União de Freguesias de Raiva, Pedorido e Paraíso: A terra “de onde se vê tudo”

Ao viajar pelos arredores de Castelo de Paiva, podemos averiguar o espírito aldeão da União de Freguesias de Raiva, Pedorido e Paraíso. O presidente Joaquim Martins, com quem a Revista Business Portugal esteve à conversa, enumerou motivos suficientes para visitar esta terra banhada pelos rios Douro e Arda.

Motivos não faltam para visitar a região. A prova disso está nos imensos turistas que por lá passeiam todos os dias. O que os leva até lá? Talvez a natureza envolvente, o Monte de São Domingos — “de onde se vê tudo” —, as duas possíveis futuras aldeias de xisto, a praia de Pedorido, o prestigiado Hotel Douro 41 ou até os acessos que são facilitados pela variante 222. “Passa por cá muita gente que vai para São Domingos a pé e aproveita para visitar a nossa região”, conta o presidente da junta, Joaquim Martins.
E quando o verão bate à porta, também as festividades invadem a aldeia. No fim de semana, que antecede o São João, há o Couto Mineiro em Festa, que é realizado pela junta de freguesia e que este ano celebrou a quinta edição. Há ainda as festas em honra de São Domingos, nos dias três e quatro de agosto, e de Santa Eufémia, de 14 a 16 de setembro.
Em tempos, foram três freguesias distintas. Desde então, com a agregação das freguesias que ocorreu há cinco anos, foi Joaquim Martins quem ocupou o lugar de presidente, que, de 2009 a 2013, também já tinha sido presidente apenas da freguesia de Raiva. “Desde sempre gostei disto. O meu pai foi o primeiro presidente de junta aqui, na Raiva, eleito democraticamente e já era secretário no tempo do fascismo.” O autarca recorda-se bem desse tempo, era “pequenino”, mas já acompanhava o pai “pela mão”.
Dos serviços que ajudam a garantir a subsistência da freguesia, o presidente destaca o centro de saúde, a farmácia, duas bombas de gasolina e um posto de correios. Para além disso, “temos o único espaço cidadão do concelho que funciona todos os dias”. Sem esquecer os transportes escolares que são essenciais para ajudar famílias residentes em lugares mais afastados. “Temos quatro carrinhas a transportar os alunos, porque é preciso ir buscar miúdos a 20 quilómetros e depois levá-los. Em várias aldeias é assim.”
“É uma freguesia muito grande em termos de território e uma pessoa tem que acudir a todos.” Mesmo assim, o próprio presidente faz questão de chegar a cada pessoa. “Gosto de falar com o povo. Eu sou daqueles que vai até ao café para conviver com os habitantes e ficamos a conversar sobre os temas do dia a dia. É assim que funciona nas aldeias onde a luta por melhor qualidade de vida é diária. “Desde que fecharam as minas de Pejão, em 1994, e depois a Clarks — fábrica de calçado britânica — em Castelo de Paiva”, muitas pessoas ficaram sem trabalho. O mercado na zona ficou “um bocado estagnado” e a trágica queda da ponte de Entre-os-Rios, em 2001, não ajudou. Em 2017, também não conseguiram escapar à devastação dos incêndios: “muitas casas ardidas e muitos bens perdidos”, relembra o presidente.
Porém, a situação vai melhorando a seu tempo. Mas, por enquanto, o principal objetivo é “manter o que temos porque esta manutenção já é um trabalho complicado”, confessa o presidente.
Joaquim Martins deixa o convite e está pronto a receber qualquer pessoa na sua casa. “Venham visitar a nossa freguesia. Tem lindas paisagens e boa gastronomia”. Razões não faltam.

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