidado ao longo dos últimos anos. Este ano inauguramos também uma escultura na rotunda que dá acesso aos principais eixos rodoviários que cruzam o concelho, um ícone que homenageia este setor de atividade”, descreve o edil Francisco Oliveira.

Afirmando-se como um concelho onde a economia assenta na ruralidade, Coruche depende essencialmente do setor primário (floresta e regadio), embora a agroindústria, a indústria corticeira, a atividade comercial e os serviços sejam outro dos vetores importantes para o seu desenvolvimento. Aqui as principais culturas continuam a ser o tomate, o arroz e o milho, embora comecem a surgir novas produções de hortícolas e frutos vermelhos. Um território onde o regadio é rico, devido à abundância dos recursos naturais provenientes dos canais de rega do Vale do Sorraia.

Um concelho com identidade própria

Dos prazeres da mesa às fantásticas paisagens ribatejanas, passando por inúmeras atividades ao ar livre e uma vida intensa de eventos e espaços a visitar, o Município de Coruche oferece uma qualidade de vida ímpar.

Coruche respira cultura tauromáquica, ou não estivéssemos em pleno Ribatejo, onde se vive uma identidade muito própria associada a esta tradição tão portuguesa. “O nosso concelho tem uma atividade económica e social deveras evidente neste âmbito. Aqui estão sediadas seis ganadarias, assim como as casas agrícolas dos cavaleiros tauromáquicos. Temos os forcados, as tertúlias, os campinos, e até os alfaiates que fazem as casacas dos toureiros ou as meias para campinos e forcados. Todas estas atividades empregam muitas pessoas e contribuem para a fixação da população”, salienta o autarca.

Recentemente, no âmbito da FICOR realizou-se a primeira corrida de touros, a qual esteve repleta, refletindo o gosto, a admiração e a vontade dos coruchenses em preservar a cultura tauromáquica.

Ainda neste âmbito, o Museu Municipal de Coruche contempla três núcleos museológicos temáticos (nas áreas da tauromaquia, ruralidade e património). O núcleo tauromáquico acolhe exposições referentes aos toureiros e bandarilheiros coruchenses. Quanto ao Núcleo Rural de Coruche é um espaço dedicado ao património agrícola, artes, ofícios e saberes tradicionais, tendo como função a investigação, o estudo, a conservação e a valorização dos ofícios, saberes e práticas associadas ao vasto património agrícola existente no concelho.

Atualmente Coruche preside à Secção de Municípios com Atividade Taurina, da Associação Nacional de Municípios Portugueses. Francisco Oliveira reitera que “o principal objetivo passa por preservar a identidade e a cultura tauromáquica. Com a transferência de competências da administração central para as autarquias, está previsto que sejam os municípios as entidades licenciadoras das atividades culturais, onde se incluem as touradas, algo com que não concordamos, pois, essa atividade deverá manter-se sob a alçada do IGAC”.

Promover Coruche, porque Coruche inspira

O ano é pautado por muitos eventos, que visam a valorização da gastronomia, da cultura, do desporto e dos costumes e tradições desta vila ribatejana. A gastronomia associada aos Sabores do Toiro Bravo é um dos certames com maior visibilidade. A carne do toiro bravo é o mote principal deste evento gastronómico único, que reúne seis restaurantes da vila de Coruche em finais de abril. O facto deste evento ser realizado na praça de toiros é outro dos fatores diferenciadores. Por outro lado, promove-se o artesanato onde a cortiça tem um peso crucial.

No próximo mês irão realizar-se as Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo, onde a vertente religiosa, profana e desportiva se conjuga. A componente religiosa é muito importante nos coruchenses, com a realização das novenas e da procissão que percorre as ruas da vila desde o castelo, a qual já comemorou 500 anos de existência. “Na vertente ligada à tauromaquia temos as largadas de toiros nas ruas do centro da vila, as picarias, os toiros à corda, tradição que importamos da Ilha Terceira, sendo que trazemos os pastores açorianos, assim como a tradicional Corrida a 17 de agosto”.  Este é o dia em que tem lugar outro dos momentos altos da responsabilidade da autarquia. A realização do cortejo histórico e etnográfico, um desfile que percorre as ruas da vila com cerca de 650 figurantes e vários carros alegóricos representativos do tema e época previamente designado. “No que às tertúlias diz respeito, o concelho conta com 13 grupos, um número em crescendo”, revela o edil e acrescenta: “Para os amantes da etnografia, o festival de folclore ‘António Neves’ é também um momento de referência”. De 14 a 18 de agosto, este é um evento a não perder.

Compromisso para o futuro

“A visão e a ambição fazem nascer muitos projetos para este concelho, em diversas áreas como a educação, a cultura, o desporto, o ambiente ou a economia. Entre as diferentes obras em curso ou em fase de iniciação, posso destacar o campo de ténis e padel, o Núcleo Escolar da Branca, as obras de requalificação do centro histórico da vila de Coruche e da margem esquerda do Sorraia, assim como do edifício dos paços do concelho”, descreve o edil.

O futuro Parque Empresarial do Sorraia é outra das obras que deverá arrancar durante o presente ano, de forma a criar melhores condições para a fixação de empresas, com o intuito de alavancar a economia local e criar postos de trabalho efetivos. “Penso que temos todas as condições para ser o motor e o vetor de crescimento da região”, termina Francisco Oliveira.

 

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