PQA – O Nosso Pão: Fast Food Tradicional Português

Filipe Silva e Maria João Neves são o jovem casal por detrás do sucesso do PQA – O Nosso Pão. Transformaram o negócio familiar numa das mais procuradas casas das feiras, festas e romarias em Portugal, mas querem ir mais longe e confidenciaram alguns dos planos que alinharam para o futuro da empresa, numa entrevista conjunta, à Revista Business Portugal.

Denominam-se como um Fast Food Tradicional português. Em que consiste esse conceito?
O ritmo de vida atual leva, cada vez mais, a que as pessoas optem por alimentação rápida. Neste sentido os artigos mais disponibilizados são os hambúrgueres e as pizzas, mas porque não fazer o mesmo com um pão com chouriço, uma bifana e até acompanhá-los com um caldo verde quentinho? O nosso conceito é esse, o de dar ao cliente o melhor da gastronomia rápida portuguesa em pão sempre quente, com processos de fabrico e confeção que possam ser acompanhados ao vivo desde a amassadeira até ao balcão. Rápido, com qualidade e sabor tipicamente português.

O PQA – O Nosso Pão atingiu níveis de sucesso e crescimento elevados em apenas dois anos. A que se deve este sucesso?
A PQA é a continuação de um negócio de família que existia há mais de 35 anos. Estávamos a trabalhar fora do país, quando decidimos que era altura de regressar a Portugal e aplicar o nosso know-how em algo nosso, e foi aí que decidimos comprar o negócio. Pegámos no conceito existente, de comida tradicional portuguesa, alterámos a imagem da empresa, criámos de raiz todo o embalamento e redefinimos todo o fluxo de serviço para que este se tornasse o mais eficiente possível. Mantivemos a receita e o segredo da massa do pão e, a partir dela, desenvolvemos uma nova ementa.

Quem foi responsável pelo desenvolvimento dos novos produtos?
Fomos nós com o apoio da família e do staff. As nossas experiências profissionais combinadas deram-nos skills de gestão e de desenvolvimento de produto, skills essas que se tornaram preciosas quando demos este passo. Depois de aprendermos a fazer a massa, demos o passo seguinte: o de tentar perceber o que iria combinar dentro dela. Sabíamos que o pão com chouriço e a bifana funcionam muito bem nas feiras, mas queríamos inovar e pensámos, por exemplo, num pão recheado com bacalhau ou atum, sendo que este ano introduzimos uma novidade: o pão com legumes. Todos os nossos produtos foram desenvolvidos tendo em conta, não só a qualidade, mas também a rapidez da execução do serviço.

Pretendem abrir franchising da vossa marca. Por onde passará a vossa estratégia?
Até final de 2020 pretendemos abrir uma loja numa grande superfície comercial, a partir daí vamos tentar entrar neste mercado. Além da restauração tradicional, a PQA também presta serviços de catering, consultoria de F&B e construção de estruturas móveis para vários tipos de utilizações. Com todas estas valências estamos actualmente disponíveis para iniciar a expansão da marca através do modelo de franchising, não só em feiras e romarias, mas também em unidades fixas. Estamos em constante contacto com possíveis parceiros e investidores para chegarmos às grandes superfícies o mais breve possível.

Essa expansão terá início na zona de Aveiro?
Sim, passará por aí. A marca “PQA – O Nosso Pão” está registada. PQA é a sigla de Pão Quente de Aveiro, daí fazer todo o sentido que a expansão comece pela nossa bela cidade, à qual temos uma ligação muito forte. Queremos manter a história da empresa e começar a sua globalização a partir daí.

Como conseguem garantir a qualidade e sabor dos vossos produtos?
Neste tipo de negócios só há dois ritmos: todos os dias ou diariamente. Só conseguimos garantir a qualidade estando presentes a toda a hora. No entanto, temos sistemas de controlo e fichas técnicas que têm de ser cumpridas, tanto na questão das massas, como na questão das receitas de cozinha. Esse controlo é feito diariamente, porque nós produzimos no local. Nós fazemos showcooking, desde o amassar até a sua cozedura, tudo está à vista. Só utilizamos massas frescas, feitas no dia, e aí o controlo torna-se mais fácil.

Quem testa a aceitação dos novos produtos?
Geralmente é feita com a família. Nós produzimos e eles provam para termos um feedback real da nossa amostra. Por exemplo, para o ano, vamos começar a testar fazer os nossos produtos, mas com outros tipos de farinha.

São-vos pedidas novidades mais saudáveis?
Os clientes já começam a prestar mais atenção a opções mais saudáveis, daí termos introduzido o pão com legumes. Existe, atualmente, um grande número de tipos de pão com diferentes massas que podem ser trabalhadas e adaptadas ao nosso conceito.

Para além dos produtos tipicamente portugueses também têm o cachorro e o hambúrguer…
O nosso “Velho Cachorro” é uma nova interpretação de uma receita antiga feita pela família. O cachorro nem sempre foi o que conhecemos atualmente, pois consistia em duas salsichas embrulhadas em massa e iam ao forno. Procurámos reinventar essa receita e optamos por passar a utilizar apenas salsicha de qualidade, que é embrulhada em massa e levada ao forno. Depois de sair do forno é complementado com batata palha e com os molhos. O Hambúrguer Rústico é 100 por cento caseiro, feito a partir de uma mistura de carnes, pensada por nós, coberto com queijo derretido e bem acompanhado com o Nosso Pão. As nossas receitas foram pensadas para serem simples, mas com um grande foco na qualidade dos ingredientes utilizados.

Qual o balanço que faz destes dois anos? Foi uma boa aposta?
Sem dúvida que foi. Foi o culminar da nossa realização profissional, para além do gosto de dar seguimento ao negócio de família. Sempre acreditámos no potencial deste conceito e que a expansão seria possível, e é esse objetivo que pretendemos concretizar a breve prazo, o de abrir uma loja física num centro comercial.

E qual é a opinião da família?
A família, de ambas as partes, está plenamente orgulhosa do caminho que temos vindo a trilhar e do sucesso que temos alcançado com a aposta no PQA – O Nosso Pão, e sem o apoio deles nada disto teria sido possível. São os nossos maiores seguidores, mas também os nossos maiores críticos quando assim tem que ser.

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