Restaurante Dona Amélia: Onde os amigos se reúnem, deixam um pouco de si e levam um pouco de Castelo de Paiva

É pela porta da cozinha que entram os amigos e, já em casa, são recebidos com boa comida, preparada à moda dos bisavós, a exibir bons ingredientes e simpatia pelas pessoas do restaurante Dona Amélia, localizado em Bairros, Castelo de Paiva.

“Entrar pela cozinha é uma forma de criar laços e relações de amizade entre os amigos que deixam por cá um bocadinho de si e levam um bocadinho de nós”. Nesse ambiente intimista e cheio de tradições são servidos somente cozinhados frescos, nada é congelado ou pré-cozido. “Temos aqui tudo o que é tradicional”, garante António.
Do salão é possível sentir todos os dias o cheiro da posta de vitela assada na brasa, servida com feijão preto, batata a murro e arroz de forno. Também estão lá os aromas do cabrito, do anho, da vitela e do galo, do arroz de cabidela, todos preparados no fogão e forno a lenha, sendo que quando é a altura, há também a lampreia, com arroz ou a bordalesa, muito também muito apreciados no Dona Amélia. São sabores que agradam paladares portugueses e povoam as recordações de pessoas dos vários cantos do mundo. “Nós temos colaboradores cá que falam fluentemente inglês e francês e as pessoas sentem-se bem acolhidas ao comunicar com facilidade. E, claro a Internet, as redes sociais acabam por contribuir em muito para a divulgação e promoção do Dona Amélia. Acabamos por manter contacto com pessoas de todo o lado, portugueses ou estrangeiros e que que perduram muito para além do espaço físico do restaurante. Isso é o elo que vem sustentar todo este conceito, que é fazer disto um espaço de amigos”, revela António.

Um espaço dedicado à amizade
De início “jogavam cartas, bebiam uns copos, comiam bem e, a determinada altura, decidiram fazer disto um restaurante”, conta. Depois de duas décadas e consolidado, o espaço continua agora com a mesma filosofia e conceito. “Foi uma forma de manter viva a lembrança de Manuel Fontes depois de uma partida precoce. Era alguém que sabia cozinhar, mas também sabia comer, qualidades que lhe renderam excelente senso crítico. Aproveitamos tudo aquilo que de bom ele nos transmitiu. Dentro das nossas possibilidades tentamos melhorar e tem sido isso que, de alguma forma, nos tem projetado”, confessa António.
De Manuel Fontes ficou o sabor da carne preparada no forno a lenha e a herança do bem receber. Comer bem e em bom ambiente numa casa onde não há clientes, mas amigos. “Sabemos que de facto, por questões burocráticas, isto é um restaurante, mas gostamos que este seja um local de encontro de amigos”. Se os clientes são amigos, não seria diferente com os colaboradores, que mantêm a corrente do bom atendimento, da presteza e simpatia. “A verdade é que o restaurante tem um carisma, tem um carácter. Um carácter que, de alguma forma, é regional e tradicional”.

O melhor da região à mesa
Temos uma cozinheira fantástica e que tem traduzido todos os sabores da região nos pratos que pomos na mesa”. Uma mesa com produtos de fornecedores locais preparados de maneira lenta, com o sabor só lá possível de encontrar. “Privilegiamos o mercado local sempre que possível. A carne vem normalmente da serra em frente a nós, que é a serra de Montemuro e que tem carne fantástica e com um sabor incrível e puro”, explica António.
Depois da carne, as sobremesas caseiras e típicas da culinária portuguesa não ficam fora do desfile de iguarias. Da mesma maneira está lá o bom vinho produzido na região, bem como uma boa lista de outros vinhos, nomeadamente os maduros. Tudo bem servido e bem escolhido.
Tal como fazem os amigos, uma prenda inusitada é oferecida a quem passe pelo espaço. “Na entrada do restaurante temos algumas fruteiras com frutas de época e quem quiser pode apanhar, pode saborear, mesmo antes de entrar no restaurante. Aquilo são as entradas, quem quiser vai comer, o mesmo acontece com as nossas cerejas”.
Um lugar para visitar e revisitar e, se possível, trazer a companhia de um amigo. “Se pudermos parafrasear o Zeca Afonso, dizemos: ‘traz outro amigo também’. É a sugestão que faço: traga outro amigo também”.

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