Vasconcelos Arruda: Boutique especializada na advocacia de negócios e empresarial

Inês Arruda - Administradora

A Vasconcelos Arruda é um escritório especializado na advocacia de negócios e empresarial. Estivemos à conversa com Inês Arruda, um exemplo de empresária de sucesso.

Para que possamos contextualizar os nossos leitores, parece-me importante começar esta entrevista pedindo-lhe que nos apresente a VA Vasconcelos Arruda e Associados?

O projeto da Vasconcelos Arruda teve início em 2012. O Duarte Vasconcelos, e eu, trabalhávamos juntos desde 2001, e tínhamos ideias muito definidas e alinhadas sobre o que queríamos implementar. A Vasconcelos Arruda que é uma boutique especializada na advocacia de negócios e empresarial e que assenta essencialmente em três pontos fundamentais: proximidade entre Cliente e advogado, excelência e qualidade do trabalho prestado e um serviço focado no value for money para o Cliente.

Como se consegue esta última? O que vos distingue das demais Sociedades de Advogados?

Há um envolvimento permanente dos sócios nos assuntos que nos são confiados, procurando conhecer o negócio do Cliente e quais os objectivos empresariais. Trabalhamos com uma equipa permanente de excelentes advogados que asseguram o dia-a-dia dos nossos Clientes e com com advogados externos, sempre que há um aumento do trabalho ou para matérias específicas. Ao longo da minha carreira tive a sorte de trabalhar em escritórios de referência, com advogados de excelência, alguns dos quais saíram dessas grandes estruturas e trabalham em prática individual ou em projectos mais reduzidos. Tendo em conta o princípio de eficiência do value for money que procuramos assegurar, optámos por ter essa rede de apoio, de forma a evitar sobrecarregar a estrutura com custos desnecessários. É uma perspectiva arrojada, bem sei, mas com manifesto valor acrescentado para os Clientes e a realidade veio comprovar o acerto da nossa opção. Obviamente que o facto de todos nós já termos trabalhado juntos durante muitos anos facilita bastante a coordenação do trabalho. E sentimos que essa é uma das nossas principais vantagens. Por exemplo, no ano passado a VA representou um Cliente na maior transacção imobiliária do país. Soubemos estruturar-nos da forma adequada ao que o projecto requeria, e o resultado foi o de prestarmos um serviço de excelência, que é sempre o nosso principal objectivo, mas com um custo de estrutura menor, o que se reflectiu necessariamente numa estrutura mais eficiente de honorários cobrados ao Cliente. Àquela pergunta típica “quantos advogados tem o vosso escritório?”, normalmente respondo: “os que forem necessários e sempre advogados de altíssima qualidade”. O value for money para nós não é um chavão ou parte de uma estratégia de comunicação. É o que nos diferencia.

Que tipo de Clientes têm e quais as vossas principais áreas de atuação?

Trabalhamos quase exclusivamente com empresas e altos quadros directivos. Dentro da lógica que lhe referi há pouco, cobrimos todas as áreas da advocacia de negócios e empresarial. Assessoramos empresas de variados sectores, como plásticos, cerâmica, imobiliário, comunicação social, cadeias de televisão, editoras discográficas, contact center, hotelaria e restauração, farmacêutico, entre outros. Trabalhamos muito com fundos mobiliários, imobiliários, fundos de investimento. Temos ainda um nicho de mercado, chamemos assim, em que apostamos particularmente de grandes marcas internacionais de luxo presentes em Portugal. Trata-se de uma área de negócio que entendemos bem, o que facilita a comunicação com o Cliente e um melhor entendimento das questões com que este se depara. Atualmente temos tido muito trabalho na área de proteção de dados pessoais por causa da implementação do novo Regulamento. Por fim, e igualmente importante, damos uma significativa assessoria em regime de pro bono a diversas instituições. Não podemos e não queremos estar desligados da realidade social do país e a nossa participação neste tipo de projectos acrescenta-nos significado, dá-nos um propósito maior.

O público é cético em relação à justiça portuguesa ou confia?

