Sarkkis: Desenvolver e inovar na robótica

No mercado desde 2010, a SARKKIS – Robotics começou como spin-off da Universidade de Coimbra focada no desenvolvimento de software para a indústria metalomecânica. A Revista Business Portugal esteve com Pedro Malaca e com José Oliveira, gerente e um dos co-fundadores, respetivamente, que nos falaram sobre a iniciativa de criar este projeto e das necessidades do mercado da robótica e da metalomecânica.

 

Atualmente sediada no Porto, surgiu por entre a crise e tem feito o seu percurso procurando afirmar-se como empresa de referência em aplicações robóticas suportadas em software de programação offline, com especial enfoque na metalomecânica. Com software próprio, o percurso tem levado a empresa a alargar a sua oferta de serviços para o desenvolvimento e construção de máquinas e equipamentos específicos. Inicialmente concentrada no corte térmico, em 2014 deu os primeiros passos na área da soldadura robotizada com o CLARiSSA: demonstrador de uma célula de soldadura robotizada desenvolvida no âmbito da iniciativa europeia SME Robotics. “A passagem para esta área era o caminho natural para a empresa, apesar dos grandes desafios associados ao grau de automatização pretendido”. No fundo, as vantagens de aliar a tecnologia e robots à versatilidade da mão de obra: o melhor dos dois mundos e ao alcance das PME’s.

Os interlocutores salientam alguns dos desafios da robótica, em particular o desconhecimento, ou melhor dizendo, a necessidade de conhecimentos específicos que permitam uma utilização eficiente dos equipamentos. A SARKKIS, recorre-se das suas aplicações de software para superar esses entraves, e de entre eles o maior: a programação.

CoopWeld mereceu prémio

Um dos projetos vencedores do concurso inovação da EMAF foi o CoopWeld, destacado com o Prémio Inovação Nacional ‘Leonardo da Vinci’.

O equipamento em comercialização é fruto do projeto demonstrador com o mesmo nome, apoiado pelo NORTE2020 através da ANI, em consórcio com o INESC TEC, ISQ e NORFER e consiste numa célula robotizada colaborativa de montagem e soldadura robotizada de estruturas de construção metálica.

Pedro e José explicam que a inovação assenta em três pontos basilares: a simplicidade na operação; a utilização de realidade aumentada – através de projeção laser para garantir uma interação mais eficiente homem/máquina nas tarefas mais complexas como é o caso da montagem de componentes; e por último o planeamento avançado de trajetórias que permite automatizar e intensificar de forma mais abrangente a utilização do robot na realização da tarefa mais morosa e penosa do processo (a soldadura). “Por muito que queiramos, os robots não conseguem fazer o ‘tudo’, mas o seu contributo impacta muito positivamente no resultado final. Daí que o ponto a reter não seja o de dispensar a mão de obra humana pois as células estão pensadas para almejar poder realizar 60 a 80 por cento de uma produção regular numa metalomecânica – valores que não deixam de ser uma referência, dada a grande variabilidade da produção”, rematam.

No terceiro dia de EMAF, o balanço que fazem da presença na feira espelha a atualidade do setor da robótica e da oferta de soluções tecnológicas: “o fator predominante nas intenções dos industriais prende-se com a falta de mão de obra. Os empresários não estão interessados em substituir a mão de obra existente mas sim em munir-se de soluções para produzir mais”. Desta forma, os robots são um aliado forte e é nesse pressuposto que a SARKKIS trabalha. “Queremos perceber as necessidades dos clientes e enquadrarmo-nos por forma a disponibilizar os meios adequados que lhes permitam multiplicar a produção, pois ser competitivo é bem mais do que intenção, é um imperativo de sobrevivência”, acrescentam.

A SARKKIS reúne, na empresa, jovens colaboradores formados nas universidades nacionais e é neles que confia para ir ao encontro dos objetivos: inovação e diferenciação com enfoque na produtividade final. Só assim foi possível o sucesso do CoopWeld uma vez que, “em primeiro lugar é preciso pensar diferente: o que se tem ao dispor (tecnologia) e na maneira como se produz”. Em relação ao futuro, Pedro Malaca e José Oliveira, afirmam continuar a manter o foco no setor. Porém, a mais valia de algumas tecnologias em outras áreas não pode ser ignorada e o projeto ScalABLE4.0, em que a SARKKIS está envolvida, é exemplo disso.

Portugal, Espanha, Brasil, Argélia, Nova Zelândia, Malásia, são países que contam já com a presença de produtos da empresa e a SARKKIS não vai ficar por aqui.

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