Serviruri: “A nossa prioridade são as plantas”

Sediada no distrito de Vila Real, a Serviruri é um Viveiro que se dedica à produção de plantas de fruto. Em entrevista à Revista Business Portugal, Carlos Ramos explica como é produzido e comercializado o vasto leque de espécies fruteiras, florestais e pequenos frutos que possuem.

A Serviruri – Prestação de Serviços Técnico Agrícolas Lda. foi fundada em 1994. Surge da necessidade de prestar apoio aos agricultores, em geral, e para a produção de plantas. Teve início em Vila Real mas, neste momento, também se encontra em Vila Pouca de Aguiar e Mirandela. A escolha destes locais deve-se “às características edafo-climáticas de cada um dos sítios serem mais favoráveis à produção específica de determinadas plantas”, refere Carlos Ramos, engenheiro agrónomo.
Apesar da empresa produzir plantas-fruteiras, a Serviruri está vocacionada para a produção de frutos secos que é “o que achamos que a nossa região tem maior potencial de produção e que nos diferencia do resto do país”, esclarece o técnico.

Cuidar para manter
O cuidado com as plantas é uma preocupação constante para a empresa. A Serviruri produz uma variedade de castanheiros “COLUTAD” com excelentes características. “É o primeiro castanheiro português resistente à doença da tinta e tolerante à vespa. Produzem cedo, geram castanhas de bom calibre e descascam razoavelmente bem. Esta cultivar foi selecionada nas matas de Vila Pouca de Aguiar”.
“Até há muito pouco tempo” eram o único viveiro a reproduzir castanheiros por “amontoa”, garantindo aos seus clientes as boas características das variedades assim produzidas, ao contrário de outros viveiros que apenas o fazem pela castanha. “Os castanheiros Ca90, Marsol, Colutad e Bouche de Betizac, produzidos pela semente de castanha, não garantem aos agricultores a resistência à doença da tinta, que estes esperam encontrar quando os adquirem”, esclarece Carlos Ramos.
Um dos pontos diferenciadores que a Serviruri apresenta aos clientes é “o serviço de enxertias no local de plantação, após a venda dos porta-enxertos resistentes à tinta”. Mas antes de vender qualquer espécie de plantas, Carlos Ramos procura saber quais são as condições climáticas e o tipo de solo onde a planta irá ser plantada. Aconselhar o cliente e adaptar-se a cada região, faz parte do serviço personalizado que prestam.
Por ser um produto que se esgota rapidamente, as encomendas começam a partir dos meses de abril/maio. “Cada vez mais apercebemo-nos de que a procura é muito alta. Acredito que o motivo para que esgotemos tão rapidamente o nosso stock se deve ao facto de sermos os únicos produtores destas plantas em Portugal e do facto de as disponibilizamos ao cliente em todo o Continente e Ilhas”, salienta.

Desafios e projetos
Um dos desafios recorrentes do setor é a mão de obra. O nosso entrevistado conta que, para trabalhar no viveiro, é essencial ter respeito pelas plantas e, nessa medida, sente dificuldades em ter colaboradores que trabalhem na especificidade do castanheiro, por considerar que é algo de grande responsabilidade e “mais difícil de trabalhar”.
A pensar constantemente na inovação, a Serviruri pretende colaborar com uma empresa de micropropagação de plantas. O objetivo passa por aumentar a quantidade de oferta de plantas de castanheiro em Portugal.
Engenheiro agrónomo há 32 anos, Carlos Ramos acredita que “o futuro da Serviruri passa, essencialmente, por se especializar na produção de frutos secos”, nomeadamente, na castanha, na avelã, na amêndoa, na noz e, mais recentemente, nos pistácios.

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