Criticar o funcionamento da Justiça em Portugal passou a ser um lugar comum. Mas parece-me que muitas das críticas que são feitas são desajustadas, face ao contexto actual, tendo em conta o esforço que tem vindo a ser feito ao longo de últimos anos no sentido de tornar a Justiça não só mais célere, mas sobretudo mais eficaz. E sinto que, apesar desse cepticismo generalizado, não é essa a opinião do mundo empresarial. Na grande maioria dos casos, a Justiça funciona. E nos casos em que já sabemos que funciona mal ou que é excessivamente morosa, cabe-nos a nós, advogados, orientar o Cliente para a melhor solução possível tendo em conta o contexto. Um aspeto muito importante no nosso trabalho é o planeamento: avaliação dos prós e contras de cada uma das nossas atuações. Porque nunca há um só caminho. Costumo dizer que não é suposto haver “surpresas” na nossa profissão, pois cabe-nos a nós antecipá-las. Como? Pensando e repensando nos temas. Estudando. Lendo acórdãos. Etc.

De uma forma geral, como é que avalia o desempenho da advocacia portuguesa?

Acho que, de uma forma geral, temos excelentes profissionais e mercado para todos. Seria, a meu ver, importante rever o patrocínio oficioso, assegurando uma melhor preparação dos advogados oficiosos. O meu desafio atual é lidar com a nova geração de advogados, muito bem preparados, mas com uma postura totalmente diferente da que nós tínhamos na idade deles. Não é melhor, nem pior: é diferente. E cabe-nos a nós, enquanto líderes de uma equipa, saber adaptar as estruturas que dirigimos a esse enorme desafio que é o de formar os advogados do futuro, dando-lhes um sentido de propósito, mas sem descurar o principal que é o serviço de excelência prestado ao Cliente.

Numa edição em que falamos de empresárias de sucesso e de mulheres à frente de grandes entidades, pergunto-lhe como tem visto o crescimento das mulheres à frente de grandes projetos?

De forma muitíssimo positiva. Parece-me que já há muitos anos que ninguém tem dúvidas de que a mulher é tão capaz quanto o homem. Na minha geração penso que a maior questão ainda a debater é a que afecta a carreira das “mulheres/mães” Se é verdade que a maternidade acarreta um custo para as organizações, também o é o facto de, em regra, as mulheres/mães adquirirem outro tipo de capacidades como a de organização ou de fazer várias coisas ao mesmo tempo.

E como faz essa coordenação trabalho/advocacia?

Sempre trabalhei muito, sou uma mãe babada de quatro filhos, com idades muito próximas e não vivo com sentimento de culpa em relação ao tempo que lhes dou. Neste particular não nego que também foi uma aprendizagem, ainda com recaídas, e em modo de compensação permanente. Se não jantei com eles, arranjo maneira de ir buscá-los à escola para almoçarem comigo. Se não estive muito com eles durante a semana, dedico-lhes todo o tempo que tenho ao fim-de-semana, etc. E ainda vou tendo uma vida social ativa, o que também é essencial para a nossa sanidade mental.

Em pleno século XXI continua a ser necessário sensibilizar os portugueses e a população mundial, em geral, para as capacidades das mulheres e para as leis que promovem a igualdade. Crê que tal acontece porquê?

Como disse, assumindo que ninguém duvida das capacidades das mulheres o que julgo que poderá continuar a existir é a ideia de que as mulheres têm uma menor disponibilidade.

E têm?

Nem todas as mulheres/mães querem ter um trabalho intenso, o que é perfeitamente legítimo. E há homens que também não o querem. O que também o é. Mas as que assumem esse compromisso têm dado provas de que é possível chegarem a todo o lado e arranjam tempo onde ele parece não existir. Acho que já se percebeu que gravidez não é doença, que ninguém é insubstituível. Por isso, há que gozar uma licença descansada sem que isso comprometa a empresa ou escritório, mas as recentes mães também não precisam de se evaporar quando são mães, sobretudo quando assumem cargos ou trabalhos de maior responsabilidade. Acho que aos poucos vai-se ganhando consciência de tudo isto e espera-se que cada vez menos seja preciso introduzir leis que promovam essa igualdade. Porque se a mulher quiser criar uma postura de “eu sou mulher, tenho estas limitações que são o que são, agora promovam a igualdade”, estaremos a criar uma enorme desigualdade.

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