Pegões: vinho acessível que não descura a qualidade

Jaime Quendera, gerente e enólogo

Em entrevista à Revista Business Portugal, Jaime Quendera, gerente e enólogo, deu-nos a conhecer a Adega de Pegões. O terroir desta região faz deste vinho único e de extrema qualidade, o que não impede que seja acessível a todos.

 

Começo por lhe pedir que nos conte a história da Adega de Pegões.

A Adega de Pegões foi fundada em 1958, inserida no projeto mais agrícola realizado em Portugal nos últimos 100 anos: o “Colonato de Pegões”, onde foram desbravados milhares de hectares das herdades de José Rovisco Pais que doou, após morte, em testamento, aos hospitais civis de Lisboa, que pertenciam ao Estado Português.

Aí, foram construídas 204 casas de habitação, escolas, correios, armazéns, barragens para rega, plantadas vinhas, entre muitos outros investimentos. Foi também construída uma adega, a quem deram o nome de Santo Isidro de Pegões, em homenagem ao Santo Padroeiro dos Agricultores, Santo Isidro, e que hoje é a Adega de Pegões.

 

Que gama de produtos disponibilizam?

Temos uma gama completa, desde os vinhos DOC e Reservas aos vinhos Regionais, Colheita Selecionada, passando pelos vinhos Moscatéis de Setúbal e Espumantes. Em todos, temos sempre muitíssima qualidade e preços convidativos, queremos que Pegões seja bom e acessível.

 

Que características é que o terroir de Pegões transporta aos seus vinhos?

Os vinhos de Pegões já ganharam mais de 1000 prémios internacionais nos últimos dez anos e se os ganhámos foi porque são muito bons e isso deve-se ao terroir de Pegões, que é único. Ele é a junção de areias quentes e pobres, mas ricas em água, no Sul de Portugal, com alguma influência marítima (devido à proximidade do mar). Isto leva a uma produção qualitativa das uvas, pois nunca são demasiadas (as areias são pobres), mas maturam bem, pois têm água (a planta não sofre por seca) e como estamos a Sul temos sol, boas maturações, vinhos maduros, mas não excessivamente, devido à fresquidão das ligeiras brisas marítimas, que impedem temperaturas extremas.

Assim, os vinhos de Pegões são maduros, mas com alguma frescura, o que os diferencia.

 

O enoturismo tem cada vez mais procura. Que programas oferecem?

Estávamos a andar muito bem, mas a Covid parou esta atividade, vamos ver como se vai retomar. Como exportamos para mais de 40 países, para além dos portugueses que nos visitam sempre e cada vez mais, também já tínhamos grupos interessantes de pessoas de diversos países, o que era muito bom.

O que tinha mais procura era o programa “base”, com duração aproximada de 30 minutos, que consiste numa visita à adega, com prova de três vinhos, mas temos ainda outros programas mais completos, com visita às vinhas e adega, ou mesmo com refeições. Todos estes programas mais complexos careciam de marcação prévia, sendo que o “base” não.

 

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