Saúde Feminina: Compreender, prevenir e tratar a Síndrome Geniturinária da Menopausa

Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, coordenadora de Uroginecologia do Hospital São João (Porto), coordenadora da equipa de Ginecologia e Obstetrícia do Instituto CUF Diagnóstico e Tratamento (Porto) e Professora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Teresa Mascarenhas fala à Revista Business Portugal sobre os desafios atuais da ginecologia.

Para os leitores que não conhecem, pedimos que faça um enquadramento do que é e o que faz a Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG)?
A Sociedade Portuguesa de Ginecologia é uma associação cientifica sem fins lucrativos que tem como finalidade o estudo e a investigação de todos os temas relacionados com a ginecologia. Compete à SPG a realização de todas as atividades relacionadas, como promover e apoiar iniciativas com caráter educativo, técnico, cientifico e ético para os profissionais de saúde e público em geral. Elaborar e colaborar na realização de protocolos e de normas de orientação clínica que visem honrar a qualidade da saúde da Mulher. Este trabalho é o que nos move.

Durante este mês estão a promover uma campanha de sensibilização sobre AVV. Em que é que se traduz?
A campanha de sensibilização, que iniciámos no início do mês de maio, pretende alertar todas as mulheres portuguesas para os sintomas associados à Síndrome Geniturinária da Menopausa (SGUM) e à atrofia vulvovaginal, um dos sintomas mais marcantes da SGUM. Apostámos numa campanha de imprensa e mupis, com uma imagem que sugere um afastamento entre um casal, por estarem deitados de costas voltadas.

Porque é importante falar sobre este tema?
Atendendo ao facto de que, hoje em dia, as mulheres vivem mais de um terço da sua vida na menopausa, não faz sentido continuar a ignorar um problema que afeta tantas esferas da vida da mulher.
Uma mulher na menopausa é uma mulher perfeitamente ativa, que não deve comprometer a relação com o seu parceiro, se se identificar com estes sintomas. As mulheres têm de saber que existem tratamentos inovadores e acessíveis no mercado, para solucionar estes problemas.

Qual o objetivo principal desta campanha? O que esperam conseguir?
Esta campanha de sensibilização tem dois grandes objetivos. Por um lado, pretendemos que as mulheres portuguesas possam facilmente reconhecer estes sintomas e sentir-se à vontade para procurar aconselhamento junto dos profissionais de saúde. Pretendemos também que as mulheres não encarem estes sintomas como causas naturais do envelhecimento. Por outro lado, temos como objetivo sensibilizar os profissionais de saúde a ter uma atitude mais pró-ativa, para que questionem as suas doentes acerca destes sintomas e as informem das opções terapêuticas disponíveis.

Onde está presente a campanha?
A campanha de imprensa está presente em diversos meios de comunicação de lifestyle, saúde e bem-estar. Já a aposta na campanha de mupis foi feita nas cidades de Lisboa e Porto.

Como Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e especialista em Incontinência Urinária Feminina e Prolapso Urogenital qual considera ser o caminho para desmistificar estas questões perante a sociedade?
Queremos que a SPG mantenha a tradição da divulgação do conhecimento cientifico através da realização de reuniões científicas e a participação de campanhas junto das mulheres portuguesas. É nosso dever entender as necessidades da sociedade atual para cumprir o nosso papel enquanto ginecologistas de forma mais profissional. Como tal, a SPG e a sua direção tem de estar em sintonia com a realidade médica atual e com o desenvolvimento científico e tecnológico, com a inovação e com a prática médica numa relação sinergética.

Aproxima-se a 193ª reunião da SPG que se realizará de seis ao dia oito do mês de junho, no hotel Tivoli Carvoeiro, na região algarvia. Quais os principais assuntos a debater no encontro?
Este encontro tem como finalidade, definir o presente e futuro da ginecologia. Essencialmente o que pretendemos é passar a mensagem de que é importante compreender, prevenir e tratar a síndrome geniturinária da menopausa, apostar em novas abordagens terapêuticas e apoiar a tecnologia e pioneirismo na ginecologia. Serão abordados diversos temas desafiantes com os quais nos deparamos diariamente e que merecem a nossa atenção.

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