Restaurante Porta 35/36 e À Portuguesa: Três espaços, três conceitos e um número da sorte

A superstição é assumida e Maria Soares revela que o número quatro dá sorte, e assim, com 44 anos e no dia 14.4.14, dá início a uma nova aventura, desta vez no setor da restauração. Estaria a cidade de Aveiro preparada para os projetos da mulher empreendedora que a nossa entrevistada se veio a revelar?

Esteve durante 20 anos dedicada ao seu projeto da Quinta Pedagógica de Aveiro e foi com a satisfação de dever cumprido que decidiu seguir um novo rumo. A experiência na área da restauração não existia, mas a sorte, acompanhada de muito trabalho, esteve sempre ao seu lado.Esteve durante 20 anos dedicada ao seu projeto da Quinta Pedagógica de Aveiro e foi com a satisfação de dever cumprido que decidiu seguir um novo rumo. A experiência na área da restauração não existia, mas a sorte, acompanhada de muito trabalho, esteve sempre ao seu lado.

Porta 35: Os hambúrgueres a comandar o moliceiro

“A conversar com uma amiga com larga experiência em restauração, soou uma campainha que fez perceber que estava pronta para um novo desafio e que esse desafio seria abrir uma hamburgaria”. No espaço de dois meses e com o nome Porta 35 (nome escolhido pelo público), Maria Soares abre a hamburgaria no espaço antes ocupado pelo conhecido bar “O Clandestino”. “Nos primeiros tempos recebíamos imensas visitas de antigos clientes que estavam curiosos por saber como tinha ficado o espaço”, explica a entrevistada.Dar asas à criatividade e arranjar formas inovadoras de olhar para os hambúrgueres era fundamental para cativar os clientes locais, interessados em provar novas misturas de sabores. Maria Soares conta que “aqui quem escolhe os nossos hambúrgueres tem de estar preparado para uma mistura agridoce. Valorizamos a mistura do queijo com doces, de fruta com fumados, entre outras harmonias, que nos distinguem”. A carta que, também oferece várias saladas e conservas da região, permite cativar um público distinto sem tirar o mercado da concorrência. Entre o público já fidelizado à qualidade do produto, ao atendimento cuidado e a um espaço carismático, distinguem-se as famílias e grupos de amigos que ao almoço gostam de passear no típico bairro da Beira Mar, coração da cidade, e ao jantar rumam à zona noturna da cidade. “Ouvir algumas crianças a dizer que o nosso hambúrguer é melhor do que os locais mais conhecidos de fast food, faz-nos acreditar que estamos no caminho certo”, afirma. Com dois pisos e uma esplanada, o restaurante consegue receber 60 clientes.

Porta 36: O peixe e marisco estão na mesa

O segundo projeto surge, sensivelmente, um ano e meio depois do Porta 35. Localizado no largo da Praça do Peixe, precisamente no número 36, o restaurante fica apelidado de Porta 36. “A abertura deste segundo projeto foi um salto muito grande, porque apesar de não ser o primeiro, o conceito era muito diferente. Antes de qualquer decisão, tive sempre a preocupação de perceber se conseguiria desempenhar qualquer uma das funções necessárias ao funcionamento do negócio, nomeadamente a produção. Fiz uma experiência e sim, achei que conseguia!” A cozinha deste local dá uma nova vida aos pratos de peixe e de marisco, aliás, como já era tradição daquela mesma casa e, embora tenham alterado a carta, há um prato que se mantém: o tão afamado Bacalhau ao Alho. Pela localização e também pelo conceito, o público distribui-se entre os visitantes e os locais. A iluminação do espaço à noite torna-o muito acolhedor e durante o dia o serviço estende-se para a esplanada no centro da praça.

À Portuguesa: onde a tradição se vê ao espelho

Dois projetos ambiciosos não travaram Maria Soares que, um ano e meio depois, decide abrir um terceiro projeto. À Portuguesa é um espaço que foi alterado quase na sua totalidade e onde o cliente se pode deliciar com pratos como o bacalhau com puré de grão e amêndoas, polvo cozinhado a baixa temperatura, rojões à moda de Aveiro, escabeche de mexilhão, entre outros pratos onde a tradição gastronómica é reinventada. O nome permaneceu o mesmo, assim como o logótipo que só mais recentemente foi alvo de uma modernização. Caracteriza-se por um espaço distinto que permite receber grupos mais ou menos formais, alguns deles resultado de várias parecerias que, entretanto, foram criando. O restaurante À Portuguesa está preparado para receber 65 clientes.

Como se unem os três projetos?

Conciliar três espaços implica uma grande gestão. Para isso, a gerente procura garantir a máxima qualidade através dos produtores locais. Com dias a servir cerca de 700 refeições, os três restaurantes têm em comum a qualidade dos produtos utilizados, a confeção cuidada e o serviço, onde a simpatia procura garantir uma ótima experiência. “Temos um cartão para os nossos clientes habituais, onde podem receber um carimbo sempre que nos visitam. É interessante ver que há clientes que só visitam uma das casas e há outros que circulam nas três casas. Quando preenchem o cartão, oferecemos um prato que pode ser utilizado em qualquer uma delas. Para os turistas, alteramos um pouco o processo, mas também eles usufruem da possibilidade de experimentar novos sabores e conceitos. Também na vertente de alojamento local, Maria Soares gostaria que os visitantes, que são muitos, prolongassem a sua visita. “Para isso é preciso criar condições e atrações. É um trabalho que já começou, mas ainda há muito para fazer”, salienta a entrevistada orgulhosa da sua cidade.

O quarto estabelecimento está a chegar

Novembro é a data prevista para a abertura de um novo projeto. Sem adiantar muito, Maria refere apenas que: “vai ser um novo desafio, que vai envolver muito a comunidade local”.

Futuro

Os prémios de PME Líder e Gazela 2018 são o reflexo do sucesso que tem alcançado. Para isso, o futuro tem de continuar a ser construído com as mesmas diretrizes. Em jeito de despedida, a proprietária deixa a mensagem de que “as portas estão abertas para experienciarem momentos e se deliciarem com os nossos sabores”.

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