Talho Carnes Simões lda.: Mais do que um talho, um empreendedorismo de sucesso

António Simões, gerente do talho Carnes Simões Lda. e a sua esposa, Maria Salomé, que faz um bucho invejável, tomaram conta do negócio que começou a sua história na Sertã, em 1980. Donos de um serviço de excelência, criam os próprios bovinos, selecionam em vida os ovinos, caprinos, cabritos e suínos que comercializam e entregam todo o tipo de carnes, incluindo o cabrito estonado para restaurantes, comércio e particulares. A Revista Business Portugal esteve com António Simões, que lidera um talho galardoado com os prémios PME Líder e PME Excelência de 2018.

Hoje, o talho Carnes Simões conta com uma equipa de cerca de 20 colaboradores, distribuídos pelas três lojas que possuem, mais cerca de 28 no matadouro Mactril Lda. que se encontrava fechado. No palmarés, acumulam prémios que enchem de orgulho toda a equipa: no ano passado foram distinguidos, pela primeira vez, como PME Líder e Excelência, receberam ainda uma estrela no bucho e duas estrelas no maranho na Great Taste. Este ano, já receberam medalhas de ouro para esses mesmos produtos no Concurso Nacional de Ensacados Tradicionais Portugueses. Mas até aqui a caminhada não foi fácil. António Simões refere que “os colaboradores também se têm sacrificado. Diariamente, lutam pela empresa e isso tem sido uma mais-valia para a Carnes Simões”.
O talho foi legado dos seus pais, que começaram com a primeira loja no Mercado Municipal. Quando António regressou de Moçambique ficou, juntamente com a sua esposa, com o talho e, em meados de 1987, remodelou-o, tendo adquirido uma nova loja em 2001. Ao longo dos anos foi sempre objetivo progredir, sendo que conseguiram fazer salas de desmancha e fabrico, concentrando assim todas as atividades. Com o evoluir do negócio, passaram a fazer o maranho e bucho, que são hoje os seus produtos de referência: “temos subido as vendas e os festivais do maranho também as impulsionaram”. Hoje, apesar de terem as lojas concertadas na Sertã e Oleiros, fazem distribuição para toda a região centro e Lisboa. “Para os outros pontos do país enviamos por transportadora”.

Donos de um maranho e de um bucho de referência
Muito humildemente, António diz não haver muita diferença entre o seu maranho e bucho com os da concorrência, embora hajam algumas diferenças. A grande distinção do seu maranho, defende, é o cuidado na escolha da matéria-prima: “temos lutado para que seja de qualidade”. O maranho teve a sua origem durante as Invasões Francesas e hoje é uma grande referência na gastronomia regional. Como ingredientes, tem carne de ovino ou caprino, presunto, chouriço, arroz, hortelã, vinho, azeite, sal e especiarias e pode ser servido como entrada ou prato principal: “antigamente, o maranho era um luxo, mas hoje é um produto recorrente. Já temos o maranho para venda em cru ou já cozido, que é só aquecer”. Já o bucho, outro produto muito procurado na região, é feito com carne de porco, galinha, carne de novilho, presunto, chouriço, arroz, laranja, pão, ovo, salsa, sal e especiarias. Teve início no século XX, onde era confecionado quando os habitantes se dedicavam à faina agrícola e caracteriza-se por ter um sabor mais suave que o maranho.
António Simões tem dado continuidade a um negócio de sucesso e a produtos de renome, mas do futuro não espera facilidades, até porque considera haver alguns fatores que dificultam a competitividade no interior do país. No entanto, luta sempre para se manter forte no mercado. Para promover o talho, costuma marcar presença em algumas feiras e inventos e participa em concursos nacionais: “lutamos para ter bons resultados”. Este ano, o Carnes Simões vai estar presente no Festival de Gastronomia do Maranho, que irá decorrer entre 18 e 21 de julho, tal como já o faz desde a primeira edição.

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